Evangelho segundo S. Lucas 7,36-50.
Naquele
tempo, um fariseu convidou Jesus para comer com ele. Jesus entrou em casa do
fariseu, e pôs-se à mesa. Ora certa mulher, conhecida naquela cidade como
pecadora, ao saber que Ele estava à mesa em casa do fariseu, trouxe um frasco de
alabastro com perfume. Colocando-se por detrás dele e chorando, começou a
banhar-lhe os pés com lágrimas; enxugava-os com os cabelos e beijava-os,
ungindo-os com perfume. Vendo isto, o fariseu que o convidara disse para
consigo: «Se este homem fosse profeta, saberia quem é e de que espécie é a
mulher que lhe está a tocar, porque é uma pecadora!» Então, Jesus disse-lhe:
«Simão, tenho uma coisa para te dizer.» «Fala, Mestre» respondeu ele. «Um
prestamista tinha dois devedores: um devia-lhe quinhentos denários e o outro
cinquenta. Não tendo eles com que pagar, perdoou aos dois. Qual deles o
amará mais?» Simão respondeu: «Aquele a quem perdoou mais, creio eu.» Jesus
disse-lhe: «Julgaste bem.» E, voltando-se para a mulher, disse a Simão: «Vês
esta mulher? Entrei em tua casa e não me deste água para os pés; ela, porém,
banhou-me os pés com as suas lágrimas e enxugou-os com os seus cabelos. Não
me deste um ósculo; mas ela, desde que entrou, não deixou de beijar-me os pés. Não me ungiste a cabeça com óleo, e ela ungiu-me os pés com perfume. Por
isso, digo-te que lhe são perdoados os seus muitos pecados, porque muito amou;
mas àquele a quem pouco se perdoa pouco ama.» Depois, disse à mulher: «Os
teus pecados estão perdoados.» Começaram, então, os convivas a dizer entre
si: «Quem é este que até perdoa os pecados?» E Jesus disse à mulher: «A tua
fé te salvou. Vai em paz.»
Da Bíblia Sagrada - Edição dos
Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Papa Francisco
«São-lhe perdoados os seus muitos pecados»
Audiência geral de 02/10/2013 (trad.© copyright Libreria Editrice
Vaticana, rev)
A Igreja oferece a todos a possibilidade de
percorrerem o caminho da santidade, que é a vereda do cristão: permite-nos
encontrar Jesus Cristo nos sacramentos, especialmente na Confissão e na
Eucaristia; comunica-nos a Palavra de Deus, faz-nos viver na caridade, no amor
de Deus por todos. Interroguemo-nos pois: deixamo-nos santificar? Somos uma
Igreja que chama e recebe de braços abertos os pecadores, que incute coragem e
esperança, ou somos uma Igreja fechada em si mesma? Somos uma Igreja na qual se
vive o amor de Deus, na qual se presta atenção ao próximo, na qual rezamos uns
pelos outros?
Uma última pergunta: o que posso fazer, eu, que me sinto
débil, frágil, pecador? Deus diz-te: não tenhas medo da santidade, não tenhas
medo de apostar alto, de te deixares amar e purificar por Deus, não tenhas
receio de te deixares guiar pelo Espírito Santo. Deixemo-nos contagiar pela
santidade de Deus. Cada cristão é chamado à santidade (cf Lumen gentium, 39-42);
e a santidade não consiste antes de tudo em fazer coisas extraordinárias, mas em
deixar agir Deus. É o encontro da nossa debilidade com a força da sua graça, é
ter confiança na sua obra, que nos permite viver na caridade, fazer tudo com
alegria e humildade, para glória de Deus e o serviço ao próximo. Há uma frase
célebre do escritor francês Léon Bloy; nos últimos momentos da sua vida, ele
dizia: «Só existe uma tristeza na vida, a de não ser santo».
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