PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA CSsR |
1732. Solenidade do
Corpo de Cristo
A riqueza da Quinta-Feira Santa
suscitou, nos anos de 1274, uma procissão para festejar o SSmo. Sacramento e
reconhecer, por um culto especial, sua grandeza. Estamos em um tempo de pouca
participação da comunhão. Assim nasceu do povo a necessidade de uma celebração
que abrisse a todos, as riquezas do Sacramento da Eucaristia. Quando Jesus
realizou a multiplicação dos pães, o fez diante de todos à luz do sol diante da
bela paisagem do Mar da Galiléia. Lembramos a abundância dos pães e dos peixes.
Assim se fez memória de tão grande amor de Deus que se fez pão para matar nossa
fome espiritual e entrar em comunhão com Ele. A Quinta-Feira Santa é uma
celebração de rara beleza, mas reduzida aos poucos momentos na abertura do
Tríduo Pascal. A religiosa Juliana Mont-Cornion, sentiu como missão, promover
um culto público ao Santíssimo Sacramento. Esse culto público, com procissão pelas
ruas da cidade, era também o desejo de que Cristo Sacramentado “visse” nossos
lugares e os abençoasse. Com os séculos cresceu no esplendor. O ensinamento
proposto pela celebração do dia foi feito por Santo Tomás que compôs os textos
da celebração. Estando o Papa Urbano IV em Viterbo, teve conhecimento do
milagre eucarístico ocorrido em Bolsena, ali perto, quando um padre duvidou da
presença de Cristo. No momento houve um milagre que comprovou a verdade. O
Precioso Sangue borbulhou e se derramou no corporal (toalhinha do altar) e
passou para o mármore. O Papa, tendo conhecimento do fato quis ver o corporal.
A partir daí foi instituída a festa.
1733. Oferecido por
vós
No Antigo Testamento, Melquisedec
ofereceu um sacrifício de pão e vinho. Nos sacrifícios do templo sempre se
colocava um pouco de farinha e um tanto de vinho nas oferendas. Os judeus
fizeram a ceia da Páscoa com pão e vinho. Jesus, na ceia pascal, tomou o pão e
disse “isto é meu corpo” e o vinho dizendo, “isto é meu sangue”. Assim os
apóstolos fizeram e fazemos até hoje dentro de uma liturgia. Como celebração, a
Eucaristia é o mistério do Sacrifício de Cristo oferecido por nós. É o mesmo da
Cruz que se encontra presente. Não repetimos, mas estamos presentes diante do
mesmo mistério que feito por nós. Como Jesus o fez na Santa Ceia, nós o
realizamos. Jesus realizou antes de sua crucifixão o sacrifício no pão e no
vinho, dado por nós, derramado por nós e para a salvação de todos, como rezamos
e os evangelhos nos ensinam. Após sua Morte e Ressurreição, os apóstolos continuaram
a celebrar do mesmo modo a Ceia, mas na certeza de ser um sacrifício de
comunhão. Por ele participamos da Morte e Ressurreição de Jesus.
1734. Matando a fome
Jesus explica, pelo
milagre da multiplicação dos pães, que a Eucaristia é um dom de amor de Deus e
deve ser multiplicada em tantas ações de caridade, repartido o pão, a vida e a
condições de vida para todos. Devemos adorar a Eucaristia e mais ainda, ser
Eucaristia para o mundo, multiplicando a vida. Ela é uma escola. Nosso louvor a
Cristo Sacramentado só será consistente e dará frutos se houver nele os mesmos
sentimentos de Cristo. Tenho compaixão do povo e não quis despedi-lo com fome
para que não morresse pelo caminho. Multiplicou o pão e os peixes. E sobraram
12 cestos. A partilha multiplica e não diminui. É na dimensão da caridade que a
Eucaristia tem como expressão do amor de Deus em Cristo e amor aos irmãos. Só
celebramos bem, se temos a caridade que alimenta os necessitados de tanto tipo
de pão: alimento, saúde, educação, vida digna.
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