quinta-feira, 30 de maio de 2024

EVANGELHO DO DIA 30 DE MAIO

Evangelho segundo São Marcos 14,12-16.22-26. 
No primeiro dia dos Ázimos, em que se imolava o cordeiro pascal, os discípulos perguntaram a Jesus: «Onde queres que façamos os preparativos para comer a Páscoa?». Jesus enviou dois discípulos e disse-lhes: «Ide à cidade. Virá ao vosso encontro um homem com uma bilha de água. Segui-o e, onde ele entrar, dizei ao dono da casa: "O Mestre pergunta: onde está a sala em que hei de comer a Páscoa com os meus discípulos?". Ele vos mostrará uma grande sala no andar superior, alcatifada e pronta. Preparai-nos lá o que é preciso». Os discípulos partiram e foram à cidade. Encontraram tudo como Jesus lhes tinha dito e prepararam a Páscoa. Enquanto comiam, Jesus tomou o pão, recitou a bênção e partiu-o, deu-o aos discípulos e disse: «Tomai: isto é o meu corpo». Depois, tomou um cálice, deu graças e entregou-lho. E todos beberam dele. Disse Jesus: «Este é o meu sangue, o sangue da nova aliança, derramado pela multidão dos homens. Em verdade vos digo, não voltarei a beber do fruto da videira até ao dia em que beberei do vinho novo no Reino de Deus». Cantaram os salmos e saíram para o monte das Oliveiras. 
Tradução litúrgica da Bíblia 
São Boaventura 
(1221-1274) 
Franciscano, doutor da Igreja 
Tratado da preparação para a Missa 
O prodigioso mistério da Eucaristia 
Quando te aproximares da mesa do banquete celeste, examina-te a ti mesmo, seguindo o conselho do apóstolo (cf 1Cor 11,28). Examina bem com que fé te aproximas. Antes de mais, vê que fé deves ter na verdade e na natureza deste sacramento da Eucaristia. Tens de acreditar firmemente e sem qualquer dúvida no que a fé católica ensina e proclama: que, no momento em que são pronunciadas as palavras de Cristo, o pão material e visível presta homenagem, por assim dizer, ao Criador e dá lugar, sob a aparência visível dos acidentes, ao Pão vivo que desce do Céu para o ministério e o serviço sacramental. O pão material deixa de existir e, ao mesmo tempo, sob os seus acidentes, várias coisas existem de facto de modo prodigioso e inefável. Em primeiro lugar, a carne puríssima e o corpo sagrado de Cristo, que foram gerados pela ação do Espírito Santo no seio da gloriosa Virgem Maria, foram suspensos na cruz, depositados no túmulo e glorificados no Céu. Como a carne não vive sem sangue, este sangue precioso, que jorrou felizmente na cruz para a salvação do mundo, está também necessariamente presente. E, como não há verdadeiro homem sem uma alma racional, a alma gloriosa de Jesus Cristo, que supera em graça e glória toda a virtude, toda a glória e todo o poder, em quem «estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento» (Col 2,3), está também ali presente. Finalmente, como Cristo é verdadeiro Homem e verdadeiro Deus, Deus está ali presente na glória da sua majestade. Estas quatro realidades, tomadas em conjunto e distinguidas umas das outras, estão plena e perfeitamente contidas nas espécies de pão e de vinho; tanto no cálice como na hóstia, e não menos num do que no outro, de modo que nada falta num que deva ser compensado no outro, e tudo se encontra em cada um dos dois por um mistério sobre o qual «teríamos muito a dizer» (Heb 5, 11). Mas basta acreditarmos que cada uma das espécies contém o verdadeiro Deus e verdadeiro Homem, rodeado pelo concurso dos anjos e pela presença dos santos.

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