terça-feira, 31 de outubro de 2017

O BURRO EMPACADO

PADRE CLÓVIS DE JESUS BOVO
REDENTORISTA
VICE-POSTULADOR DA CAUSA
VENERÁVEL PADRE PELÁGIO
REDENTORISTA
Certa vez um homem saiu puxando um burro bem carregado. O pacato animal seguia vagaroso pela estrada de roça, quando chegaram a uma ponte estreita. O burro pisou cautelosamente, cismou e empacou no meio. Não queria continuar a travessia, por mais que o camponês o puxasse pelas rédeas ou empurrasse pela traseira. Todas as táticas conhecidas para fazê-lo caminhar foram baldadas. Parecia estar pregado no chão da ponte. Além do mais, impedia a passagem dos que desejavam atravessar. Muitos que chegavam ofereciam-se para ajudar, forcejando e empurrando, mas o burro continuava impassível. Quanto mais o empurravam para frente, mais ele se atracava no chão. Por fim chegou um homem com nova sugestão:
-Posso tentar também?
O dono disse que sim, embora sem nenhuma fé. O homem agarrou o burro pelo rabo e puxou-o vigorosamente para trás. Para surpresa e espanto de todos, esse puxão produziu efeito contrário. O teimoso avançou para a frente. De uma só arrancada, acabou de atravessar a ponte. 
Para refletir: Às vezes, para conseguir alguma coisa de algum teimoso, é preciso pedir o contrário do que se deseja.
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REFLETINDO A PALAVRA - “Alegria da fé”

PADRE LUIZ CARLOS
DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
Tua fé te curou
               Em sua última viagem a Jerusalém para realizar seu Batismo de sangue, como lemos no evangelho (Mc 10,39), Jesus passa por Jericó, a mais antiga cidade do mundo, fazendo o caminho a Jerusalém. São 37 km. À beira do caminho estava um cego chamado Bar-Timeo (Filho de Timeo) que pedia esmolas. Ao saber que era Jesus de Nazaré que passava, começou a gritar: Jesus, Filho de Davi, tende compaixão de mim. Esta prece entrou na liturgia e na vida espiritual dos contemplativos do Oriente. E se canta: Kyrie, eleison – Senhor, tem piedade. Ele diz Filho de Davi, que é o Messias e vai fazer maravilhas para os necessitados. Amigavelmente Jesus o acolheu e perguntou: “Que queres que eu te faça?” (Mc 10,51). Sua palavra reflete o anseio de quem quer ver mais longe: “Senhor, que eu veja”!  Ele usa o termo: Rabbuni – Mestre. É a mesma palavra usada por Madalena na manhã da Ressurreição (Jo 20,16). Abrir os olhos é ver o Ressuscitado. A resposta de Jesus esclarece o sentido do milagre: “Vai, a tua fé te curou”! Não se trata de uma fé que o leva a curar, mas de uma fé que leva a ver em Jesus o Messias prometido. As palavras que seguem são a indicação da finalidade do milagre: “No mesmo instante ele recuperou a vista e seguiu Jesus” (51-52).  Pela fé poderemos continuar o processo de cura das pessoas usando os dons que Deus nos deu. Precisamos ser curados da cegueira do egoísmo espiritual
Fé que transforma
               A fé é um dom Divino transformante. Bar-Timeo, depois de curado seguiu Jesus. Vê a luz e a segue. A primeira leitura, referindo-se à volta de onde estiveram dispersos. Transforma a vida dos sofredores, pois Deus se tornara um pai para seu povo (Jr 317-9). O salmo 135, referindo-se ao retorno do exílio na Babilônia narra as maravilhas do retorno. Existe uma grande transformação como sair da escuridão da cegueira e ir para a luz maravilhosa de Deus. A transformação acontece porque Jesus, em sua encarnação, participou integralmente da natureza humana, e mesmo de sua fragilidade: “Sabe ter compaixão dos que estão na ignorância e no erro, porque Ele mesmo está cercado de fraquezas” (Hb 5,2). Ter compaixão dos fracos é fruto da transformação que existe naquele que se sente fraco e tem a misericórdia de Deus. Por isso sabe compadecer-se. Este é o sentido fundamental do sacerdócio de Cristo. Seu sofrimento foi sacerdotal: dar a vida para que todos tivessem vida. Esta é o sacerdócio que Cristo quis para sua Igreja: Ser misericordioso porque Deus foi misericordioso com Ele. Há muita gente à beira do caminho da fé. Compete a nós conduzi-los a Jesus. O que mais vemos é mandar que se cale, ou nos fazemos surdos a seus gritos que se expressam de maneiras tão misteriosas.
Ver com os olhos da fé
               Não nos preocupamos muito em saber o que vêem os olhos da fé. Enxergar com os olhos naturais nos abre a imensidão das belezas criadas. Ver com a fé é enxergar as riquezas espirituais; é ver a dimensão espiritual que possuem as coisas naturais e através delas, como diz Paulo aos Romanos, dar glória ao Criador (Rm 1,21); é ver o fio maravilhoso que une nossa vida terrena à vida eterna; é poder ver a ação de Deus nas realidades que nos cercam; é conduzir a vida, mesmo nas dificuldades na direção daquele que nos ama com amor incondicional; é deixar o amor tornar-se uma fonte que jorra para eternidade; é sair da preciosa pequenez humana para a grandeza da Vida Divina da qual participamos; é reconhecer e acolher em cada sacramento a ação de Deus que nos redime e nos sustenta. 

EVANGELHO DO DIA 31 DE OUTUBRO

Evangelho segundo S. Lucas 13,18-21.
Naquele tempo, disse Jesus: «A que é semelhante o reino de Deus, a que hei de compará-lo? É semelhante ao grão de mostarda que um homem tomou e lançou na sua horta. Cresceu, tornou-se árvore e as aves do céu vieram abrigar-se nos seus ramos». Jesus disse ainda: «A que hei de comparar o reino de Deus? É semelhante ao fermento que uma mulher tomou e misturou em três medidas de farinha, até ficar tudo levedado».
Tradução litúrgica da Bíblia 
Comentário do dia: 
Simeão, o Novo Teólogo (c. 949-1022), monge grego 
Hino 17
                                  O reino de Deus
Vou mostrar-te claramente que é aqui em baixo que tens de acolher o Reino dos céus, todo inteiro, se nele quiseres entrar após a tua morte. Escuta Deus que te fala em parábolas: «A que é semelhante o reino de Deus, a que hei de compará-lo? É semelhante ao grão de mostarda que um homem tomou e lançou na sua horta. Cresceu, tornou-se árvore». Esse grão é o Reino dos céus, é a graça do Espírito divino, e a horta é o coração de cada homem, o sítio onde quem O recebeu esconde o Espírito no fundo de si mesmo, nas pregas das suas entranhas, para que ninguém O possa ver. E guarda-O com todo o cuidado, para que germine, para que Se torne uma árvore e Se eleve até ao céu. Portanto, se disseres: «Não é aqui em baixo, mas só após a morte que acederão ao Reino todos os que o tiverem desejado com fervor», estás a alterar o sentido das parábolas do Salvador nosso Deus. E, se não tomares o grão, esse grão de mostarda, como Ele te disse, se não o lançares na tua horta, ficarás totalmente estéril. Pois é aqui que recebes a semente. «Aqui em baixo, recebe o penhor», diz o Mestre; «aqui em baixo, recebe o selo. Já aqui, acende a tua lâmpada. Se fores sensato, é aqui em baixo que Me tornarei para ti a pérola (Mt 13,45), é aqui em baixo que serei o teu trigo e o teu grão de mostarda. É aqui em baixo que serei fermento e farei levedar a massa. É aqui que serei para ti como água e Me tornarei fogo abrasador. É aqui que Me tornarei a tua veste e o teu alimento e toda a tua bebida, se o desejares». Eis o que diz o Mestre: «Assim pois, se já aqui em baixo Me reconheceres como tal, também no céu Me possuirás inefavelmente e Eu tornar-Me-ei tudo para ti». 

31 DE OUTUBRO - PORTEIRO DO CONVENTO MAIS DE 40 ANOS

Afonso Rodrigues (1532-1617) é um santo espanhol, filho de comerciantes. Devido à morte prematura do pai, precisou interromper os estudos para cuidar do comércio que ele deixou. Mas não tinha queda para negócio.A conselho da mãe, casou-se com Maria Juarez e teve dois filhos. Não teve sorte, porém. Logo morreram a esposa e os filhos. Minado pela dor e pelo remorso, pois pensava ter sido culpado de tudo isso, entregou-se a jejuns prolongados, vigílias de oração e outras penitências que quase puseram fim à própria vida. Finalmente entrou na Ordem dos Jesuítas e achou a paz. Exerceu durante mais de 40 anos o ofício de porteiro no convento de Monte Sião em Palmas, colônia da Espanha. Foi sempre um exemplo de humildade, obediência e seriedade no cumprimento dos deveres. Era proverbial sua obediência aos Superiores. A esse respeito contam-se varios casos. Certa vez negou-se a abrir a porta ao vice rei de Portugal, porque o seu Superior lhe dissera que não abrisse a porta para ninguém, fora do horário de atendimento. Escreveu diversos livros, entre os quais “Memórias” e “Prática da Perfeição Cristã”, sob a inspiração do Espírito Santo. Santo Afonso Rodrigues, grande místico do século XVI, rogue por nós!
PADRE CLÓVIS DE JESUS BOVO CSsR
Vice-Postulador da Causa
Venerável Padre Pelágio CSsR
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31 de Outubro - São Quintino Mártir (século III)

As notícias sobre o apóstolo da Picardia são duvidosas. Certa é, de qualquer maneira, sua existência e o martírio sofrido em Vermand, cidade que hoje leva seu nome, Saint-Quintin, às margens do rio Somme. Segundo a tradição — reconstruída várias vezes e enriquecida de episódios lendários —, Quintino era romano, quinto filho de uma família numerosa (fato insólito no baixo império) e cristã. Partiu de Roma com alguns companheiros para evangelizar a Gália. Com ele estava Luciano, também mártir e santo. Os dois dividiram entre si o território da Picardia para evangelizar. Luciano escolheu Beauvais; Quintino estabeleceu-se em Amiens e, a partir daí, difundiu a mensagem evangélica nas regiões circunvizinhas. Fê-lo com muito sucesso, até o momento em que o prefeito romano julgou oportuno detê-lo e encerrá-lo na prisão, numa tentativa de fazê-lo mudar de opinião, talvez, devolvendo-o a Roma. Mas Quintino não era do gênero dos que se furtam a compromissos e o prefeito condenou-o à morte. Como romano, o obstinado missionário merecia o privilégio — se tal cabe dizer — da decapitação. Mas como cristão (e os cristãos eram acusados de ateísmo por causa de sua recusa em adorar os deuses de Roma), teve uma morte dolorosa, precedida de várias torturas. Tudo isso aconteceu durante o império de Diocleciano ou de Maximiano (a tradição não é clara). A lenda se desdobra, a seguir, em outras particularidades. O corpo de Quintino foi lançado a um rio em cujo fundo teria permanecido cerca de 50 anos, até que as orações de uma mulher piedosa o fizeram vir à tona, ainda intacto. Ou, mais provavelmente — retifica outra tradição —, o corpo de são Quintino teria sido reencontrado por um santo monge que lhe deu digna sepultura, erigindo sobre sua tumba um mosteiro a ele dedicado, perto de Vermand, lugar de peregrinações populares desde a alta Idade Média. 
(Retirado do livro "Os Santos e os Beatos da Igreja do Ocidente e do Oriente", Paulinas Editora) 
Os textos que foram retirados de obras da Paulinas e as ilustrações, criadas exclusivamente para serem utilizadas neste site, estão protegidos pela Lei dos Direitos Autorais. Para a sua utilização, é obrigatória a inserção de crédito com o link 

WOLFGANG DE RATISBONA Bispo, Santo 924-994

No final do século I surgiu o novo contorno político dos países da Europa. Entre os construtores desse novo mapa europeu está o bispo são Wolfgang, também venerado como padroeiro dos lenhadores. Nascido no ano 924, na antiga Suábia, região do sudoeste da Alemanha, aos sete anos foi entregue à tutela de um sacerdote. Cresceu educado no Convento beneditino de Constança. Considerado um exemplo, nos estudos e no seguimento de Cristo, era muito devoto da eucaristia e tinha vocação para a vida religiosa. Saiu do colégio em 956, sem receber ordenação, para ser conselheiro do bispo de Trèves. Cargo que associou ao de professor da escola da diocese, onde arrebatava os alunos com sua sabedoria e empolgante maneira de ensinar. Com a morte do bispo em 965, decidiu retirar-se no Mosteiro beneditino da Suíça. Três anos depois, terminado o noviciado, ordenou-se sacerdote e foi evangelizar a Hungria. Na época, esses povos bárbaros tentavam firmar-se como nação, mas continuavam a invadir e saquear os reinos alemães, promovendo grandes matanças de cristãos. Wolfgang foi bem aceito e iniciou com sucesso a cristianização dos húngaros, organizando esses povos a se firmarem na terra como agricultores. Assim, começou a mostrar seu valor de pregador, pacificador e diplomata político também. Pouco tempo depois, em 972, era nomeado bispo de Ratisbona. Ratisbona, cidade da Baviera, cujos vales dos rios Reno e Naab ligam as terras da Boémia, que dependiam daquela diocese, ou seja, do bispo Wolfgang. Lá, ele, novamente, foi mestre e discípulo, professor e aprendiz. Mas foi, principalmente, o grande evangelizador e coordenador político. Caminhava de paróquia em paróquia dando exemplos de religiosidade e caridade, pregando e ensinando a irmãos, padres e leigos. Sua fé e dedicação ao trabalho trouxeram-lhe fama, e até o próprio duque da Baviera confiou-lhe os filhos para educar. Foi a atitude acertada, porque Henrique, o filho mais velho do duque, tornou-se imperador da Baviera. Bruno, o segundo filho, foi bispo exemplar, como seu mestre. A filha, Gisela, foi um modelo de rainha católica na história da Hungria. E finalmente, a outra filha, Brígida, tornou-se abadessa de um mosteiro fundado pelo bispo Wolfgang. Mas esse não foi o único mosteiro que criou, foram vários, além dos restaurados, das igrejas, hospitais, casas de repouso para velhos e creches para crianças, também fundados e administrados sob sua orientação. Sua visão evangelizadora era tão ampla que passava pelo curso político da história. Assim, surpreendeu os poderosos da época e até os superiores do clero quando decidiu separar da diocese de Ratisbona as terras da Baviera, para criar uma nova, com sua sede episcopal em Praga. Apesar das reclamações, agiu correctamente e fundou a diocese de Praga, que em 976 teve seu primeiro bispo, Tietemaro, depois sucedido pelo grande santo Alberto, doutor da Igreja. Desse modo, robusteceu a missão evangelizadora e o cristianismo firmou raízes nas terras germânicas. Em 974, devido à luta entre Henrique II da Baviera e o imperador Oto II da Alemanha, refugiou-se num mosteiro em Salzburg. E não perdeu tempo, erguendo, ali perto, uma igreja dedicada a são João Baptista, que depois foi aumentada, reformada e, em sua memória, recebendo o seu nome. Wolfgang fazia uma viagem evangelizadora pela Áustria quando adoeceu. Morreu alguns dias depois, em Pupping, no dia 31 de outubro de 994. Foi canonizado em 1052, pelo papa Leão IX. A festa de são Wolfgang, celebrada no dia de sua morte, é uma das mais tradicionais da Igreja, especialmente entre os povos cristãos de língua germânica.
Fonte: http://www.paulinas.org.br/

AFONSO RODRIGUEZ Jesuíta, Santo 1531-1617

O SANTO PORTEIRO JESUÍTA

Esse predilecto da Santíssima Virgem, cuja festa comemoramos neste mês, tornou-se grande santo e místico na humilde função de irmão leigo
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Afonso Rodríguez nasceu a 25 de julho de 1531, numa família de sete filhos e quatro filhas, sendo o segundo da numerosa prole. Como não era raro na época, seus pais, bastante virtuosos, criaram os filhos no amor e no temor de Deus e na devoção Àquela que é a Medianeira de todas as graças, Nossa Senhora.
Desde pequeno Afonso aprendeu a invocá-La e, em sua inocência, confiava-Lhe todos seus desejos e apreensões. Certo dia ― estaria ele já entrando na adolescência ― num transporte de amor, disse à soberana Senhora: “Ó Senhora, se Vós soubésseis quanto Vos amo! Eu Vos amo tanto, que Vós não podeis amar-me mais do que eu a Vós”. Ao que, aparecendo-lhe, disse-lhe a Rainha dos Céus: “Você se engana, meu filho, porque eu o amo muito mais do que você pode me amar”.

Primeiros contactos com a Companhia de Jesus

Dois religiosos jesuítas, indo pregar missão em Segóvia, hospedaram-se em sua casa. Afonso e seu irmão foram designados para atendê-los, e receberam, em troca do esmero com que o fizeram, bons conselhos e orientação religiosa. Foi o primeiro contacto que o futuro santo manteve com os jesuítas.
Com eles começariam, Afonso e seu irmão, seus estudos no colégio da Companhia em Alcalá. Dir-se-ia que o futuro de Afonso estava traçado: tornar-se-ia um sacerdote da Companhia de Jesus e brilharia por sua eloquência e santidade. Nada disso. Os caminhos da Providência eram outros. Afonso teve que interromper os estudos, com a morte do pai, pois, como seu irmão estava mais adiantado neles, era preferível que se formasse. Assim, Afonso tomou um rumo oposto: tornou-se o encarregado da loja de tecidos do falecido progenitor, e casou-se. Nasceram-lhe os dois primeiros filhos, um casal. Estava ele assim encaminhado para uma vida virtuosa dentro dos laços conjugais e como honesto comerciante.
CONTINUA EM MAIS INFORMAÇÕES:

ORAÇÃO DE TODOS OS DIAS - 31 DE OUTUBRO

Pe. Flávio Cavalca de Castro, 
redentorista
Oração da manhã para todos os dias 
Senhor meu Deus, mais um dia está começando. Agradeço a vida que se renova para mim, os trabalhos que me esperam, as alegrias e também os pequenos dissabores que nunca faltam. Que tudo quanto viverei hoje sirva para me aproximar de vós e dos que estão ao meu redor.
Creio em vós, Senhor. Eu vos amo e tudo espero de vossa bondade.
Fazei de mim uma bênção para todos que eu encontrar. Amém.  
As reflexões seguintes supõem que você antes leu o texto evangélico indicado.
31 – Terça-feira – Santos: Afonso de Palma, Antônio de Milão 
Evangelho (Lc 13,18-21) “É como o fermento que a mulher pega e mistura com três porções de farinha, até que tudo fique fermentado.” 
Acho que Jesus menino gostava de ver o milagre do fermento que Maria misturava na farinha. O poder de Deus que salva é assim; quase não se nota, de começo parece que anda acontece. Mas aos poucos os corações se expandem e a transformação acontece. Preciso deixar que o Senhor aja em mim de seu jeito, sem pressa nem resistência. Irá fazer de mim o que eu nem imaginaria. 
Oração
Senhor meu Deus, vosso poder é tão grande, que pode agir devagar, pacientemente, às escondidas. Confio em vós, em vosso amor imenso, e peço que vençais minhas resistências e meus medos. Sou massa pesada e inerte, mas podeis transformar-me, para que eu seja pão em vosso altar e na mesa para meus irmãos. Transformai-me, Senhor, com o fermento da vida que vem de vós. Amém.

segunda-feira, 30 de outubro de 2017

O CHARLATÃO E OS ROCEIROS

PADRE CLÓVIS DE JESUS BOVO
REDENTORISTA
VICE-POSTULADOR DA CAUSA
VENERÁVEL PADRE PELÁGIO
REDENTORISTA
Certa vez apareceu um vendedor ambulante na praça de uma cidade do interior. O povo, que estava saindo da missa, rodeou o homem para ver que produtos estava oferecendo. Ele gritava demagogicamente, mostrando um pacotinho:
-Olhem aqui, meus amigos. Estou oferecendo um remédio infalível contra coice de burro ou chifrada de boi bravo. Dentro de cada pacotinho há uma oração forte. O pacotinho custa cinco reais. Quem levar dois, paga oito. Quem levar três, paga apenas dez reais. 
Os roceiros se interessaram, pois viviam às voltas com animais xucros ou perigosos. Queriam experimentar o tão propalado remédio infalível. A todos que compravam, o charlatão recomendava: 
-Só devem abrir o embrulho quando chegarem às suas casas. Se abrirem antes, o remédio perde a força. 
Muita gente comprou. Voltaram para casa, ansiosos por abrir o pacotinho. Quando abriram, o que havia dentro? Cinco metros de barbante e o seguinte bilhete: 
"Para livrar-se de coices de burro bravo, basta ficar longe dele, numa distância igual ao comprimento deste barbante".
Decepcionados e indignados com o abuso da sua simplicidade, os roceiros voltaram apressadamente até a praça a fim de dar uma surra no charlatão. A essas alturas ele já estava bem longe. Fora iludir outros crédulos em outras bandas. 
Para refletir: Em todos os ramos do comércio existem os aproveitadores da simplicidade e da ingenuidade do povo. Cuidado com eles! 
Palavra de Deus: Eu vos envio como ovelhas entre os lobos. Sede, pois, prudentes como as serpentes e simples como as pombas (Mt 10,16).
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REFLETINDO A PALAVRA - “Uma missão de todos”

PADRE LUIZ CARLOS
DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
1954. Continuando a missão de Jesus
             A catequese da Igreja usa muitos métodos. Um deles são os tempos temáticos. Sejam semanas, sejam dias ou meses. Estamos no mês das missões. É um tema importante, pois é o último mandamento de Jesus: “Toda autoridade sobre o céu e sobre a terra me foi entregue. Ide, portanto, fazei que todas as nações se tornem discípulos, batizando-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo e ensinando-as a observar tudo quanto vos ordenei. E eis que estou convocado todos os dias até a consumação dos séculos” (Mt 28,18-20). Não só manda evangelizar mas afirma que continuam sua missão. João diz: “Como o Pai me enviou também Eu vos envio”... Para isso dá o Espírito Santo para o perdão dos pecados (Jo 20,20-22). A missão é continuação da missão de Jesus, na força do Espírito, como nos diz Luca: “Jesus voltou para a Galiléia, impulsionado pelo Espírito” (Lc 4,14). O mesmo Espírito que sustentou Jesus sustenta o anunciador do Evangelho. Os destinatários são todos os habitantes da terra – todo mundo. O Batismo é a conclusão da evangelização. É a união de vida com Cristo. A evangelização é também ensinamento para viver a definição de vida por Cristo. Jesus está com todo aquele que evangeliza. Cada um tem a missão e a presença de Cristo que é a finalidade da missão. Anunciar o Evangelho é o maior benefício que podemos fazer para a humanidade. É dada a vida e o modo de viver. É um bem para todos. O mundo seria muito melhor se acreditasse nas palavras de Jesus.
 1955. Uma missão pessoal
            Quando dizemos missão e evangelização temos a ideia de uma estrutura na qual estão os entendidos, os capacitados e os preparados. Com isso temos a sensação que ela é para poucos. É o que o católico pensa. Mas cada um é evangelizador a seu modo. Viver a fé já é evangelização: “Pelos frutos conhecereis a árvore” (Mt 12,33). A vida de fé, por menor que seja, já é um anúncio. Deus dá a cada um dons especiais. Ninguém é deixado de lado nas riquezas de Deus. O dom pessoal é um modo de evangelizar. Vivendo o próprio dom na fé transmitimos a vida de Deus a nosso modo. Tantas vezes a Igreja oficial não pode chegar a tantos ambientes. Pelos seus fiéis ela chegou e evangelizou. Sabemos que, em muitos países, a fé entrou através dos leigos que creram. Depois veio a estrutura eclesial com sacerdotes e bispos. Em alguns países, a primeira evangelização foi reprimida. Os missionários foram expulsos. Os fiéis, por longuíssimos anos permaneceram fiéis e mantiveram a vida da Igreja. Muita gente só será atingida pelo evangelho se for levado pessoalmente por fiéis. Essa é a vocação fundamental do leigo: ser fermento na massa, ser luz na escuridão, ser calor no frio gélido de mundo sem Deus. Jesus convida cada cristão a ser luz do mundo, sal da terra e palavra viva de Deus.
1956. Juntos é o melhor
            Quando dizemos que a evangelização é obra de cada um, Jesus acrescenta que juntos dá mais resultado, pois se somam os dons e a disposição. Jesus ensina que, se nada funcionasse, que estejam unidos: Rogo também “por aqueles que, por meio de sua palavra, crerão em Mim: a fim de que todos sejam um, como tu, Pai, estás em Mim e Eu em Ti;que eles estejam em Nós para que o mundo creia que Tu Me enviaste” (Jo 17,20-21). A união de vida se faz também união de ação. A força da evangelização será maior quanto maior for a união de todos em vista do mesmo fim: Jesus conhecido e amado. Mesmo os grupos diferentes são chamados à união de todos. No dia em que a Igreja for um corpo coeso no amor, o mundo será melhor. Onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, estarei no meio deles.

EVANGELHO DO DIA 30 DE OUTUBRO

Evangelho segundo S. Lucas 13,10-17.
Naquele tempo, estava Jesus a ensinar ao sábado numa sinagoga. Apareceu lá uma mulher com um espírito que a tornava enferma havia dezoito anos; andava curvada e não podia de modo algum endireitar-se. Ao vê-la, Jesus chamou-a e disse-lhe: «Mulher, estás livre da tua enfermidade»; e impôs-lhe as mãos. Ela endireitou-se logo e começou a dar glória a Deus. Mas o chefe da sinagoga, indignado por Jesus ter feito uma cura ao sábado, tomou a palavra e disse à multidão: «Há seis dias para trabalhar. Portanto, vinde curar-vos nesses dias e não no dia de sábado». O Senhor respondeu: «Hipócritas! Não solta cada um de vós do estábulo o seu boi ou o seu jumento ao sábado, para o levar a beber? E esta mulher, filha de Abraão, que Satanás prendeu há dezoito anos, não devia libertar-se desse jugo no dia de sábado?». Enquanto Jesus assim falava, todos os seus adversários ficaram envergonhados e a multidão alegrava-se com todas as maravilhas que Ele realizava.
Tradução litúrgica da Bíblia 
Comentário do dia: 
São Gregório Magno (c. 540-604), papa, doutor da Igreja 
Homílias sobre o Evangelho, n.° 31
«Mulher, estás livre da tua enfermidade»
«Naquele tempo, estava Jesus a ensinar ao sábado numa sinagoga. Apareceu lá uma mulher com um espírito que a tornava enferma havia dezoito anos; andava curvada e não podia de modo algum endireitar-se.» [...] O pecador, preocupado com as coisas da terra e não procurando as do Céu, torna-se incapaz de olhar para o alto: ao seguir os desejos que o conduzem para baixo, a sua alma, perdendo a retidão, curva-se, e apenas vê aquilo em que pensa incessantemente. Voltai-vos para dentro do vosso coração, irmãos muito estimados, e examinai continuamente os pensamentos que não cessam de agitar o vosso espírito. Um pensa nas honras, outro no dinheiro, outro ainda em aumentar as suas propriedades. Todas essas coisas são inferiores e, quando o espírito investe nisso, altera-se, perdendo a sua retidão. E, porque não se engrandece para desejar os bens do alto, está como esta mulher curvada, que não consegue de modo nenhum olhar para cima. [...] Efetivamente, o salmista descreveu bem a nossa curvatura quando disse de si próprio, como símbolo de todo o género humano: «Ando cabisbaixo e profundamente abatido» (Sl 37,7). Considerava que o homem, tendo sido criado para contemplar a luz do alto, fora expulso do paraíso devido aos seus pecados, e que, consequentemente, as trevas reinavam na sua alma, fazendo-o perder o apetite das coisas do alto e arrastando toda a sua atenção para as inferiores. [...] Se o homem que perdeu de vista as coisas do Céu pensasse apenas nas necessidades deste mundo, andaria sem dúvida curvado e humilhado, mas não «em excesso». Ora, como não é só a necessidade que faz descer os seus pensamentos [...], mas também o prazer proibido que o esmaga, não anda somente curvado, mas curvado em excesso.

30 DE OUTUBRO – O GRANDE “REZADOR”

Pe. Amando Passerat (1772-1858 ) é francês. Viveu no tempo das grandes revoluções e agitações políticas. Foi preso mais de uma vez. Foi arrolado nas tropas revolucionarias da França e promovido a comandante do esquadrão. Mas não estava contente. Sua vocação era outra. Arquitetou um plano de fuga: Aproveitando-se da sua posição no exército levou o batalhão para a fronteira com a Alemanha, e de noite passou para o outro lado. Foi preso pelos alemães, mas libertado ao saberem de suas opiniões sobre a República francesa. Agora começou sua peregrinação por cidades e paises, à procura de um seminário. Chegando a Varsóvia, juntou-se aos Redentoristas, e foi ordenado padre.Como não conhecesse nem o alemão nem o polonês, não podia trabalhar na pastoral direta. Assim foi professor de teologia, mestre de noviços e prefeito dos estudantes. São Clemente o descreve “como um homem de grande santidade e vir tu”.Tentou fundar comunidades redentoristas em vários lugares, mas sofreu humilhações e expulsões. Devido às dificuldades em trabalhar na ativa por causa das perseguições, ele se recolhe para rezar no silêncio. Tinha uma verdadeira paixão pela vida interior.Morreu com 86 anos, sem ter conseguido muita coisa, mas ficaram as sementes que logo brotariam fecundadas pelo seu suor.
PADRE CLÓVIS DE JESUS BOVO CSsR
Vice-Postulador da Causa
Venerável Padre Pelágio CSsR
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S. Geraldo de Potenza, bispo, +1119

S.Geraldo era natural de Placência e transferiu-se para Potenza. No Martirológio Romano, é fixada a memória de São Geraldo, bispo de Potenza, na Lucânia. Foi escolhido bispo por suas virtudes. Morreu apenas oito anos após a sua escolha para o episcopado. O seu sucessor, Manfredo, escreveu a vida do bispo S. Geraldo. Mas há outro Geraldo, também ele de Potenza, que teve fama bem superior ao bispo medieval. Trata-se de São Geraldo Majela, um dos santos mais populares da Itália meridional (+1755). E há motivo para esta popularidade: ele era invocado sobretudo pelas gestantes e parturientes. Sua vida está repleta de privações, de sofrimentos, de humilhações, mas tudo está profundamente animado, finalizado com um encontro vivo e pessoal com Deus. São Geraldo, no seu leito de morte, podia afirmar não saber o que fosse uma tentação impura: tinha sobre a mulher uma concepção superior - olhava toda a mulher como uma imagem de Nossa Senhora, "louvor perene à Santíssima Trindade". Eram entusiasmos místicos de uma alma simples, mas cheia de amor espiritual. Exclamava frequentemente: "Meu querido Deus, meu Espirito Santo", sentindo dentro de si a bondade e o amor infinitos de Deus.

30 de Outubro - São Marcelo Mártir (+298)

O martírio de São Marcelo está estreitamente ligado ao de são Cassiano, e sua Paixão é um belo exemplo de autenticidade, graças a sua prosa enxuta, essencial e sem digressões, sem os enriquecimentos usuais na história dos primitivos cristãos. Marcelo era um centurião do exército romano da guarnição de Tânger. Como tal, foi enviado a participar dos festejos do aniversário do imperador Diocleciano. Era sabido que, em tal circunstância, os participantes deveriam honrar uma estátua do imperador com o gesto de lançar incenso no braseiro posto a seus pés, o que os cristãos consideravam idolátrico. Marcelo recusou-se a fazê-lo e, para mostrar-se coerente, retirou as insígnias de centurião, jogou-as aos pés da estátua e declarou-se cristão, o que era passível da pena capital. Foi chamado o escrivão para que redigisse uma ata oficial sobre a rebeldia do centurião. O funcionário — em latim, exceptor — recusou-se a redigir as atas processuais. Imitando o centurião Marcelo, jogou fora a pena, protestou pela injustiça perpetrada contra os inocentes, condenados à morte por adorarem o único e verdadeiro Deus, e declarou-se também ele cristão. Foram ambos aprisionados e, poucos dias depois, sofreram o martírio: Marcelo em 30 de outubro; Cassiano em 3 de dezembro. O poeta Prudêncio dedica-lhes um hino. 
(Retirado do livro "Os Santos e os Beatos da Igreja do Ocidente e do Oriente", Paulinas Editora)
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MARIA RETISTUTA KAFKA Religiosa, Mártir, Beata 1894-1943

No dia primeiro de maio de 1894, nasceu Helene, filha de Anton e Maria Kafka, na cidade de Brno, atual República Checa. Naquele tempo, a região chamava-se Moravia, e estava sob o governo do imperador austríaco Francisco José. Em 1896, a família Kafka transferiu-se para Viena, capital do Império Austro-Húngaro. Helene concluiu os estudos e formou-se enfermeira, com o desejo de tornar-se religiosa. No início, conformou-se com a negativa dos pais, mas, ao completar vinte anos, ingressou na Congregação das Franciscanas da Caridade Cristã, agora com a bênção da família. Como religiosa, adotou o nome de irmã Maria Retistuta, o primeiro em homenagem a sua mãe e o segundo a uma mártir do século I. Mas logo recebeu o apelido carinhoso de "irmã Resoluta", pelo seu modo cordial e decidido e por sua segurança e competência como enfermeira de sala cirúrgica e anestesista. No hospital de Modling, em Viena, a religiosa tornou-se uma referência para os médicos, enfermeiras e, especialmente, para os doentes, aos quais soube comunicar com lucidez o amor pela vida, na alegria e na dor Foram muitos anos que serviu a Deus nos doentes, para os quais estava sempre disponível. Em março de 1938, Hitler mandou o exército ocupar a Áustria. Viena tornou-se uma das bases centrais do comando nazista alemão. Irmã Restituta colocou-se logo contrária a toda aquela loucura desumana. Não teve receio de mostrar que, sendo favorável à vida, não apoiaria, jamais, o nazismo de Hitler, fosse qual fosse o preço. Por isso, quando os nazistas retiravam o crucifixo também das salas de cirurgia, ela, serenamente, o recolocava no lugar, de cabeça erguida, desafiando os nazistas. Como não se submetia e muito menos se "dobrava", os nazistas a eliminaram. Foi presa em 1942. E ela fez da prisão uma espécie de lugar de graça, para honrar o nome de sua consagração, ou seja, Restituta, aquela que foi restituída para Deus. Irmã Resoluta esperou cinco meses na prisão para morrer. Em 30 de março de 1943, foi decapitada. Para as franciscanas, mandou uma mensagem: "Por Cristo eu vivi, por Cristo desejo morrer". E na frente dos assassinos nazistas, antes que o carrasco levantasse a mão que a mataria, irmã Restituta disse ao capelão: "Padre, faça-me na testa o sinal da cruz". O papa João Paulo II, em 1998, elevou irmã Maria Restituta Kafka aos altares para ser reverenciada pela Igreja como bem-aventurada. A sua festa litúrgica foi marcada para o dia 30 de outubro, data em que foi decretada a sua sentença de morte.
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Beata Serafina Micheli: a visão de Lutero no Inferno

     Em 1883, a Bem-aventurada Sóror Maria Serafina Micheli (1849-1911), fundadora do Instituto das Irmãs dos Anjos, passava pela cidade de Eisleben, na Saxônia, Alemanha. Eisleben é a cidade natal de Lutero. E naquele dia comemorava-se o quarto centenário do nascimento daquele grande heresiarca (10 de novembro de 1483).
     Lutero dividiu a Igreja e a Europa. Dessa divisão adviriam crudelíssimas guerras de religião que duraram décadas a fio.
     A população aguardava o imperador alemão Guilherme I que devia presidir as solenidades.
     A futura beata não se interessou pela agitação e seu único desejo era encontrar uma igreja onde pudesse rezar e visitar a Jesus Sacramentado. As igrejas estavam fechadas e já era noite. 
     Na escuridão localizou uma com as portas trancadas, mas se ajoelhou nos degraus de acesso. Pela falta de luz não percebeu que a igreja não era católica, mas protestante. Enquanto rezava lhe apareceu o anjo da guarda e lhe disse:

     ‒ “Levante, porque este é um templo protestante”.

     E acrescentou:
     ‒ “Eu quero te fazer ver o lugar aonde Martinho Lutero foi condenado e a pena que sofre como castigo de seu orgulho”.
     Depois destas palavras, a santa religiosa viu uma horrível voragem de fogo, na qual era cruelmente atormentado um número incalculável de almas. No fundo dessa voragem via-se um homem: Martinho Lutero. Ele se distinguia dos outros porque estava rodeado de demônios que o obrigavam a ficar de joelhos.
     Todos esses espíritos imundos equipados com martelos se esforçavam, em vão, para enfiar-lhe na cabeça um grande prego.
     A freira achou que se o povo que estava na festa visse aquela cena dramática, certamente não tributaria honras, lembranças, comemorações e festejos a semelhante personagem. [também pode-se dizer o mesmo daqueles que no dia de hoje comemoram a pseudo-reforma de Lutero]
     Desde então, Sóror Serafina sempre que aparecia a ocasião exortava suas irmãs de religião a viverem na humildade e no esquecimento dos outros. Ela estava convencida que Martinho Lutero foi condenado ao Inferno sobretudo por causa do primeiro pecado capital: a soberba.
     O orgulho fez que ele caísse no pecado capital e o levou para a aberta rebelião contra a Igreja Católica. A sua péssima conduta moral, sua atitude de revolta contra o Papado e a sua pregação de más doutrinas pesaram muito no desvio de muitas almas superficiais e mundanas que caíram na perdição eterna.
     Sóror Serafina foi beatificada na diocese de Cerreto Sannita, província de Benevento, em 28 de maio de 2011.



O Inferno, por Fra Angélico
Vide resumo biográfico da Beata em 24 de março de 2014.

ORAÇÃO DE TODOS OS DIAS - 30 DEOUTUBRO

Pe. Flávio Cavalca de Castro, 
redentorista
Oração da manhã para todos os dias 
Senhor meu Deus, mais um dia está começando. Agradeço a vida que se renova para mim, os trabalhos que me esperam, as alegrias e também os pequenos dissabores que nunca faltam. Que tudo quanto viverei hoje sirva para me aproximar de vós e dos que estão ao meu redor.
Creio em vós, Senhor. Eu vos amo e tudo espero de vossa bondade.
Fazei de mim uma bênção para todos que eu encontrar. Amém.  
As reflexões seguintes supõem que você antes leu o texto evangélico indicado.
30 – Segunda-feira – Santos: Lupércio, Geraldo de Potenza, Zenóbia 
Evangelho (Lc 13,10-17) “Mulher, estás livre da tua doença”. Jesus pôs as mãos sobre ela, e a mulher se endireitou e começou a louvar a Deus.” 
A passagem fala da questão do sábado. Mas, vou olhar para a mulher: doente, encurvada, triste. Pode ser imagem da humanidade toda, e principalmente minha imagem. Se tento por mim mesmo, já percebi que nada consigo. Essa a minha pequenez. É para essa minha pequenez que Jesus olha sempre, misericordiosamente pronto a me curar, para que possa erguer-me e segui-lo como discípulo. 
Oração
Senhor Jesus, imagino o sorriso no rosto daquela mulher quando pôde erguer-se. Eu também me alegro muito, porque tivestes dó de mim, e misericordiosamente me fizestes erguer-me. E isso muitas vezes, porque minha fraqueza é teimosa. Agradeço vossa bondade, adoro vossa misericórdia infinita, e peço que continuamente me ampareis caminhando comigo, para não voltar a errar. Amém.

domingo, 29 de outubro de 2017

A GORJETA DO MENINO

PADRE CLÓVIS DE JESUS BOVO
REDENTORISTA
VICE-POSTULADOR DA CAUSA
VENERÁVEL PEDRE PELÁGIO
REDENTORISTA
Um menino de seus dez anos entrou na sorveteria e perguntou: 
- Quanto custa um sorvete de chocolate com amêndoas? 
- Um real. 
O menino contou as moedas que tinha, e perguntou de novo:
- E um sorvete simples? 
-50 centavos, respondeu meio bruscamente. 
O menino tornou a contar as moedas e pediu: 
- Então me dê um sorvete simples. 
Pagou o sorvete e saiu. Quando a moça foi limpar a mesinha onde o menino se assentara, ficou toda envergonhada: junto ao copo vazio havia 50 centavos. Era a sua gorjeta!...
Palavra de vida: De onde menos se espera, surge um gesto delicado. “O Espírito sopra onde quer” (Jo 3,8).
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REFLETINDO A PALAVRA - “Amar a Deus e o próximo”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
Um só mandamento
            Continuamos as provocações dos chefes para pegarem Jesus numa declaração comprometedora. O tema agora é a santidade do povo de Deus. Qual é o núcleo da fé? O que sustenta a Lei de Deus? Havia nos líderes do povo tendências diferentes sobre a fé. A pergunta em questão, qual é o maior mandamento, significa na linguagem dos rabinos, qual é o maior do qual todos os mandamentos dependem e tomam seu significado. Jesus responde citando o texto de Deuteronômio 6,4-9: “Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma, como toda a tua mente”. Grande mandamento no seu conteúdo, o primeiro entre todos os mandamentos, o primeiro para ser observado, sem o qual os outros não teriam nem sentido nem significado. E Jesus ensina que o segundo é igual ao primeiro mandamento do amor a Deus: “Amarás ao teu próximo como a ti mesmo” (Lv 19,18). A palavra igual não se refere só a uma semelhança, mas é o termo que indica a mesma substância. Somente poderemos ter certeza que amamos a Deus quando amamos o próximo. S. João é claro em seu ensinamento: “Quem não ama seu irmão, a quem vê, a Deus que não vê, não poderá amar” (1Jo 4,20). Para chegar a cumprir os três mandamentos que se referem a Deus, é necessário cumprir os sete mandamentos referentes ao amor ao próximo. A comunhão com Deus se realiza na comunhão com o outro. “Amemo-nos uns aos outros, pois o amor é de Deus e todo aquele que ama nasceu de Deus e conhece a Deus. Aquele que não ama, não conheceu a Deus, porque Deus é amor” (1Jo 4,7-8).
Quem é o próximo?
            Com a resposta aos fariseus sobre o fundamento da Lei, Jesus dá sua lei fundamental. Sem o amor ao próximo não há amor a Deus. E lembramos que já respondeu a essa pergunta em outro texto com a parábola do Bom Samaritano (Lc 10,29-37). A lei antigava que os mais deserdados são nossos próximos, pois são os mais próximos de Deus Pai misericordioso que assume para Si seu cuidado. O primeiro deles é o estrangeiro. O mundo vive uma crise muito grande de emigração por causa de guerras e de situações naturais de secas e outros. O povo de Deus deve lembrar que foi estrangeiro, escravo e segregado. Países que tiveram que emigrar agora são fechados à imigração. Ser estrangeiro é muito difícil, mesmo que tenha condições financeiras. O fechamento é diabólico. Temos a seguir velhos, crianças, jovens, viciados e tantos... Tantos tipos de exclusão. O mundo depois de tanto progresso regride no fundamental que é o cuidado com o ser humano. O Pai tem o cuidado de que seus filhos não passem frio, por isso não podem dormir descobertos.
A caridade evangeliza
            Paulo elogia os tessalonicenses por acolher a Palavra. Assim ficaram conhecidos por toda parte pela sua conversão e vida cristã assumida. Desde modo se fizeram evangelizadores. Essa atitude transformadora anima as demais comunidades. Em nossas comunidades estamos ainda muito bloqueados no processo de conversão. Levamos facilmente uma vida dupla crendo em Jesus e fazendo diferente ao que ensinou, sobretudo, no que se refere à caridade. Há muitas misérias nas comunidades que não são cuidadas. Por isso perdemos o sentido de evangelização que leve a buscar o mesmo caminho. Superando o egoísmo poderemos de um sentido melhor à vida da comunidade no caminho do amor.

EVANGELHO DO DIA 29 DE OUTUBRO

Evangelho segundo S. Mateus 22,34-40.
Naquele tempo, os fariseus, ouvindo dizer que Jesus tinha feito calar os saduceus, reuniram-se em grupo, 

e um doutor da Lei perguntou a Jesus, para O experimentar: 
«Mestre, qual é o maior mandamento da Lei?». 
Jesus respondeu: «‘Amarás o Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todo o teu espírito’. 
Este é o maior e o primeiro mandamento. 
O segundo, porém, é semelhante a este: ‘Amarás o teu próximo como a ti mesmo’. 
Nestes dois mandamentos se resumem toda a Lei e os Profetas».
Tradução litúrgica da Bíblia 
Comentário do dia: 
Santo Anselmo (1033-1109), monge, bispo, doutor da Igreja 
Carta 112, dirigida a Hugo, prisioneiro
«Nestes dois mandamentos se resumem toda a Lei e os Profetas» 
Como reinar nos céus mais não é do que aderir a Deus e a todos os santos, pelo amor, numa única vontade, de tal forma que todos exercem em conjunto um único e mesmo poder, ama a Deus mais do que ti próprio, e verás que começas a ter o que desejas possuir de forma perfeita no céu. Concerta-te com Deus e com os homens – desde que estes não se separem de Deus – e começarás a reinar com Deus e com os seus santos. Porque, na justa medida em que agora te concertares com a vontade de Deus e com a dos homens, Deus e todos os santos concertar-se-ão com a tua vontade. Portanto, se queres ser rei nos céus, ama a Deus e aos homens como deves, e merecerás ser o que desejas. 

Mas não poderás possuir este amor na perfeição se não esvaziares o coração de todos os outros amores [...]. É por isso que aqueles que enchem o coração com o amor a Deus e ao próximo têm apenas o querer de Deus, ou o de outro homem, na condição de que este não seja contrário a Deus. São, pois, fiéis à oração e a esta maneira de viver, lembrando-se sempre dos céus; porque lhes é agradável desejar a Deus e falar acerca desse que amam, ouvir falar dele e pensar nele. É por isso também que rejubilam com todos os que estão em graça, que choram com os que estão em dificuldades (Rom 12,15), que têm compaixão pelos infelizes e que dão aos pobres – porque amam os outros homens como a si mesmos. [...] É assim que, de facto, nestes dois mandamentos do amor «se resumem toda a Lei e os Profetas».

Santa Anastasia a Romana, Osiomartir – 29 de outubro

     Santa Anastásia a Romana não deve ser confundida com a mais conhecida Santa Anastásia de Sirmio comemorada no Martirológio Romano no dia 25 do mesmo mês.
     Nossa santa pertence à categoria dos osiomartires, ou seja, as monjas e mártires.
     Embora não houvesse mosteiros masculinos e femininos como hoje temos, é verdade que desde o século II havia pequenas comunidades de virgens consagradas a Deus. Elas cuidavam da igreja local, o que é atestado por Santo Atanásio na vida de Santo Antônio, o Grande, e mesmo Santo Inácio de Antioquia (ou pseudo), que na epístola aos filipenses diz: “Saúdo as comunidades das virgens sagradas”.
     As virgens consagradas a Deus às vezes viviam em suas casas e reuniam-se para momentos de oração, ou para decidir como suprir as necessidades da Igreja local, especialmente a assistência aos pobres, às viúvas e aos órfãos.
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Santa Ermelinda, Virgem do Brabante (Bélgica) - 29 de outubro

Ermelinda nasceu em Lovenjoul, próximo de Louvain, no Brabante (atual Bélgica), filha de Ermenoldo e Armesinda, de ilustre família ligada aos duques do Brabante.Recebeu uma educação adequada à sua classe social, mas longe de prender seu coração aos atrativos da vaidade ou ao brilho da grandeza, desde criança ela aspirava pela vida solitária, pela oração e pela meditação das Escrituras.
     Recusando qualquer proposta de casamento e tendo feito voto de castidade, para que seus pais não a ligassem a nenhum compromisso cortou seus cabelos, renunciou às pompas do século e dedicou-se inteiramente a Deus praticando severas austeridades.
     Mas, desejando ainda maior entrega, deixou a casa paterna e foi viver em Bevec (Beauvechain). Ali, pés nus, Ermelinda ia à igreja onde passava os dias e as noites em oração. Ela não tinha outra ambição que ser uma humilde serva de Nosso Senhor.
     Ermelinda teve que resistir às investidas de dois irmãos, senhores do local, que tentaram seduzi-la; eles combinaram de raptá-la durante a oração noturna. Advertida por um anjo, Ermelinda fugiu e se fixou em Meldrik (chamada depois Meldaert ou Meldert), na atual Diocese de Malinas (Mechelen).
      Ermelinda passou ali os restantes dias de sua vida, vivendo de ervas e numa ascese semelhante à dos antigos solitários do deserto do Egito, combatendo o demônio e a carne. Ela morreu aos 48 anos de idade, por volta do século VI, ou no início do século VII, no dia 29 de outubro.
     Anos depois, o local onde seu corpo fora enterrado pelos anjos foi encontrado. Em 643, uma capela foi erguida no local onde fora sepultada e numerosos milagres ocorreram ali.
     Há doze séculos Santa Ermelinda é venerada em toda Diocese de Malinas (Mechelen), mas particularmente em Meldert e em Lovenjoul. Em Lovenjoul surgiu uma fonte de água milagrosa, que obtém a cura das doenças dos olhos, chamada “Fonte de Santa Ermelinda”, porque irriga as terras que pertenceram aos seus pais.
     A partir do século XIII suas relíquias sofreram inúmeras vicissitudes, transladações, ocultação para protegê-las das profanações dos invasores e dos ímpios durante a invasão francesa em 1792. Finalmente, em 22 de julho de 1849, foram definitivamente depositadas na igreja de Meldert num magnífico relicário. Nesta cidade existe ainda a Confraria dedicada a esta Santa.
     A Diocese de Malinas a festeja no dia 29 de outubro, tradicionalmente tido como o dia de sua morte.

Igreja de Sta. Ermelinda em Meldet, Bélgica

Etimologia: O nome Ermelinda caiu em desuso, mas existe ainda numa forma abreviada, Linda. O nome Ermelinda é de origem alemã: ‘Erme’ = ‘poderosa’; ‘linda’, de ‘linta’ = ‘escudo’. Portanto, temos aí um “escudo poderoso” que é venerado há séculos numa demonstração do apreço que Deus Nosso Senhor tem por esta sua dedicada e fiel serva.
Fontes diversas