segunda-feira, 23 de maio de 2016

REFLETINDO A PALAVRA - “Pão de Deus nas Ruas”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA CSsR
1732. Solenidade do Corpo de Cristo
          A riqueza da Quinta-Feira Santa suscitou, nos anos de 1274, uma procissão para festejar o SSmo. Sacramento e reconhecer, por um culto especial, sua grandeza. Estamos em um tempo de pouca participação da comunhão. Assim nasceu do povo a necessidade de uma celebração que abrisse a todos, as riquezas do Sacramento da Eucaristia. Quando Jesus realizou a multiplicação dos pães, o fez diante de todos à luz do sol diante da bela paisagem do Mar da Galiléia. Lembramos a abundância dos pães e dos peixes. Assim se fez memória de tão grande amor de Deus que se fez pão para matar nossa fome espiritual e entrar em comunhão com Ele. A Quinta-Feira Santa é uma celebração de rara beleza, mas reduzida aos poucos momentos na abertura do Tríduo Pascal. A religiosa Juliana Mont-Cornion, sentiu como missão, promover um culto público ao Santíssimo Sacramento. Esse culto público, com procissão pelas ruas da cidade, era também o desejo de que Cristo Sacramentado “visse” nossos lugares e os abençoasse. Com os séculos cresceu no esplendor. O ensinamento proposto pela celebração do dia foi feito por Santo Tomás que compôs os textos da celebração. Estando o Papa Urbano IV em Viterbo, teve conhecimento do milagre eucarístico ocorrido em Bolsena, ali perto, quando um padre duvidou da presença de Cristo. No momento houve um milagre que comprovou a verdade. O Precioso Sangue borbulhou e se derramou no corporal (toalhinha do altar) e passou para o mármore. O Papa, tendo conhecimento do fato quis ver o corporal. A partir daí foi instituída a festa.
1733. Oferecido por vós
          No Antigo Testamento, Melquisedec ofereceu um sacrifício de pão e vinho. Nos sacrifícios do templo sempre se colocava um pouco de farinha e um tanto de vinho nas oferendas. Os judeus fizeram a ceia da Páscoa com pão e vinho. Jesus, na ceia pascal, tomou o pão e disse “isto é meu corpo” e o vinho dizendo, “isto é meu sangue”. Assim os apóstolos fizeram e fazemos até hoje dentro de uma liturgia. Como celebração, a Eucaristia é o mistério do Sacrifício de Cristo oferecido por nós. É o mesmo da Cruz que se encontra presente. Não repetimos, mas estamos presentes diante do mesmo mistério que feito por nós. Como Jesus o fez na Santa Ceia, nós o realizamos. Jesus realizou antes de sua crucifixão o sacrifício no pão e no vinho, dado por nós, derramado por nós e para a salvação de todos, como rezamos e os evangelhos nos ensinam. Após sua Morte e Ressurreição, os apóstolos continuaram a celebrar do mesmo modo a Ceia, mas na certeza de ser um sacrifício de comunhão. Por ele participamos da Morte e Ressurreição de Jesus.
1734. Matando a fome

Jesus explica, pelo milagre da multiplicação dos pães, que a Eucaristia é um dom de amor de Deus e deve ser multiplicada em tantas ações de caridade, repartido o pão, a vida e a condições de vida para todos. Devemos adorar a Eucaristia e mais ainda, ser Eucaristia para o mundo, multiplicando a vida. Ela é uma escola. Nosso louvor a Cristo Sacramentado só será consistente e dará frutos se houver nele os mesmos sentimentos de Cristo. Tenho compaixão do povo e não quis despedi-lo com fome para que não morresse pelo caminho. Multiplicou o pão e os peixes. E sobraram 12 cestos. A partilha multiplica e não diminui. É na dimensão da caridade que a Eucaristia tem como expressão do amor de Deus em Cristo e amor aos irmãos. Só celebramos bem, se temos a caridade que alimenta os necessitados de tanto tipo de pão: alimento, saúde, educação, vida digna.

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