Evangelho segundo São Mateus 10,7-13.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus Apóstolos: «Ide e proclamai que está próximo o Reino dos Céus.
Curai os enfermos, ressuscitai os mortos, sarai os leprosos, expulsai os demónios. Recebestes de graça, dai de graça.
Não adquirais ouro, prata ou cobre, para guardardes nas vossas bolsas;
nem alforge para o caminho, nem duas túnicas, nem sandálias, nem cajado; porque o trabalhador merece o seu sustento.
Quando entrardes em alguma cidade ou aldeia, procurai saber de alguém que seja digno e ficai em sua casa até partirdes daquele lugar.
Ao entrardes na casa, saudai-a,
e se for digna, desça a vossa paz sobre ela; mas se não for digna, volte para vós a vossa paz».
Tradução litúrgica da Bíblia
Papa, doutor da Igreja
Livro XII, SC 212
A armadilha do orgulho
«Vou esclarecer-te, escuta-me;
vou narrar-te o que vi» (Job 15,17).
O que é próprio do arrogante é nunca ter um sentimento de retidão, por pequeno que seja, que não o ponha ao serviço do orgulho; é não se elevar com a sua inteligência acima de si próprio senão para cair, inchado de vaidade, na armadilha do orgulho; é julgar-se mais sábio que os sábios; é reivindicar o respeito de quem vale mais do que ele; é pretender ensinar, com ar de autoridade, os que são mais santos que ele. Daí aquela frase: «Vou esclarecer-te, escuta-me».
Depois da afirmação: «O ímpio é orgulhoso em todos os seus dias» (Job 15,20), Job comenta: «e o número dos dias da sua tirania é incerto». de facto, porque te orgulhas com esta ou aquela certeza quando a pena da incerteza é o destino da condição humana? Mas aos homens de vida depravada, Deus omnipotente não reserva apenas os suplícios da vida futura; já neste mundo lhes enche o coração de penas quando fraquejam, pois ao pecar são eles próprios que mais sofrem, sempre temerosos, sempre desafiadores, receando que os outros lhes inflijam aquilo que se recordam de lhes ter feito.
Nenhum comentário:
Postar um comentário