PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA REDENTORISTA-50 ANOS CONSAGRADO |
1357. Uma grande alegria
Como é fascinante esse tempo de festas
natalinas! Luzes e enfeites enchem nossos olhos. Por mais que se diga que virou
comércio, ainda podemos sentir o encanto do Natal. É maravilhoso contemplar
todas as belezas que Deus concedeu aos humanos. Nosso universo passou por
momentos estupendos de transformação. Nossa civilização (se for este o nome)
também vivenciou descobertas que nos deram uma vida melhor. Tantas ainda que
nem percebemos. Contudo, houve um momento, numa noite fria, num campo de
pastores que eram os últimos da sociedade, ouviu-se: “Eis que vos anuncio uma
grande alegria, que será para todo o povo: Nasceu-vos hoje um Salvador, que é o
Cristo – Senhor” (Lc 2,10-11). Mesmo
que houvesse os meios de comunicação que possuímos, não seria notícia (como o
nascimento do 3º na linha da sucessão do trono da Inglaterra). Contudo é o
maior acontecimento de todos os tempos. Mesmo que não tenhamos fé, o acontecimento
permanece como a maior mudança do Universo. Agora temos a grande novidade: Deus
Conosco – Emanuel. Não captamos bem o que significa Deus vir morar entre nós e
dar-nos a participação de Sua Vida em Seu Filho que nasce como criatura humana,
sem deixar de ser Deus. Jesus se faz singelo e simples para podermos ter força para
acolher a grande novidade. O Natal que celebramos nasce desta fraternidade que
Jesus teve para conosco. Recebemos a oportunidade de participar da divindade,
como Ele recebeu nossa humanidade. A História foi penetrada pela divindade. A
presença dos Anjos cantando diante dos pastores, mais que um espetáculo, é a
proclamação que este acontecimento interessa a Céus e Terra. Quanto mais
contemplamos o mistério do nascimento do Filho de Deus, mais nos sentimos
amados por Aquele que nos amou primeiro e enviou seu Filho.
1358. Contemplar e amar
A
dimensão festiva do Natal não pode deixar o coração sem sua festa. O Verbo ver aparece diversas vezes nas
narrativas deste período. Seu sentido não é somente ver com os olhos, mas olhar
com o coração. Os pastores disseram: “Vamos a Belém, e vejamos o que aconteceu, o que o Senhor nos deu a conhecer... Vendo-O contaram o que lhes fora dito a
respeito do Menino... Maria conservava todos esses acontecimentos e os meditava
em seu coração. Os pastores voltaram alegres, glorificando a Deus por tudo o
que tinham visto e ouvido” ((Lc 2,15-20). Ver para acolher, ouvir para contemplar. Fazemos
assim a experiência do Deus feito Homem na forma de uma criança. Se isso não
nos toca o coração, perdemos o sentido da vida. Não basta fazer e saber muitas
coisas. É preciso conhecer Deus. O Universo tomou novo sentido. Nossa vida só
será completa se desenvolvermos a humanidade e a divindade que habitam em nós.
1359. Nascimento de Jesus, um caminho.
O
nascimento de Jesus em Belém numa cocheira, deitado num cocho, fora de sua
casa, não é somente um dado histórico, mas é um caminho para todos. Certamente
para Deus o ouro vale tanto quanto a palha. Todo lugar para ele é um bom lugar.
Para nós é um aprendizado para viver na simplicidade, valorizando as pessoas
humildes e sendo felizes em qualquer circunstância. O desapego total de Jesus
acontece porque está totalmente repleto de si mesmo, sendo humano e divino. É
um convite a valorizarmos nossa natureza humana assumida pelo Filho de Deus e
aprofundarmos a participação na vida divina que nos foi dada na encarnação do
Filho de Deus. Como todos participam, somos todos irmãos e ninguém é melhor que
ninguém. Todos somos um Naquele que nos amou.
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