Mateus, no Sermão da
Montanha, coloca as maravilhosas propostas de Jesus para a vida. Ao terminar,
como que para fazer uma síntese, diz que cumprir as palavras de Jesus é como edificar
a casa sobre a rocha (Mt 7,24-27).
Não há nada que a possa abalar. Quando não estamos firmados na prática da
Palavra somos vítimas de todas as tentações que nos vêm como temporal. O Papa
ensina que realista é quem reconhece o fundamento de tudo no Verbo de Deus. Ele
é a rocha sobre a qual edificamos. Ser realista é construir a vida sobre sua
Palavra. Só assim se edifica de modo sólido e duradouro (VD 10). A fragilidade de nossa fé nos faz vítimas das
tentações. Não temos onde nos apoiar. A angústia que nos vem pelo vazio da
vida, mesmo depois de termos provado todos os prazeres, riquezas e poderes,
provém desta falta de fundamento. Isso não realiza o coração humano. O Antigo
Testamento chama Deus de Rocha (Dt 32,4). Verificamos
um ateísmo galopante no mundo atual. Há uma busca de outros fundamentos.
Podemos nos perguntar se a culpa é deles ou nossa de não ter apresentado Deus
em sua Palavra como fundamento ou simplesmente falhamos em nosso ensinamento.
Ou não damos um testemunho convincente. O edifício de nossa vida necessita,
para permanecer em pé, de um fundamento que lhe permita uma construção
vigorosa. Este fundamento é Cristo. Os homens e mulheres que vivem a Palavra de
Deus são pessoas consistentes.
1170.Cristo é a Rocha
Cristo é a pedra angular
(Ef
2,20). A carta aos Hebreus, resumindo
os passos da História da Salvação, mostra como Deus revelou-se em palavras e
obras. O povo tinha consciência de que Deus falara. No Novo Testamento esta
comunicação de Deus se tornou mais clara. A Palavra eterna de Deus fez-se homem
em Cristo. Ele é a palavra definitiva de Deus à humanidade. Por isso a fé não é
uma ideia ou doutrina, mas o encontro com uma Pessoa que dá novo horizonte e um
rumo decisivo à vida (VD 11).
Aqui podemos notar a fragilidade de nossa fé. Os ensinamentos são fundamentais,
mas só têm sentido se os vivemos a partir do encontro com a Pessoa de Jesus
Cristo. É o que vemos no momento. Não se aceitam os ensinamentos porque não há
quem lhes revele Jesus. O que os apóstolos nos transmitiram foi sua experiência
pessoal. Quando Ele se encarnou e nasceu entre nós, vimos a glória de Deus em
seu Filho único, cheio de graça e de verdade (Jo 1,14). O Papa anota: “A fé apostólica testemunha que a
Palavra eterna Se fez um de nós. A Palavra Divina exprime-se em palavra humana”
(DV
11). O fato de tirarem a presença de
Jesus dos símbolos do Natal e da Cruz, está bem claro que é rejeição da
Encarnação.
1171.A Palavra se fez pequena
A Palavra eterna fez-Se
tão pequena que cabe numa manjedoura, acessível a todos. Um não cristão disse a
um católico: Que Deus é esse que vocês têm que é representado por um pedacinho
de pão? O fiel católico respondeu: “O Deus Amor cabe em qualquer lugar”. Deus
manifesta seu rosto neste pequenino ser que é Jesus. Ele mesmo se chama de
pequenino. Além de ser humano, assume conosco e por nós a obediência ao Pai,
ouvindo sua Palavra. A aniquilação de Jesus vai até à morte e sepultura no
máximo de sua condição humana. É sua imolação total. Na Ressurreição assume a
luz total para o mundo. Ele é o Vencedor e Senhor de tudo. Sua Ressurreição é a
resposta do Pai a sua obediência. Ele traz em si todo o universo.
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