Evangelho segundo São João 14,6-14.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Eu sou o caminho, a verdade e a vida: ninguém vai ao Pai senão por Mim.
Se Me conhecêsseis, conheceríeis também o meu Pai. Mas desde agora já O conheceis e já O vistes».
Disse-Lhe Filipe: «Senhor, mostra-nos o Pai e isto nos basta».
Respondeu-lhe Jesus: «Há tanto tempo que estou convosco e não Me conheces, Filipe? Quem Me vê, vê o Pai. Como podes tu dizer: "Mostra-nos o Pai"?
Não acreditas que Eu estou no Pai e o Pai está em Mim? As palavras que Eu vos digo, não as digo por Mim próprio; mas é o Pai, permanecendo em Mim, que faz as obras.
Acreditai-Me: Eu estou no Pai e o Pai está em Mim; acreditai ao menos pelas minhas obras.
Em verdade, em verdade vos digo: quem acredita em Mim fará também as obras que Eu faço e fará obras ainda maiores, porque Eu vou para o Pai.
E tudo quanto pedirdes em meu nome, Eu o farei, para que o Pai seja glorificado no Filho.
Se pedirdes alguma coisa em meu nome, Eu a farei».
Tradução litúrgica da Bíblia
Exortação apostólica
«Evangelii Gaudium/A Alegria do Evangelho»
§§180-181
(trad. © copyright Libreria Editrice Vatican, rev.)
Santos Filipe e Tiago, apóstolos enviados
a proclamar o Reino de Deus a todo o mundo
Ao lermos as Escrituras, fica bem claro que a proposta do Evangelho não consiste só numa relação pessoal com Deus. A proposta é o Reino de Deus (cf Lc 4,43); trata-se de amar a Deus, que reina no mundo. Na medida em que Ele conseguir reinar entre nós, a vida social será um espaço de fraternidade, de justiça, de paz, de dignidade para todos. Por isso, tanto o anúncio como a experiência cristã tendem a provocar consequências sociais. Procuremos o seu Reino: «Procurai primeiro o Reino de Deus e a sua justiça, e tudo o mais se vos dará por acréscimo» (Mt 6,33). O projeto de Jesus é instaurar o Reino de seu Pai; por isso, pede aos seus discípulos: «Proclamai que o Reino do Céu está próximo» (Mt 10,7).
O Reino, que se antecipa e cresce entre nós, abrange tudo, como nos recorda aquele princípio de discernimento que Paulo VI propunha a propósito do verdadeiro desenvolvimento: «Todos os homens e o homem todo». Sabemos que «a evangelização não seria completa se não tomasse em consideração a interpelação recíproca que se fazem constantemente o Evangelho e a vida concreta, pessoal e social, dos homens» (Paulo VI). É o critério da universalidade, próprio da dinâmica do Evangelho, dado que o Pai «quer que todos os homens sejam salvos» (1Tim 2,4) e o seu plano de salvação consiste em «submeter tudo a Cristo, reunindo nele o que há no Céu e na Terra» (Ef 1,10). O mandato é: «Ide pelo mundo inteiro, proclamai o Evangelho a toda a criatura» (Mc 16,15), porque toda «a criação se encontra em expectativa ansiosa, aguardando a revelação dos filhos de Deus» (Rom 8,19). Toda a criação significa também todos os aspetos da vida humana, de tal modo que «a missão do anúncio da Boa Nova de Jesus Cristo tem dimensão universal. O seu mandamento de caridade abarca todas as dimensões da existência, todas as pessoas, todos os setores da vida social e todos os povos. Nada do que é humano lhe pode parecer estranho».
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