A catequese da Igreja usa muitos métodos. Um
deles são os tempos temáticos. Sejam semanas, sejam dias ou meses. Estamos no
mês das missões. É um tema importante, pois é o último mandamento de Jesus:
“Toda autoridade sobre o céu e sobre a terra me foi entregue. Ide, portanto,
fazei que todas as nações se tornem discípulos, batizando-as em nome do Pai, do
Filho e do Espírito Santo e ensinando-as a observar tudo quanto vos ordenei. E
eis que estou convocado todos os dias até a consumação dos séculos” (Mt 28,18-20). Não só
manda evangelizar mas afirma que continuam sua missão. João diz: “Como o Pai me
enviou também Eu vos envio”... Para isso dá o Espírito Santo para o perdão dos
pecados (Jo 20,20-22).
A missão é continuação da missão de Jesus, na força do Espírito, como nos diz
Luca: “Jesus voltou para a Galiléia, impulsionado pelo Espírito” (Lc 4,14). O mesmo
Espírito que sustentou Jesus sustenta o anunciador do Evangelho. Os
destinatários são todos os habitantes da terra – todo mundo. O Batismo é a
conclusão da evangelização. É a união de vida com Cristo. A evangelização é
também ensinamento para viver a definição de vida por Cristo. Jesus está com
todo aquele que evangeliza. Cada um tem a missão e a presença de Cristo que é a
finalidade da missão. Anunciar o Evangelho é o maior benefício que podemos
fazer para a humanidade. É dada a vida e o modo de viver. É um bem para todos.
O mundo seria muito melhor se acreditasse nas palavras de Jesus.
1955. Uma missão pessoal
Quando
dizemos missão e evangelização temos a ideia de uma estrutura na qual estão os
entendidos, os capacitados e os preparados. Com isso temos a sensação que ela é
para poucos. É o que o católico pensa. Mas cada um é evangelizador a seu modo.
Viver a fé já é evangelização: “Pelos frutos conhecereis a árvore” (Mt 12,33). A vida de
fé, por menor que seja, já é um anúncio. Deus dá a cada um dons especiais.
Ninguém é deixado de lado nas riquezas de Deus. O dom pessoal é um modo de
evangelizar. Vivendo o próprio dom na fé transmitimos a vida de Deus a nosso
modo. Tantas vezes a Igreja oficial não pode chegar a tantos ambientes. Pelos
seus fiéis ela chegou e evangelizou. Sabemos que, em muitos países, a fé entrou
através dos leigos que creram. Depois veio a estrutura eclesial com sacerdotes
e bispos. Em alguns países, a primeira evangelização foi reprimida. Os
missionários foram expulsos. Os fiéis, por longuíssimos anos permaneceram fiéis
e mantiveram a vida da Igreja. Muita gente só será atingida pelo evangelho se
for levado pessoalmente por fiéis. Essa é a vocação fundamental do leigo: ser
fermento na massa, ser luz na escuridão, ser calor no frio gélido de mundo sem
Deus. Jesus convida cada cristão a ser luz do mundo, sal da terra e palavra viva
de Deus.
1956.
Juntos é o melhor
Quando dizemos que a evangelização é
obra de cada um, Jesus acrescenta que juntos dá mais resultado, pois se somam
os dons e a disposição. Jesus ensina que, se nada funcionasse, que estejam
unidos: Rogo também “por aqueles que, por meio de sua palavra, crerão em Mim: a
fim de que todos sejam um, como tu, Pai, estás em Mim e Eu em Ti;que eles
estejam em Nós para que o mundo creia que Tu Me enviaste” (Jo 17,20-21). A união
de vida se faz também união de ação. A força da evangelização será maior quanto
maior for a união de todos em vista do mesmo fim: Jesus conhecido e amado.
Mesmo os grupos diferentes são chamados à união de todos. No dia em que a
Igreja for um corpo coeso no amor, o mundo será melhor. Onde dois ou três
estiverem reunidos em meu nome, estarei no meio deles.
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