sexta-feira, 15 de novembro de 2019

REFLETINDO A PALAVRA -“Transfiguração de Cristo e do cristão”

PADRE LUIZ CARLOS
DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
51 ANOS CONSAGRADO
44 ANOS SACERDOTE
Aliança no sangue do Filho 
No início da Quaresma entramos em clima de reflexão a partir da triste realidade da tentação e da necessidade de conversão permanente. Quaresma não tem um sentido em si, mas na meta que a justifica: a Páscoa do Senhor! O primeiro e o segundo domingo da Quaresma são uma meditação sobre a vida cristã. O pecado não é o fim. Jesus o venceu. A transfiguração de Jesus é a meta de todos que, resgatados por Ele, são transfigurados pela graça da salvação, como o foi em sua morte e ressurreição. A meditação sobre o pecado, sobre a tentação e o sobre sofrimento de Jesus deve provocar-nos uma conversão para chegarmos renovados à Ressurreição do Senhor. Deus faz aliança com Abraão depois de exigir uma obediência total: o sacrifício de seu filho Isaac a quem tanto amava. Deus acolheu sua obediência, mesmo sem ter chegado ao extremo da prova. O Filho amado de Deus, contudo, foi ao extremo, sendo sacrificado. Isaac carrega a lenha, Jesus carrega a cruz. Isaac não recusa ser morto; o Filho, mesmo sofrendo faz a vontade do Pai. A aliança do homem com Deus está no acolhimento de sua vontade que é expressa nas palavras do Filho amado. Garantimos nossa aliança com Deus em Cristo quando vivemos seu Evangelho. A ordem do Pai é que ouçamos o que diz o Filho (Mc 9,7). A promessa de Deus a Abraão é a descendência. O Pai dá ao Filho, não uma descendência, mas a Ressurreição que faz todos irmãos. A transfiguração de Jesus nos mostra onde vamos chegar. A graça nos transfigura em nossas atitudes. Transparecemos através de nossas obras. 
Ele Se transfigurou 
Antes de subir o monte Calvário, Jesus sobe o monte Tabor. Isaac sobe o monte com a lenha; Jesus sobe o Monte Calvário com a cruz às costas; no Monte do Tabor mostra o brilho da sua Divindade. Essa imagem glorificada explica que a Paixão chega à Ressurreição dos mortos. Ele é a Divindade que se manifestou. De agora em diante a Lei e os Profetas, representados por Moisés e Elias, só se entendem a partir de Jesus. Por isso a nuvem que simboliza a presença de Deus, provoca o santo temor. A sua transfiguração é uma demonstração aos discípulos e a nós que preparamos a Páscoa, que nós também seremos transfigurados pela conversão e pela graça da Ressurreição. Sob esse aspecto temos um caminho muito bonito e claro para a espiritualidade do cristão: Transfigura-se porque está unido a Cristo. Espiritualidade não são obras. Essas são resultado. Espiritualidade é uma transformação interior. Cristo resplandece em nós. Ficamos na parte externa e não vamos ao centro do mistério de Cristo em nós. A imagem do homem novo vai se formando em nós ao ouvirmos suas palavras e assumirmos sua vida. Assim teremos seus sentimentos, sua mentalidade e agiremos guiados pelo seu mandamento transfigura que dnossa vida: “Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei” (Jo 15,12).
Este é meu Filho amado, ouvi-O 
Celebrar uma aliança é sempre assumir um contrato. As palavras de Deus se unem à resposta do homem. Deus promete a Abraão uma descendência. Ao enviar seu Filho para selar a aliança com seu sangue, propõe para nós o compromisso de ouvir sua Palavra, pois Ele é a Palavra viva. A Ele vamos ouvir. Se nos deu o Filho, não nos daria tudo com Ele? Ouvir o Filho é corresponder à aliança e chegar à transfiguração. Ao iniciar seu ministério Jesus insiste: “Convertei-vos e crede no Evangelho”. Crer é acolher a aliança que Deus faz conosco em seu Filho. Assim podemos celebrar a Páscoa com um pão puro. Celebrar a Páscoa não é contar uma história. É tornar presente um mistério que dá Vida.

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