domingo, 2 de dezembro de 2018

EVANGELHO DO DIA 2 DE DEZEMBRO

Evangelho segundo São Lucas 21,25-28.34-36. 
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas e, na terra, angústia entre as nações, aterradas com o rugido e a agitação do mar. Os homens morrerão de pavor, na expectativa do que vai suceder ao universo, pois as forças celestes serão abaladas. Então hão de ver o Filho do homem vir numa nuvem, com grande poder e glória. Quando estas coisas começarem a acontecer, erguei-vos e levantai a cabeça, porque a vossa libertação está próxima». Tende cuidado convosco, não suceda que os vossos corações se tornem pesados pela intemperança, a embriaguez e as preocupações da vida, e esse dia não vos surpreenda subitamente como uma armadilha, pois ele atingirá todos os que habitam a face da terra. Portanto, vigiai e orai em todo o tempo, para que possais livrar-vos de tudo o que vai acontecer e comparecer diante do Filho do homem». Tradução litúrgica da Bíblia 
Beato Jan van Ruysbroeck (1293-1381) 
cónego regular
«Núpcias espirituais», 1 
«Então hão de ver o Filho do homem vir»
«Aí vem o esposo» (Mt 25, 6). É Cristo, nosso esposo, que profere esta palavra. Em latim, o termo «venit» contém dois tempos do verbo: o passado e o presente; o que não o impede de visar também o futuro. Por isso, vamos considerar as três vindas do nosso esposo, Jesus Cristo. Quando da primeira vinda, Ele fez-Se homem por causa do homem, por amor. A segunda vinda tem lugar todos os dias, frequentemente e em muitas ocasiões, em todos os corações que amam, acompanhada de novas graças e de novas dádivas, consoante a capacidade de cada um. A terceira vinda é aquela que terá lugar no dia do Juízo ou na hora da morte. [...] Deus criou os anjos e os homens pela sua bondade infinita e pela sua nobreza: quis fazê-lo para que a beatitude e a riqueza que Ele próprio é fossem reveladas às criaturas dotadas de razão, e para que estas pudessem saboreá-l'O no tempo e usufruir d'Ele para lá do tempo, na eternidade. Deus fez-Se homem pelo seu amor imenso e pelo infortúnio dos homens, que estavam alterados pela queda do pecado original e eram incapazes de se curar dele. Mas o motivo por que Cristo realizou todas as suas obras na Terra, não apenas segundo a sua divindade mas também segundo a sua humanidade, é quádruplo, a saber: o seu amor divino, que não tem fim; o amor criado, ou caridade, que possuía na sua alma, graças à união com o Verbo eterno e à dádiva perfeita que seu Pai Lhe fizera desse mesmo amor; o grande infortúnio em que se encontrava a natureza humana; e, por fim, a honra de seu Pai. Foram estes os motivos da vinda de Cristo, nosso esposo, e de todas as suas obras.

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