sexta-feira, 20 de outubro de 2017

REFLETINDO A PALAVRA - “Construindo sobre a rocha”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
1169. Apoio para a construção
            Mateus, no Sermão da Montanha, coloca as maravilhosas propostas de Jesus para a vida. Ao terminar, como que para fazer uma síntese, diz que cumprir as palavras de Jesus é como edificar a casa sobre a rocha (Mt 7,24-27). Não há nada que a possa abalar. Quando não estamos firmados na prática da Palavra somos vítimas de todas as tentações que nos vêm como temporal. O Papa ensina que realista é quem reconhece o fundamento de tudo no Verbo de Deus. Ele é a rocha sobre a qual edificamos. Ser realista é construir a vida sobre sua Palavra. Só assim se edifica de modo sólido e duradouro (VD 10). A fragilidade de nossa fé nos faz vítimas das tentações. Não temos onde nos apoiar. A angústia que nos vem pelo vazio da vida, mesmo depois de termos provado todos os prazeres, riquezas e poderes, provém desta falta de fundamento. Isso não realiza o coração humano. O Antigo Testamento chama Deus de Rocha (Dt 32,4). Verificamos um ateísmo galopante no mundo atual. Há uma busca de outros fundamentos. Podemos nos perguntar se a culpa é deles ou nossa de não ter apresentado Deus em sua Palavra como fundamento ou simplesmente falhamos em nosso ensinamento. Ou não damos um testemunho convincente. O edifício de nossa vida necessita, para permanecer em pé, de um fundamento que lhe permita uma construção vigorosa. Este fundamento é Cristo. Os homens e mulheres que vivem a Palavra de Deus são pessoas consistentes.
1170.Cristo é a Rocha
            Cristo é a pedra angular (Ef 2,20). A carta aos Hebreus, resumindo os passos da História da Salvação, mostra como Deus revelou-se em palavras e obras. O povo tinha consciência de que Deus falara. No Novo Testamento esta comunicação de Deus se tornou mais clara. A Palavra eterna de Deus fez-se homem em Cristo. Ele é a palavra definitiva de Deus à humanidade. Por isso a fé não é uma ideia ou doutrina, mas o encontro com uma Pessoa que dá novo horizonte e um rumo decisivo à vida (VD 11). Aqui podemos notar a fragilidade de nossa fé. Os ensinamentos são fundamentais, mas só têm sentido se os vivemos a partir do encontro com a Pessoa de Jesus Cristo. É o que vemos no momento. Não se aceitam os ensinamentos porque não há quem lhes revele Jesus. O que os apóstolos nos transmitiram foi sua experiência pessoal. Quando Ele se encarnou e nasceu entre nós, vimos a glória de Deus em seu Filho único, cheio de graça e de verdade (Jo 1,14). O Papa anota: “A fé apostólica testemunha que a Palavra eterna Se fez um de nós. A Palavra Divina exprime-se em palavra humana” (DV 11). O fato de tirarem a presença de Jesus dos símbolos do Natal e da Cruz, está bem claro que é rejeição da Encarnação.
1171.A Palavra se fez pequena
            A Palavra eterna fez-Se tão pequena que cabe numa manjedoura, acessível a todos. Um não cristão disse a um católico: Que Deus é esse que vocês têm que é representado por um pedacinho de pão? O fiel católico respondeu: “O Deus Amor cabe em qualquer lugar”. Deus manifesta seu rosto neste pequenino ser que é Jesus. Ele mesmo se chama de pequenino. Além de ser humano, assume conosco e por nós a obediência ao Pai, ouvindo sua Palavra. A aniquilação de Jesus vai até à morte e sepultura no máximo de sua condição humana. É sua imolação total. Na Ressurreição assume a luz total para o mundo. Ele é o Vencedor e Senhor de tudo. Sua Ressurreição é a resposta do Pai a sua obediência. Ele traz em si todo o universo. 

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