quinta-feira, 26 de outubro de 2017

REFLETINDO A PALAVRA - “Jesus, a Palavra definitiva”.

PADRE LUIZ CARLOS
DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
1175. Ele é o Primeiro e o Último
            A Palavra de Deus é Jesus, o Verbo Divino que se fez Carne. Ao dizer que se fez Carne, dizemos que assumiu em Si toda a Humanidade; Ao dizer que Ele é a Palavra Divina, dizemos que é a palavra definitiva. Em Jesus a Revelação foi total, tanto que o Novo Testamento se fecha com João que é a última testemunha qualificada de Jesus. Ele é o Primeiro e o Último (Ap 1,17). Está com o Pai no início da criação (Jo 1,3) até entregar o Reino a Deus seu Pai (1Cor 15,24). Somente Jesus é o revelador absoluto do Pai. Somente Ele é o Caminho que conduz ao Pai. Todos os demais caminhos são preciosos junto de Deus porque estão unidos a Cristo, mesmo inconscientemente. “Quem não está a meu favor, está contra mim, e quem não ajunta comigo espalha” (Mt 12,30). A centralidade de Cristo em nossa fé é fundamental. E não temos que esperar nenhuma outra Revelação. O Papa anota as palavras ditas pelos bispos no Sínodo: “De fato, a “característica fundamental do cristianismo manifesta-se no acontecimento que é Jesus Cristo, ápice da Revelação, cumprimento das promessas de Deus e mediador do encontro entre o homem e Deus. Ele, “que nos deu a conhecer Deus” (Jo 1,18), é a Palavra única e definitiva confiada à humanidade”. Respeitamos as outras maneiras de crer e reconhecemos nelas o que Deus realiza pelo bem, pelo amor e pela justiça.
 1176. Aprendendo sempre
            É isso que nos ensina o Concílio Vaticano II. Temos muito a ensinar. Mas devemos aprender muito, e podemos acolher tantas coisas das culturas para o anúncio do evangelho e para a organização da vida da Igreja. Quem sabe aprender os bons caminhos, este é de fato sábio. Ouvi de um conferencista, especializado na ciência das religiões, que acolhemos o que há de bom e podemos dizer: “Em seu jardim há ainda flores que não desabrocharam”. Ou como diz a Igreja: “Sementes do Verbo adormecidas” (AG 11). Nossa missão é levá-las a se abrirem em seu total esplendor e perfume. A insistência do anúncio é grande e temos o exemplo de Paulo e dos apóstolos e de tantos fiéis no correr dos séculos. Não compete só aos padres, bispos ou ao Papa. Em muitos países a fé foi anunciada e a vida de igreja implantada por leigos, como por exemplo, a Coreia.
1177. Discernindo pela Palavra      
            Ao falar de Revelação, sabemos que pessoas dizem ter revelações. Os bispos recomendam que “se ajudassem os fiéis a bem distinguir a Palavra de Deus das revelações privadas”, cujo “papel não é “completar” a Revelação definitiva de Cristo, mas ajudar a vivê-la mais plenamente, numa determinada época histórica. O valor das revelações privadas é essencialmente diverso da única Revelação pública: esta exige a nossa fé; de fato nela, por meio de palavras humanas e da mediação da comunidade viva da Igreja, fala-nos o próprio Deus. O critério da verdade de uma revelação privada é a sua orientação para o próprio Cristo. Não podemos desprezar as revelações particulares. Elas não trazem novidades para a fé. São boas para reavivar a fé em Jesus e renovar a vida pela conversão. O Critério para saber de seu valor é analisar se correspondem ao que ensina o Evangelho.
“Compete à Igreja, a aprovação de uma revelação privada. Ela indica essencialmente que a respectiva mensagem não contém nada que contradiga a fé e os bons costumes; é lícito torná-la pública, e os fiéis são autorizados a prestar-lhe de forma prudente a sua adesão” (VD 14). A obediência será sempre um bom critério para a autenticidade da revelação.
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