Na expectativa do Natal, já ouvimos os
rumores da festa. A festa vai além do que nossos olhos vêem. A grande festa é a
vida do Filho de Deus que vem viver conosco e em nós. Ele está para chegar.
Esta certeza responde às profecias que o anunciaram. Um dia aconteceu esta
chegada de Deus em nosso meio pelo nascimento de Jesus. Nosso Natal é uma
celebração memorial que quer re-propor à memória os fatos, e ao mesmo tempo é
uma celebração onde a Igreja vive a presença de Jesus, a manifestação das
misericórdias de Deus. Esta celebração da encarnação e nascimento de Jesus tem
por finalidade propor para nós o que aconteceu naquele dia. Não se repete o
fato, mas por um inaudito dom da sabedoria de Deus, nós nos fazemos
participantes, não um fato histórico do passado, mas de toda a ação do Deus que
se manifestou. Nossa relação com o mistério do Natal é maior do que a própria
visão humana dos que presenciaram os fatos, pois o que vê pela fé e recebe tudo
o que Deus oferece em seu Filho. É o hoje permanente de Deus. Deus nos faz
presentes não ao fato histórico, mas nos une ao próprio acontecimento redentor.
Se nos abrirmos, pela disposição da fé, e levamos para nossa vida sua presença
e missão, nós vivemos bem o Natal. Nós o tornamos presente e nós somos Natal.
Abri as portas ao Redentor! É o grito desta festa. Abrindo as portas de nossa
vida, o mistério de Jesus (sua vida, palavra e graça) invadem nossa vida de
modo que somos uma continuação deste acontecimento de Deus ser Emanuel, Deus
conosco, fazendo-o presente por nossa vida. Toda a celebração é um momento
especial para a comunidade.
A Virgem será
um sinal
O profeta Isaias faz uma profecia muito
estranha: “O Senhor vos dará um sinal: “eis que uma virgem conceberá e dará à
luz um filho e lhe porá o nome de Emanuel” (Is. 7,14). Uma virgem, um sinal,
uma presença: Deus conosco. Em toda a história do povo de Israel, houve sempre
a certeza da presença de Deus. Deus está perto de nós! Era sua segurança e sua
força. Era sua esperança de, no meio das dificuldades, encontrar dias melhores.
Este povo renovado na sua expressão mais profunda, a Virgem Maria, torna-se o
lugar da presença de Deus. O novo povo tem Deus em seu meio. Na situação, mesmo
de desespero, que o mundo se encontre, tem a certeza da presença do Senhor,
pois a Virgem o garante. Seu seio, cheio da divindade, é agora o sinal desta
presença.
Obediência da
fé
Quando abrimos as portas de nossa vida ao Redentor,
estamos fazendo a obediência da fé. Ouvimos o chamado de Deus através da
manifestação de Jesus no Natal. Ele é Deus conosco. É também a Palavra de Deus
que se manifesta e provoca o diálogo da fé. Assim aconteceu com Maria que, tendo
recebido a mensagem do Anjo de que iria ser a Mãe do Salvador, respondeu sim.
Quando respondemos sim aos planos de Deus para nossa vida, o Salvador “se
encarna e se faz presente”. Quando falamos de viver o mistério de Cristo é
justamente isso: ouvir e deixar que Deus faça o resto. Quando o mistério é
grande a gente não ousa resistir (Pequeno Príncipe). O Evangelho é o plano de
Deus para o mundo.
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