Depois
da descida do Espírito Santo, os apóstolos anunciavam com o vigor de Jesus ressuscitou.
Eles tiveram a experiência de estar com Ele. E afirmavam: “E nós somos
testemunhas” (At 2.32).
Com a vinda do Espírito, foram batizados nesta Ressurreição, mergulhados na
vida de Cristo. Por isso tinham vigor para anunciar. Anunciavam na Pessoa de
Jesus. Neste texto dos Atos dos Apóstolos 2,14-33, temos uma síntese da catequese que
os apóstolos faziam. Por que tantos acreditavam? A força da presença de Jesus
no meio deles dava-lhes esta ousadia e, pelo Espírito Santo, Deus abria os
corações à conversão. Eles não eram mais os assustados discípulos de um fracassado,
mas os anunciadores do Filho do Deus exaltado a Sua direita (33). O Espírito que
recebeu do Pai, Ele derramou sobre eles (33). Este Espírito é dado a cada um para a
vida em Cristo e o testemunho de sua Ressurreição. “Ele dá a vida a quem quer” (Jo 5,21). A narrativa dos discípulos
de Emaús é como que a trajetória de todo discípulo. Os dois discípulos, Cléofas
e um que não tem nome, tinham os olhos como que fechados e não reconheceram
Jesus. Trata-se do conhecimento pela visão física natural e a visão da fé que é
dada por Jesus em seu Espírito e o acolhimento do discípulo. Eles partem do
acontecimento da morte de Jesus, refletem a Escritura a partir de Jesus e não
mais como um fiel judeu, eles partem o pão, como Jesus fizera. Assim podem ter
a segurança e a certeza de que Ele está vivo e está presente no meio dos seus.
Não vos deixarei órfãos
A
narrativa de Emaús inicia-se com um toque de desolada decepção. Eles conversam
sobre o que acontecera. É indicado um
caminho: Ler o Antigo Testamento a partir de Jesus. Quando se sentam à mesa
Jesus parte o pão. Não faz um gesto de comer. Mostra-nos que Jesus está
presente quando partimos o Pão na Eucaristia. Ela nos leva ao conhecimento do
Ressuscitado. Levantaram-se depressa para ir a Jerusalém. João usa este mesmo
verbo para a Ressurreição de Jesus. A fé em Jesus dá-nos o Espírito que é o
fogo que arde em nosso coração. A fé nos anima a perceber a presença de Jesus
ressuscitado em nosso meio. Se Deus não nos abandona, e participa de nossa
vida, é um convite a fazer como faz, sem discriminação, levando uma vida no
respeito a Deus (1Pd 1.17).
Confiança que dá Vida
A
liturgia de hoje dá-nos a confiança, assim como rezamos no salmo que nos
introduz na oração de Jesus em seus momentos difíceis: “Guardai-me, ó Deus,
pois em vós está meu refúgio. Tenho sempre o Senhor a meu lado. Até meu corpo
no repouso está tranqüilo, pois não haveis de me deixar entregue à morte, nem vosso
amigo conhecer a corrupção” (Sl 15). Jesus não foi
abandonado na mansão dos mortos. Desce à
sepultura com a confiança que o salmo lhe mostrou durante toda sua vida. Jesus
chamou os discípulos de lentos de coração. Que palavra diria a nós hoje, em
nossa dificuldade de crer Nele com vigor e fazer disso a confiança em nossa
vida? Esta súplica deve encher nosso coração: “Fica conosco Senhor, pois já se
faz tarde e o dia declina”. Depois de
abertos seus olhos, eles podem caminhar à noite para anunciar aos apóstolos o
que acontecera pelo caminho. Lembrem-nos que, na maior noite, a luz da fé nos
ilumina. A lua de Páscoa faz clara a noite, como a Ressurreição ilumina as
trevas do mundo. Cada Eucaristia é Ressurreição.
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