PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA REDENTORISTA 52 ANOS CONSAGRADO 44 ANOS SACERDOTE |
2167. É bom rezar
Falamos muito da necessidade da oração. Mas os orantes são poucos. Sentimos uma permanente necessidade de rezar e muito. É o que dizemos. O que fazemos? Sabemos rezar? Faltam mestres de oração. Para mim o Papa Francisco é um mestre de oração. Refletindo sua Exortação Apostólica Gaudete et Exultate, passamos a compreender a importância que dá à oração. Diz ele: “Lembremos que a santidade é feita de abertura habitual à transcendência, que se expressa na oração e na adoração. O santo é uma pessoa orante que tem necessidade de se comunicar com Deus” (GE 147). Pela experiência pessoal e pelo contato com muitas pessoas, podemos dizer que não sabemos rezar. E, o que aparece por aí, não responde a um projeto de santidade na oração. O Papa lembra S. João da Cruz que recomendava que se procurasse “andar na presença de Deus”, cada um a seu modo (GE 147). Não se trata de ficar falando a Deus, mas deixá-Lo falar. “Trata-se do desejo de Deus que não pode deixar de se manifestar em nossa vida diária: “procura que a tua oração seja contínua e, no meio dos exercícios corporais, não a deixes. ‘Quando comes, bebes, conversas com outros, ou em qualquer outra coisa que faças, sempre deseja a Deus e prende a Ele o teu coração”’ (GE 148). Como ensina S. Teresa, para que tenhamos essa oração permanente, não falação permanente, “são necessários também alguns tempos dedicados só a Deus, na solidão com Ele...É uma relação íntima de amizade, permanecendo muitas vezes a sós com quem sabemos que nos ama” (GE 149).
2168. No silêncio da vida.
Vivemos em contínuo rumor. Precisamos estar sempre no barulho. Podemos viver no meio da multidão em silêncio e também estar sozinhos com a multidão dentro de nós. O silêncio interior é uma conquista dolorosa. O Papa Francisco explica: “A oração confiante é uma resposta do coração que se abre a Deus face a face, onde são silenciados todos os rumores para escutar a voz suave do Senhor que ressoa no silêncio” (EG 149). É um processo difícil que exige que nos esforcemos para cortar um pouco os rumores externos e estarmos atentos em ouvir os necessitados. Assim somos capazes de silenciar “outras coisas”. Nossos pecados fazem muito barulho. “No silêncio, é possível discernir, à luz do Espírito, os caminhos de santidade que o Senhor nos propõe” (GE 150). É preciso deixar-se contemplar por Deus. Deus nos olha silenciosamente amando-nos. Contemplá-Lo recompõe nossa humanidade, afirma o Papa. Não se trata de um silêncio que nos tire do mundo, mas nos leve a ouvir e ajudar os necessitados a terem sentido. Nossa história faz parte desse silêncio. A memória agradecida, como ensina Santo Inácio, nos faz inteiros.
2169. O humano da oração
A oração é também súplica, pois é “expressão do coração que confia em Deus, pois sabe que sozinho não consegue... A súplica de intercessão tem um valor particular, porque é um ato de confiança em Deus e, ao mesmo tempo, uma expressão de amor ao próximo” (GE 154). A oração é também adoração, reconhecendo-O. O coração humano encontra Deus na leitura orante da Palavra de Deus. Ela tem força de vida. Ela nos transforma. Cheios da Palavra, abrimos espaço para a Eucaristia. A Palavra se faz pão. “E, quando O recebemos na Comunhão, renovamos a nossa aliança com Ele e consentimos realizar cada vez mais a sua obra transformadora”, diz o Papa Francisco.
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