PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA CSsR |
Nunca vi tanta fé
O Evangelho não pode
ser mudado nem trocado por nada. Paulo é duro com os gálatas que andaram
misturando teorias com o Evangelho. Mesmo que venha um Anjo do Céu e pregue um
Evangelho diferente do que vos pregamos, seja excomungado (Gl 1,8). Uma verdade
que vem do Evangelho de Jesus, como lemos hoje é que Deus atente todos os que O
procuram com fé. Toda oração é uma demonstração de fé. Só reza quem crê, mesmo
que essa oração seja feita por alguém que não faz parte de nosso modo de viver.
Salomão o disse com clareza quando inaugurou o templo de Jerusalém. Diz: “Se um
estrangeiro que não pertence ao nosso povo, escutar falar de teu grande nome, e
por isso vier rezar nesse templo, Senhor, escuta do céu e atende a todos os
pedidos desse estrangeiro” (1Rs 8,1-45). Jesus afirma que Ele é o templo: “Destruí
esse templo Eu o reedificarei em três dias” (Jo 2,19). Quando o oficial romano
pediu, por intermédio dos anciãos judeus, que curasse seu empregado, teve fé na
força da palavra de Jesus para a cura de seu empregado. Nem quis ir
pessoalmente, nem sentiu necessidade de o Senhor ir pessoalmente. Bastava a
Palavra. E Jesus o elogia dizendo “Nem em Israel encontrei tanta fé” (Jo 7,9).
O fundamento da oração é a fé em Jesus. Não há outro modo mais justo na oração
que viver esse Evangelho. É a fé, não o modo como fazemos a oração. Por isso é
muito conveniente não impor modos e regras aos outros, mas estimular a fé. As
palavras do pagão romano foram tão profundas que permanecem na liturgia quando
nos é apresentada a Comunhão (Jo 7,6). Há um único modo de rezar: com fé. O
modo como se reza depende de cada um. Deus é quem comanda a oração e não nós. Rezamos
a oração da Igreja, para indicar os caminhos.
O Pai atende todos
Salomão faz um templo
aberto a todos os povos. Não precisamos mais de templos exclusivos para a
oração, pois Jesus ensinou a orar em espírito e verdade (Jo 4,24). Toda oração
é conduzida pelo Espírito e realiza a verdade que é Jesus. Jesus é a verdade da
oração, por isso Paulo diz que o Espírito ora em nós com palavras que não temos
(Rm 8,26). O Espírito Santo fala com o Pai sobre Jesus que é a Verdade. Certo
que a oração bem feita humanamente, mas só é oração se fazemos com fé, mesmo
frágil. É o Espírito quem reza. Ele faz a relação entre o Pai e o Filho. Por mais
frágil que seja nossa oração, ela ganha força nessa relação amorosa que há na
Trindade Santa. Pelo Espírito nossa oração fala a língua de Deus. Sempre
podemos aprimorar, pois não sabemos o que rezar (Ib). Mas ninguém pode dar-se o
direito de negar a oração dos outros, mesmo que não sejam como as nossas. Essa
oração se encontra também fora do âmbito de nossas comunidades, mas estão na
Igreja. A evangelização procura purificar e colocar a Palavra no centro de
nossas orações.
Um só Evangelho
Sempre vemos pessoas
mudando de religião como se troca de roupa. O que procuram? Há pessoas que
criam religiões. Não duvidando de sua boa vontade de procurar o bem, temos que
nos alertar para a firmeza das palavras de Paulo sobre as mudanças que fazemos
na compreensão do Evangelho. Ele deve ser assumido na sua totalidade e não
somente firmar-se em algum ponto e fazer dele a totalidade. Podemos apoiar
nossos pensamentos em poucas frases, mas não esquecer que a Palavra é um todo e
se explica somente nesse todo e não em teorias. A pregação deve procurar sempre
fundamentar a fé.
Leituras: 1 Reis, 8,41-43; Salmo 116;Gálatas
1,1-2.6-10;Lucas 7,1-10.
1.
Aprendemos
hoje que Deus ouve a oração de todos, mesmo que não sejam dos nossos. Ouve todo
aquele que o procura de coração sincero, como foi o caso do oficial romano.
2.
O
Pai ouve a todos. Rezamos no Espírito e na Verdade que é Jesus. Toda oração é
consistente, pois quem reza em nós é o Espírito. Ele nos põe na relação de
Jesus com o Pai.
3.
Paulo
insiste que há um só Evangelho que não pode ser mudado por outras teorias.
Como se faz uma oração forte?
Encerramos o Tempo
Pascal com a festa de Pentecostes e iniciamos o tempo comum com a festa da
Santíssima Trindade. Agora retomamos os domingos do Tempo Comum no qual lemos o
Evangelho de Lucas.
De vez em quando as pessoas pedem uma
oração boa para resolver algum problema. Onde está a força da oração?
Primeiramente temos consciência, como
reza Salomão, que Deus ouve a todos. Não seleciona nem cristãos, católicos ou
outros tantos. Ele diz, referindo-se à oração do pagão: “Se ele vier de uma
terra distante, para rezar neste templo, Senhor, escuta então do céu e atende a
todos os pedidos do estrangeiro” (1Rs 8,42-43).
Em segundo lugar, como nos escreve
Paulo, é preciso ser fiel ao evangelho de Jesus e não ficar pulando de galho em
galho como fazem alguns que não têm firmeza na fé.
Jesus no Evangelho dá a indicação que
é preciso acreditar que Jesus ouve. O oficial romano que tinha um empregado
doente, pediu aos anciãos judeus que intercedessem por ele a Jesus. Jesus disse
que iria lá. Ele respondeu que não precisa vir, bastava sua palavra e meu servo
ficaria curado (Lc 7,1-10). Sem essa fé, a oração será sempre frágil.
https://padreluizcarlos.wordpress.com/
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