Evangelho segundo S. Lucas 10,1-9.
Naquele
tempo, designou o Senhor setenta e dois discípulos e enviou-os dois a dois à sua
frente, a todas as cidades e lugares aonde Ele havia de ir. E dizia-lhes: «A
seara é grande, mas os trabalhadores são poucos. Pedi ao dono da seara que mande
trabalhadores para a sua seara. Ide: Eu vos envio como cordeiros para o meio
de lobos. Não leveis bolsa nem alforge nem sandálias, nem vos demoreis a
saudar alguém pelo caminho. Quando entrardes nalguma casa, dizei primeiro:
‘Paz a esta casa’. E se lá houver gente de paz, a vossa paz repousará sobre
eles; senão, ficará convosco. Ficai nessa casa, comei e bebei do que
tiverem, que o trabalhador merece o seu salário. Não andeis de casa em casa. Quando entrardes nalguma cidade e vos receberem, comei do que vos servirem, curai os enfermos que nela houver e dizei-lhes: ‘Está perto de vós o reino
de Deus’.
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos
Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Beato Paulo VI (1897-1978), papa de 1963 a 1978 - Evangelii nuntiandi
Ser lâmpada no candelabro
Os leigos, que a sua vocação específica
coloca no coração do mundo e à frente das mais variadas tarefas materiais, devem
exercer por isso mesmo uma forma especial de evangelização. A sua primeira e
mais directa tarefa não é a instituição e o desenvolvimento da comunidade
eclesial - esse é o papel específico dos pastores -, mas é accionar todas as
possibilidades cristãs e evangélicas escondidas, mas já presentes e activas, nas
coisas do mundo. O campo concreto da sua actividade evangelizadora é o vasto e
complicado mundo da política, do social, da economia, mas também da cultura, das
ciências e das artes, da vida internacional, dos «mass media», assim como
algumas outras realidades abertas à evangelização, como o amor, a família, a
educação das crianças e dos adolescentes, o trabalho profissional, o sofrimento.
Quanto mais houver leigos impregnados do Evangelho que sejam
responsáveis por estas realidades e claramente comprometidos nelas, competentes
para as promoverem e conscientes de que têm de desenvolver a sua plena
capacidade cristã, tantas vezes enterrada e asfixiada, tanto mais estas
realidades se encontrarão ao serviço da edificação do Reino de Deus e, portanto,
da salvação em Jesus Cristo, sem nada perderem ou sacrificarem do seu
coeficiente humano, mas manifestando uma dimensão transcendente muitas vezes
desconhecida.
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