Evangelho segundo S. Lucas 8,4-15.
Naquele
tempo, como estivesse reunida uma grande multidão, e de todas as cidades viessem
ter com Ele, disse esta parábola: «Saiu o semeador para semear a sua
semente. Enquanto semeava, uma parte da semente caiu à beira do caminho, foi
pisada e as aves do céu comeram-na. Outra caiu sobre a rocha e, depois de
ter germinado, secou por falta de umidade. Outra caiu no meio de espinhos,
e os espinhos, crescendo com ela, sufocaram-na. Uma outra caiu em boa terra
e, uma vez nascida, deu fruto centuplicado.» Dizendo isto, clamava: «Quem tem
ouvidos para ouvir, oiça!» Os discípulos perguntaram-lhe o significado desta
parábola. Disse-lhes: «A vós foi dado conhecer os mistérios do Reino de
Deus; mas aos outros fala-se-lhes em parábolas, a fim de que, vendo, não vejam
e, ouvindo, não entendam.» «O significado da parábola é este: a semente é a
Palavra de Deus. Os que estão à beira do caminho são aqueles que ouvem, mas
em seguida vem o diabo e tira-lhes a palavra do coração, para não se salvarem,
acreditando. Os que estão sobre a rocha são os que, ao ouvirem, recebem a
palavra com alegria; mas, como não têm raiz, acreditam por algum tempo e
afastam-se na hora da provação. A que caiu entre espinhos são aqueles que
ouviram, mas, indo pelo seu caminho, são sufocados pelos cuidados, pela riqueza,
pelos prazeres da vida e não chegam a dar fruto. E a que caiu em terra boa
são aqueles que, tendo ouvido a palavra, com um coração bom e virtuoso,
conservam-na e dão fruto com a sua perseverança.»
Da Bíblia
Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
São Basílio (c. 330-379), monge,
bispo de Cesareia da Capadócia, doutor da Igreja
Homilia 6, sobre as
riquezas; PG 31, 262ss
«Deu fruto centuplicado»
Tu és o servidor do Deus santo, um gestor
para benefício dos teus companheiros de serviço. Não penses que todos os bens
que possuis se destinam ao teu consumo. […] Imita a terra, homem: dá frutos como
ela; não sejas mais duro que a matéria inanimada. A terra não amadurece os seus
frutos para usufruir deles, mas para te ser útil. E és tu que recolhes os frutos
da tua generosidade, porque a recompensa pelas boas acções recai sobre aqueles
que as praticam. Se deste de comer ao faminto, aquilo que deste volta para ti
com juros.
Assim como o grão lançado à terra dá frutos para o semeador,
também o pão estendido ao faminto te dará, mais tarde, um lucro imenso. Assim
pois, o tempo das colheitas na terra é tempo para semeares no alto: «Fazei
sementeiras de justiça» (Os 10,12). Porque te preocupas? Para quê essa
inquietação e essa pressa em encerrar o teu tesouro dentro da argamassa e dos
tijolos? «O bom nome é mais desejável que as muitas riquezas» (Pr 22,1).
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