Evangelho segundo S. Marcos 10,1-12.
Naquele
tempo, Jesus pôs-Se a caminho e foi para o território da Judeia, além do Jordão.
Voltou a reunir-se uma grande multidão junto de Jesus e Ele, segundo o seu
costume, começou de novo a ensiná-la. Aproximaram-se então de Jesus uns
fariseus, que, para O porem à prova, Lhe perguntaram: «Pode um homem repudiar a
sua mulher?». Jesus disse-lhes: «Que vos ordenou Moisés?». Eles
responderam: «Moisés permitiu que se passasse um certificado de divórcio para se
repudiar a mulher». Jesus disse-lhes: «Foi por causa da dureza do vosso
coração que ele vos deixou essa lei. Mas, no princípio da criação, ‘Deus
fê-los homem e mulher. Por isso, o homem deixará pai e mãe para se unir à
sua esposa, e os dois serão uma só carne’. Deste modo, já não são dois, mas
uma só carne. Portanto, não separe o homem o que Deus uniu». Em casa, os
discípulos interrogaram-n’O de novo sobre este assunto. Jesus disse-lhes
então: «Quem repudiar a sua mulher e casar com outra, comete adultério contra a
primeira. E se a mulher repudiar o seu marido e casar com outro, comete
adultério».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos
Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Concílio Vaticano II
Constituição Dogmática sobre a Igreja no mundo
actual «Gaudium et Spes», § 48
«Maridos, amai as vossas esposas como Cristo amou a Igreja:
entregando-Se por ela» (Ef 5,25)
O homem e a mulher, que pela aliança
conjugal «já não são dois, mas uma só carne» (Mt. 19, 6), prestam-se recíproca
ajuda e serviço com a íntima união das suas pessoas e atividades, tomam
consciência da própria unidade e cada vez mais a realizam. Esta união íntima, já
que é o dom recíproco de duas pessoas, exige, do mesmo modo que o bem dos
filhos, a inteira fidelidade dos cônjuges e a indissolubilidade da sua união.
Cristo Senhor abençoou copiosamente este amor de múltiplos aspetos,
nascido da fonte divina da caridade e constituído à imagem da sua própria união
com a Igreja (Ef 5,32). E, assim como outrora Deus veio ao encontro do seu povo
com uma aliança de amor e fidelidade, assim agora o Salvador dos homens e Esposo
da Igreja vem ao encontro dos esposos cristãos com o sacramento do matrimónio. E
permanece com eles, para que, assim como Ele amou a Igreja e Se entregou por ela
(Ef 5,25), de igual modo os cônjuges, dando-se um ao outro, se amem com perpétua
fidelidade.
O autêntico amor conjugal é assumido no amor divino, e
dirigido e enriquecido pela força redentora de Cristo e pela ação salvadora da
Igreja, para que, desse modo, os esposos caminhem eficazmente para Deus e sejam
ajudados e fortalecidos na sua missão sublime de pai e mãe. Por este motivo, os
esposos cristãos são fortalecidos e como que consagrados em ordem aos deveres do
seu estado por meio de um sacramento especial; cumprindo, graças à força deste,
a própria missão conjugal e familiar, penetrados do espírito de Cristo que
impregna toda a sua vida de fé, esperança e caridade, avançam sempre mais na
própria perfeição e mútua santificação, e assim cooperam juntos para a
glorificação de Deus.
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