Aurélia Petronília é romana de sangue patrício. Descendente de Tito Flávio Petrônio, estava aparentada com a família imperial dos Flávios. Além do seu nome patronímico, temos prova disso reparando que ela foi sepultada no cemitério de Flávia Domitila: era então regra absoluta, vinda dos costumes pagãos, não admitir no cemitério familiar qualquer pessoa fora da “gens”. Pertencia contudo ao ramo cristão, não reinante, dessa família.
Petronília foi provavelmente catequisada e batizada por São Pedro. Por esta razão, vários documentos dão-lhe o nome de “filha de Pedro”. Esta virgem tinha pelo príncipe dos Apóstolos grande veneração e mereceu ser objeto da sua mais paternal ternura, de maneira que foi considerada sua filha espiritual adotiva.
Nos tempos seguintes, a expressão filha de São Pedro enganou, e uma opinião errônea impôs-se até ao século XVII, segundo a qual Petronília foi verdadeiramente filha de São Pedro, nascida antes da vocação apostólica deste último. E, dizendo-se a França a Filha Primogênita da Igreja, o que vem dos tempos de Clóvis, não admira que tenha tomado Santa Petronília como sua protetora (a França é a primeira “filha” da Igreja Católica, porque foi o primeiro grande país da Europa Ocidental a se converter ao Cristianismo, assim como Petronília é a “filha” do primeiro Chefe da Igreja).
As Actas dos Santos Nereu e Aquileu, exilados com Flávia Domitila na ilha Ponza e martirizados no tempo de Domiciano (81-96), contêm uma carta dirigida por Marcelo, filho de Marcos, prefeito de Roma, a estes santos quando estavam exilados. Este documento narra a cura miraculosa da nossa virgem Petronília que, segundo afirma, se consagrara ao serviço de São Pedro. Atacada de paralisia, depressa se viu impossibilitada de fazer o seu trabalho. Tito, discípulo do Apóstolo, perguntou-lhe então: “Por que não a curas?” – “Porque é bom para ela estar assim”. Mas para não parecer que estas palavras escondessem incapacidade: “Levanta-te”, manda São Pedro à paralítica, “e serve-nos!” Fê-lo imediatamente.
Um afresco das catacumbas de Flávia Domitila, em Roma, representa uma mulher, chamada Veneranda, recebida no céu por “Petronella mart”. Este afresco, um dos mais antigos da Cristandade, encontra-se atrás da abside da basílica subterrânea que o Papa Sirício (cujo papado durou de 384 a 399) mandou construir, entre 390 e 395, na Via Ardeatina, conhecida como Via Domitilla. Esta basílica foi descoberta em 1874.
Fica assim provado que Petronília era objeto de culto; ora, é sabido que nessa época o culto só podia ser dos mártires. E temos a certeza de que se trata sem dúvida da nossa Santa, pois as Actas de Nereu e Aquileu especificam que Petronília foi, na verdade, sepultada na propriedade de Domitila. A Santa deve, portanto, incluir-se entre as virgens mártires.
O sarcófago que conservava os restos de Santa Petronília foi transferido para a basílica pontifical pelo Papa Paulo I, em 757, e o Papa Leão III (795-816) dotou o seu altar de ricas ornamentações; ela se encontra, desde então, na Basílica de São Pedro.
Santa Petronília é representada com a palma do martírio, frequentemente em companhia de São Pedro. Ela é invocada contra febres, pois ela teria sofrido muito com esse problema. Quanto ao nome, Petronília vem de Petrônio, e não de Pedro, e é o diminutivo de Petronia.
*
A devoção da França pela Santa perdurou: Carlos Magno, Imperador francês, em meados do ano 800 foi visitar a capela onde repousava o corpo de Petronília e pareceu ter uma profunda veneração por ela. Aliás, desde a época de Carlos Magno, Petronília ficou conhecida como padroeira dos reis da França, tornando-se sua padroeira nacional.
Luís XI tinha por ela uma grande veneração; ele dirigiu a ela fervorosas orações durante a doença do delfim, o futuro Carlos VIII. Este último tendo sido curado, o rei mandou embelezar a capela de Santa Petronília. Ela é a patrona dos delfins de França.
Durante o reino de Luís XII, o Cardeal Jean de Bilhères Lagraulas encomendou ao jovem escultor Michelangelo uma Pietá para decorar a capela de Santa Petronília - pequeno edifício próximo da basílica constantiniana de São Pedro de Roma e lugar de encontro dos franceses em Roma antes da construção da Igreja São Luís dos Franceses. Todo ano, no dia 31 de maio, dia da festa da Santa, é rezada uma Missa pela França nessa capela e todos os franceses de Roma são convidados a comparecer.
Petronília foi provavelmente catequisada e batizada por São Pedro. Por esta razão, vários documentos dão-lhe o nome de “filha de Pedro”. Esta virgem tinha pelo príncipe dos Apóstolos grande veneração e mereceu ser objeto da sua mais paternal ternura, de maneira que foi considerada sua filha espiritual adotiva.
Nos tempos seguintes, a expressão filha de São Pedro enganou, e uma opinião errônea impôs-se até ao século XVII, segundo a qual Petronília foi verdadeiramente filha de São Pedro, nascida antes da vocação apostólica deste último. E, dizendo-se a França a Filha Primogênita da Igreja, o que vem dos tempos de Clóvis, não admira que tenha tomado Santa Petronília como sua protetora (a França é a primeira “filha” da Igreja Católica, porque foi o primeiro grande país da Europa Ocidental a se converter ao Cristianismo, assim como Petronília é a “filha” do primeiro Chefe da Igreja).
As Actas dos Santos Nereu e Aquileu, exilados com Flávia Domitila na ilha Ponza e martirizados no tempo de Domiciano (81-96), contêm uma carta dirigida por Marcelo, filho de Marcos, prefeito de Roma, a estes santos quando estavam exilados. Este documento narra a cura miraculosa da nossa virgem Petronília que, segundo afirma, se consagrara ao serviço de São Pedro. Atacada de paralisia, depressa se viu impossibilitada de fazer o seu trabalho. Tito, discípulo do Apóstolo, perguntou-lhe então: “Por que não a curas?” – “Porque é bom para ela estar assim”. Mas para não parecer que estas palavras escondessem incapacidade: “Levanta-te”, manda São Pedro à paralítica, “e serve-nos!” Fê-lo imediatamente.
Um afresco das catacumbas de Flávia Domitila, em Roma, representa uma mulher, chamada Veneranda, recebida no céu por “Petronella mart”. Este afresco, um dos mais antigos da Cristandade, encontra-se atrás da abside da basílica subterrânea que o Papa Sirício (cujo papado durou de 384 a 399) mandou construir, entre 390 e 395, na Via Ardeatina, conhecida como Via Domitilla. Esta basílica foi descoberta em 1874.
Fica assim provado que Petronília era objeto de culto; ora, é sabido que nessa época o culto só podia ser dos mártires. E temos a certeza de que se trata sem dúvida da nossa Santa, pois as Actas de Nereu e Aquileu especificam que Petronília foi, na verdade, sepultada na propriedade de Domitila. A Santa deve, portanto, incluir-se entre as virgens mártires.
O sarcófago que conservava os restos de Santa Petronília foi transferido para a basílica pontifical pelo Papa Paulo I, em 757, e o Papa Leão III (795-816) dotou o seu altar de ricas ornamentações; ela se encontra, desde então, na Basílica de São Pedro.
Santa Petronília é representada com a palma do martírio, frequentemente em companhia de São Pedro. Ela é invocada contra febres, pois ela teria sofrido muito com esse problema. Quanto ao nome, Petronília vem de Petrônio, e não de Pedro, e é o diminutivo de Petronia.
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A devoção da França pela Santa perdurou: Carlos Magno, Imperador francês, em meados do ano 800 foi visitar a capela onde repousava o corpo de Petronília e pareceu ter uma profunda veneração por ela. Aliás, desde a época de Carlos Magno, Petronília ficou conhecida como padroeira dos reis da França, tornando-se sua padroeira nacional.
Luís XI tinha por ela uma grande veneração; ele dirigiu a ela fervorosas orações durante a doença do delfim, o futuro Carlos VIII. Este último tendo sido curado, o rei mandou embelezar a capela de Santa Petronília. Ela é a patrona dos delfins de França.
Durante o reino de Luís XII, o Cardeal Jean de Bilhères Lagraulas encomendou ao jovem escultor Michelangelo uma Pietá para decorar a capela de Santa Petronília - pequeno edifício próximo da basílica constantiniana de São Pedro de Roma e lugar de encontro dos franceses em Roma antes da construção da Igreja São Luís dos Franceses. Todo ano, no dia 31 de maio, dia da festa da Santa, é rezada uma Missa pela França nessa capela e todos os franceses de Roma são convidados a comparecer.
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