Evangelho segundo São Mateus 5,38-42.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Ouvistes que foi dito aos antigos: "Olho por olho e dente por dente".
Eu, porém, digo-vos: não resistais ao homem mau. Mas, se alguém te bater na face direita, oferece-lhe também a esquerda.
Se alguém quiser levar-te ao tribunal para ficar com a tua túnica, deixa-lhe também o manto.
Se alguém te obrigar a acompanhá-lo durante uma milha, acompanha-o durante duas.
Dá a quem te pedir e não voltes as costas a quem te pede emprestado».
Tradução litúrgica da Bíblia
Monge, bispo(470-543)
Sermões ao povo, n.º 23, 4-5,
inspirados em Santo Agostinho; SC 243
«Eu, porém, digo-vos: não resistais ao homem mau».
«Quem observa toda a lei mas falta num só mandamento, torna-se réu de todos os outros» (Tg 2,10). E que preceito é este senão o do verdadeiro amor, da caridade perfeita? Foi dela que o apóstolo Paulo também disse: «Toda a lei se encerra neste preceito: amarás ao teu próximo como a ti mesmo» (Gal 5,14).
Porque a verdadeira caridade é paciente na adversidade e comedida na prosperidade; é forte no sofrimento, alegre nas boas obras, perfeitamente segura na tentação; é suave com os verdadeiros irmãos e paciente com os falsos; é inocente nas armadilhas; chora com a maldade; respira na verdade. É pura em Susana casada, em Ana viúva, em Maria virgem (cf Dan 13,1ss; Lc 2,36). É humilde na obediência de Pedro e livre na argumentação de Paulo. É humana no testemunho dos cristãos, divina no perdão de Cristo. Porque a verdadeira caridade, queridos irmãos, é a alma das Escrituras, a força da profecia, a moldura do conhecimento, o fruto da fé, a riqueza dos pobres, a vida dos moribundos. Conservai-a, pois, com fidelidade; amai-a com todo o vosso coração e com toda a força do vosso entendimento (cf Mc 12,30).
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