Evangelho segundo São Marcos 10,1-12.
Naquele tempo, Jesus pôs-Se a caminho e foi para o território da Judeia, além do Jordão. Voltou a reunir-se uma grande multidão junto de Jesus e Ele, segundo o seu costume, começou de novo a ensiná-la.
Aproximaram-se então de Jesus uns fariseus, que, para O porem à prova, Lhe perguntaram: «Pode um homem repudiar a sua mulher?».
Jesus disse-lhes: «Que vos ordenou Moisés?».
Eles responderam: «Moisés permitiu que se passasse um certificado de divórcio para se repudiar a mulher».
Jesus disse-lhes: «Foi por causa da dureza do vosso coração que ele vos deixou essa lei.
Mas, no princípio da criação, "Deus fê-los homem e mulher.
Por isso, o homem deixará pai e mãe para se unir à sua esposa,
e os dois serão uma só carne". Deste modo, já não são dois, mas uma só carne.
Portanto, não separe o homem o que Deus uniu».
Em casa, os discípulos interrogaram-no de novo sobre este assunto.
Jesus disse-lhes então: «Quem repudiar a sua mulher e casar com outra, comete adultério contra a primeira.
E se a mulher repudiar o seu marido e casar com outro, comete adultério».
Tradução litúrgica da Bíblia
(1904-1964)
Missionária das pessoas da rua
Comunidade e solidão
O casamento é o mais belo sinal do amor de Deus
O amor e a vida não fluem da terra para Deus, mas descem de Deus para a terra: «Toda a boa dádiva vem do alto» (Tg 1,17) e «Deus é amor» (1Jo 4,8). Ele é amor porque é Trindade, e é na Trindade que está a unidade e a fecundidade, é aí que tudo começa. Há na terra uma abundância de amor que pode deixar-nos tontos; estamos rodeados por esta circulação de amor, que vai das flores e dos animais aos seres humanos. Para não nos sentirmos alienados por ele, como que em dissonância com a própria vida, temos de partir da Santíssima Trindade: é aí que está o Amor em si mesmo, o amor verdadeiro; é daí que descem, em cascata, todos os amores do mundo, cada vez menos perfeitos, mas que têm a sua razão de ser porque são sinal do amor que existe em Deus.
Desde o amor do homem e da mulher até ao amor dos animais, passando pelas misteriosas uniões dos elementos e dos metais, tudo isto significa, de uma forma mais ou menos bela, o amor que existe em Deus. E isto inverte o problema: a própria unidade do Verbo e do homem, a própria união de Cristo e da Igreja, mais não são que os maiores e mais belos sinais do amor que é Deus. O matrimónio é uma vocação ao amor singularmente rica; ele é, no cume da criação visível, o mais belo sinal do amor de Deus, e é grande porque, como diz São Paulo, é o sinal do amor de Cristo pela sua Igreja.
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