PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA CSsR |
Conhecendo Deus
O
Reino de Deus é a realidade nova instaurada por Jesus. Nas parábolas conhecemos
seus diversos aspectos. A recompensa aos que O acolhem supera a expectativa. Jesus
quer nos ensinar que Deus é diferente de nós. Nós pensamos Deus a partir de
nosso modo de agir humano. Deus é Deus. Queremos mandar em Deus. Quando não sai
de nosso jeito, já nos levantamos contra Ele, pedindo satisfação: ‘Por que
fizestes assim conosco?’ A parábola é muito curiosa e desconcertante. Havia um
sistema para agenciar trabalhadores. Quem queria trabalhar se reunia em um
lugar costumeiro da cidade e os patrões iam lá contratar. Assim fez esse senhor da vinha. Mas, foi
diversas vezes. Acertou o preço com os primeiros e prometeu pagar o justo a
todos. Na hora do acerto final pagou o mesmo para todos, inclusive para os que
trabalharam só uma hora. Houve reclamação dos que haviam trabalhado todo o dia.
Ele respondeu que pagou o que prometeu e quis dar o mesmo a todos. Jesus
explica que Deus no Reino é sempre generoso com todos. Na comunidade havia o
problema dos novos convertidos, o que gerava ciúmes nos mais antigos da
comunidade. Deus não olha os méritos, mas sua bondade. Não temos como cobrar de
Deus para nos atender como queremos, mas como Ele quer, pois age com
generosidade. Deus tem sempre uma oferta generosa de perdão e está sempre a
convidar e não há o que temer (Is 55,7). O Salmo completa esses pensamentos descrevendo como é
Deus: “Misericórdia e piedade é o Senhor, Ele é amor, é paciência e compaixão.
O Senhor é bom para com todos; sua ternura abraça toda criatura” (Sl 144). Esta é a
justiça que aplica a todos não premiando méritos pessoais, mas mostrando sua
generosa bondade.
Meus pensamentos não são os vossos
As
profecias não são somente ameaças e acusações. Elas são, sobretudo, convite à
conversão: “Buscai o Senhor, enquanto pode ser achado; invocai-O, enquanto está
perto... abandone o ímpio seu caminho... volte para o Senhor...que é generoso
no perdão”. Deus não pensa como nós. A sociedade não tem os pensamentos de
Deus. Seu modo de raciocinar é diferente, pois está sempre aberto ao que O
procura. O arrependimento não é simplesmente pedir perdão. É principalmente
mudar de pensamento, de caminhos e de atitude. O perdão só terá sentido se mudarmos
nossas escolhas. Ele tem a força transformadora que purifica e estimula à
mudança interior. É preciso ter uma visão mais clara sobre Deus e reconhecê-Lo.
Diz: Eu sou Deus e não um homem. Não que esteja distante de nós. É diferente e
por isso pode agir de modo diverso do nosso.
Viver à altura do Evangelho
Paulo
mostra que sua vida tem sentido somente se vive Jesus Cristo: “Para mim, viver
é Cristo e o morrer é lucro” (Fl 1,23).Não lhe importava o modo de vida, se era partindo para
estar com Cristo ou permanecendo no trabalho por Cristo, se isso for bom para a
comunidade. Sua vida toma sentido em Cristo e no empenho que todos vivam em
Cristo, à altura do Evangelho de Cristo. A parábola nos ensina que a vida toma
sentido quando vivemos à altura do Evangelho. Viver à altura do Evangelho é
criar na comunidade o clima de acolhimento aos novos e não cristalizar grupos e
pessoas que se consideram donos e por isso não entendem esta parábola como um
modo de vida da comunidade. A Eucaristia de cada semana nos coloca em
relacionamento com Deus que nos ensina seu modo de viver.
Leituras:Isaias
55,6-9;Salmo 144;Filipenses 1,20c-24.27ª;Mateus 20,1-16ª
1.Como nossos pensamentos não são os
de Deus, nossa compreensão do Reino difere do modo de agir de Deus que é de
extrema generosidade. A parábola dos trabalhadores da última hora ensina que
Deus recompensa a todos, e com abundância. Vai além de nossas medidas, pois Ele
é misericórdia e piedade. Bom para com todos.
2.As profecias não são só condenações,
mas estímulo a buscar o Senhor que é generoso. Deus está sempre aberto ao que o
procura. O arrependimento é verdadeiro quando é mudança de pensamentos, de atitudes
e de caminhos. É preciso ter uma visão clara de Deus. Deus não é distante, mas
tem seu modo próprio de agir.
3.Paulo mostra que sua vida tem
sentido somente se viver Jesus Cristo. O que lhe interessa é o serviço a Cristo
na comunidade. Seu empenho é que todos vivam em Cristo, à altura do Evangelho.
Relógio de ponto parado
A parábola dos trabalhadores
da última é bem contra nosso modo de pensar. Parece até injustiça. Uns
trabalham apenas uma hora e ganham como os que trabalharam o dia todo. Bem diz
o profeta na primeira leitura que nem os pensamentos de Deus nem seus caminhos
são como os nossos. Estão muito acima.
O texto é uma parábola sobre o Reino dos Céus.
Jesus compara o anúncio do Reino como um patrão que saiu para contratar
operários para sua plantação de uva. Naquele tempo os trabalhadores se reuniam
num lugar e os patrões iam lá buscá-los. Acertavam o preço. A parábola diz que
fez assim diversas vezes durante o dia até à tarde. E, no fim do dia, pagou o
mesmo valor para todos. Os que trabalharam o dia inteiro
se revoltaram. O patrão disse que fez o que prometeu, mas foi além sendo
generoso com os demais, pois o dinheiro era dele.
Poderia haver na comunidade gente que há tempo
vivia na fé, principalmente judeus convertidos. Agora chegam os novos e são
tratados do mesmo modo. O Reino não é um direito de tempo de serviço. Deus é
generoso para com todos. Ninguém recebe migalhas do Reino. Deus é gratuito e dá
tudo em abundância para todos.
O importante é o amor a Jesus Cristo. Paulo diz:
para mim, o viver é Cristo e o morrer é lucro.http://padreluizcarlos.wordpress.com/
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