Evangelho segundo São Mateus 28,16-20.
Naquele tempo, os onze discípulos partiram para a Galileia, em direção ao monte que Jesus lhes indicara.
Quando O viram, adoraram-no; mas alguns ainda duvidaram.
Jesus aproximou-Se e disse-lhes: «Todo o poder Me foi dado no Céu e na Terra.
Ide e ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo,
ensinando-as a cumprir tudo o que vos mandei. Eu estou sempre convosco até ao fim dos tempos».
Tradução litúrgica da Bíblia
Abade(1858-1923)
O sacerdócio de Cristo
O louvor eterno no seio da Trindade
Que glória é esta que as Pessoas divinas Se dão mutuamente? Na sua essência, Deus não é apenas «grande», é também «digno de todo o louvor» (Sl 47,1). É sumamente conveniente que Ele receba a glória que corresponde à sua majestade; é conveniente que Ele seja glorificado em Si mesmo, com um louvor que esteja à altura das profundezas do poder, da sabedoria e do amor que há nele.
O Pai gera o Filho, partilhando com Ele eternamente o dom supremo da vida e das perfeições da divindade, comunicando-Lhe tudo o que Ele próprio é, com exceção da sua «propriedade» de ser Pai. Imagem perfeita e substancial, o Verbo é o esplendor da glória do Pai (cf Heb 1,3); nascido da fonte de toda a luz, é Ele próprio luz, que regressa como cântico ininterrupto Àquele de quem emana: «Tudo o que é meu é teu, e tudo o que é teu é meu» (Jo 17,10). Assim, pelo movimento natural da sua filiação, o Filho devolve ao Pai tudo o que dele possui e, nesta mútua doação, o Espírito Santo, que é caridade, procede do amor do Pai e do Filho como do seu único princípio de origem.
Esta chama de amor infinito entre as três Pessoas completa a comunicação eterna da vida na Trindade. É esta a glória que Deus Se dá a Si mesmo, na intimidade sagrada da sua vida eterna.
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