terça-feira, 28 de abril de 2020

Santa Gianna Beretta Molla, Mãe, Esposa, Médica – 28 de abril

     Gianna era ardorosa defensora da vida, sobretudo das crianças, nascituras ou já nascidas. Defendia corajosamente o direito de a criança nascer. Dizia: "O médico não se deve intrometer... O direito à vida da criança é igual ao direito à vida da mãe. O médico não pode decidir. É pecado matar no seio materno!"
      Gianna Beretta nasceu em Magenta (Milão, Itália) aos 4 de outubro de 1922, dia de São Francisco de Assis, filha de Alberto Beretta e Maria Michelli, ambos da Ordem Franciscana Secular; era a 12ª filha do casal Beretta.
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     Desde muito pequena, Gianna acompanhava sua mãe à Missa diária e – no fervor da norma dada pelo Papa São Pio X para que as crianças pudessem receber o Senhor Jesus na Eucaristia – e devido ao cuidado em seus estudos religiosos por seus pais e sua irmã mais velha Amélia, Gianna foi autorizada a fazer sua 1ª. Comunhão aos 5 anos e meio. Em 4 de abril de 1948 ela recebeu sua 1ª. Comunhão na paróquia de Santa Grata em Bérgamo. Dois anos depois, ela foi confirmada na Catedral. A partir daí, Gianna ia à missa e recebia a Comunhão diariamente, qualquer que fosse o clima ou seus estudos.
     Aos 15 anos, depois de um retiro segundo o método de Santo Inácio de Loyola, tomou o propósito de “mil vezes morrer a cometer um pecado mortal”. Era muito devota da Virgem, tanto que, quando sua mãe morreu, disse a Maria: “Confio em Vós, doce Mãe, e tenho a certeza de que nunca me abandonará”. Costumava falar da Mãe de Deus em seus encontros com as meninas da Ação Católica e nas cartas ao seu noivo que logo se tornou seu marido.
      Durante os anos de estudos e na Universidade, enquanto se dedicava diligentemente aos seus deveres, exercia generoso apostolado entre os jovens da Ação Católica e de caridade para com os idosos e os necessitados nas Conferências de São Vicente. Nunca deixou de rezar nem de demonstrar a sua fé por meio das obras.
1a./Comunhão
de Gianna
     Laureada com louvor em Medicina e Cirurgia em 1949 pela Universidade de Pavia (Itália), especializou-se em Pediatria. No exercício da Medicina tinha um firme propósito: “Não esqueçamos que no corpo de nosso paciente existe uma alma imortal. Sejamos honestos e médicos de fé”. Por isso, incentivava as grávidas a terem seus filhos como um presente de Deus e a recusar o aborto.
     Em 1950 abriu seu consultório médico em Mêsero (nos arredores de Milão). Especializou-se em pediatria na Universidade de Milão em 1952 e, entre seus clientes, demonstrava especial cuidado para as mães, crianças, idosos e pobres.
     Pretendia unir-se ao seu irmão, Padre Alberto, médico e missionário no Brasil, que havia fundado um hospital na cidade de Grajaú, no Estado do Maranhão, mas foi desaconselhada por seu Bispo.
     No ano de 1954, conheceu o engenheiro Pietro Molla. Noivaram em 11 de abril de 1955 e casaram-se no dia 24 de setembro do mesmo ano, tendo a cerimônia sido presidida por seu outro irmão, Padre José, na Basílica de São Martinho, em Magenta. Durante o noivado escreveu ao seu noivo: "Quero formar uma família verdadeiramente cristã; um pequeno cenáculo onde o Senhor reine nos nossos corações, ilumine as nossas decisões, guie os nossos programas".
      Em novembro de 1956, já é a radiosa mãe de Pedro Luís; em dezembro de 1957 de Mariolina e, em julho de 1959, de Laura. Com simplicidade e equilíbrio, harmoniza os deveres de mãe, de esposa, de médica e da grande alegria de viver. Depois do nascimento de Laura, a médica perdeu, por causas não bem explicadas pela Medicina de então, na quinta e na sexta gravidez, dois de seus filhos sempre no segundo mês de gestação.
     Em 1961, aos 39 anos, no entanto, engravidou pela sétima vez, e descobriu-se que tinha um fibroma no útero. Três opções lhe foram apresentadas naquele momento: retirar o útero doente, o que ocasionaria a morte da criança; abortar o feto, ou, a mais arriscada, submeter-se a uma cirurgia de risco e preservar a gravidez. Ela optou pela última alternativa.
     Alguns dias antes do parto, sempre com grande confiança na Providência, demonstrava-se pronta a sacrificar sua vida para salvar a do filho: “Se deveis decidir entre mim e o filho, nenhuma hesitação: escolhei - e isto o exijo - a criança. Salvai-a!”.
     Deu entrada, para o parto, no hospital de Monza, na sexta-feira da Semana Santa de 1962. Na manhã de 21 de abril de 1962 nasceu Joana Manuela, a quem teve por breves instantes em seus braços. Sempre afirmou: “Entre a minha vida e a do meu filho salvem a criança!”. 
    Apesar dos esforços para salvar a vida de ambos, na manhã de 28 de abril, em meio a atrozes dores e após ter repetido a jaculatória “Jesus eu te amo, eu te amo”, morreu santamente. Tinha 39 anos. Seus funerais transformaram-se em grande manifestação popular de profunda comoção, de fé e de oração.
     O milagre para a beatificação aconteceu no Brasil, em 1977, na cidade de Grajau, no Maranhão, naquele mesmo hospital onde Gianna queria ser missionária.
     Foi beatificada em 24 de abril de 1994; e canonizada no dia 16 de maio de 2004, quando recebeu de João Paulo II o sugestivo título de "Mãe de Família". Na cerimônia estavam presentes o seu marido Pietro Molla, as filhas Gianna Emanuela e Laura, e o filho Pierluigi. Mariolina faleceu com seis anos, dois anos após a mãe.
     A Santa repousa no cemitério de Mêsero, distante 4 quilômetros de Magenta, nos arredores de Milão (Itália).
Oração:
     “Senhor, que seja Tua Vontade. Amamos a Cruz e temos que refletir que não a carregamos sozinhos(as), se não que é Jesus que nos ajuda a carregá-la e que Nele somos capazes de fazê-lo, já que Ele nos dá a força necessária para isso”. (Gianna Beretta Molla
Filha de Santa Gianna Beretta Molla conta qual o “segredo” da santidade de sua mãe
     O que foi que levou Santa Gianna Beretta Molla a escolher a vida de sua filha à custa de sua própria quando confrontada com a decisão? O que foi que a permitiu louvar e agradecer a Deus mesmo morrendo depois de dar à luz ao seu saudável bebê, deixando quatro crianças pequenas e um marido amoroso?
     O segredo da santidade de Santa Gianna foi revelado ao LifeSiteNews em uma entrevista com a própria pessoa para quem a santa deu sua vida: a sua filha Gianna Emanuela Molla.
     Gianna Emanuela, 54 anos, disse que se a vida de seus pais a ensinou algo é que o “caminho da cruz” é “seguramente o caminho certo” que os cristãos devem seguir “para poder um dia desfrutar da alegria de estar no paraíso diante de Deus, para sempre”.
     Gianna Emanuela disse que o “sim” de sua mãe a Deus em meio às complicações e a agonizante dor em torno da gravidez e do parto permitiram que Deus levantasse algo belo daquilo que a maioria das pessoas consideraria uma situação de desespero.
     “Minha Santa Mãe ao dizer o seu ‘sim’ a Deus permitiu que Deus realizasse (trouxesse ao cumprimento) a minha própria vida de maneira completa”.
    Ela disse que a chave para abraçar a cruz de forma que isso se transforme em fonte de alegria é “continuamente” agradecer a Deus por tudo, de bom e de ruim, que acontece em nosso caminho.
     “Mamãe e papai sofreram muito em suas vidas… E mesmo sofrendo muito, eles tinham uma grande alegria no coração. Eles continuamente agradeciam a Deus, isso era o segredo deles. Se pensarmos que Jesus foi à cruz, não é possível pensar num caminho diferente para nós [como cristãos]. Este caminho da cruz, é também o caminho da alegria”.
Fontes:

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