O
Espírito está sobre mim
A
Palavra de Deus reúne o povo. Reunir para ouvir a Palavra é um aspecto
importante da vida cristã. Deus nos fez povo e com este povo realizou a
aliança. Ouvir a sua Palavra é o momento de rever os caminhos e renovar os
compromissos. O gesto de abrir o livro é proclamar que Deus fala à comunidade.
A Palavra toma vida na comunidade onde ela foi escrita pela mão do homem,
assistido pelo Espírito Santo. O mesmo Espírito que esteve sobre Jesus quando
proclamou a Palavra, está sobre a comunidade que a acolhe. Vemos o paralelo
entre a proclamação que o sacerdote Esdras faz ao povo e a proclamação descrita
por Lucas quando Jesus inaugura seu ministério na sinagoga de Nazaré. A solenidade
do momento descrita por Lucas revela a grandeza da missão de Jesus. São
diversos elementos que se destacam: Jesus toma o texto de Isaías e O põe na continuidade
das promessas de Deus, a proclamação de sua missão, o anúncio do jubileu
universal – o ano da graça do Senhor – para a remissão total de todos os males.
Para completar, Jesus declara o HOJE Divino
da realização das promessas. Jesus toma o texto de Isaias (Is 61,1-2) e o põe
como centro de sua missão: “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque Ele me
consagrou com a unção para anunciar a Boa Nova aos pobres; enviou-me para
proclamar a libertação aos cativos, aos cegos a recuperação da vista; para
liberar os oprimidos e para proclamar um ano da graça do Senhor” (Lc 4,18-19). A
presença permanente do Espírito sobre Jesus faz Dele um realizador de todas as
promessas antigas de vida e libertação.
Uma
missão que continua
A missão que Cristo anuncia não é somente um
compromisso seu, mas de todos os que O acolhem pela fé. O projeto evangelizador
parte da unção do Espírito no anúncio aos pobres. Evangelizar é dar a boa
notícia dizendo que Deus mesmo vai cuidar dos abandonados. Deus vem para todos,
sobretudo para aqueles abandonados à própria sorte. E são muitos. A presença de
quem evangeliza é suscitar a esperança e encaminhar as soluções. Isso é o amor.
Libertar das prisões é a remissão das culpas. Essa libertação não é só
espiritual. É o empenho pela transformação das estruturas nas quais o ser
humano é oprimido ou destruído por interesses malvados. Reduzir a redenção só
ao espiritual e manipular o projeto da Boa Nova de Jesus. Todos têm direito à
vida e à alegria. Enquanto houver um que sofra por culpa do próprio homem, o Evangelho
não está bem anunciado nem o culto bem celebrado. Isso já disse Isaias e outros
profetas. A redenção anunciada é também abrir os olhos aos cegos. Trata-se de
iluminar as mentes obscurecidas pelos pecados e pela ignorância. Anunciar o ano
da graça do Senhor é mostrar Deus presente nos meio do povo, assumindo-o como
parte de seu amor. A encarnação de Jesus se dá no meio humilde e abandonado.
Não é tema social, é amor.
Muitos
membros num corpo
Como
embros dessa assembléia somos parte de uma comunidade acolhedora e ao mesmo
tempo realizadora da Palavra. A
comunidade se manifesta através de gestos de acolhimento: Levanta-se,
inclina-se, levanta as mãos e festeja com alimentos e bebidas para mostrar a
alegria. Paulo ensina que somos um corpo de muitos membros no qual fazemos
parte uns dos outros e somos membros de Cristo, unidos pelo Espírito. Nossa
assembléia continua as grandes assembléias do povo de Deus, em particular em
Pentecostes, quando recebemos o Espírito Santo. Sempre estaremos no HOJE de
Deus.
Leituras: Neemias
8,2-4ª.5-6.8-10; Salmo 18; 1ª Cor 12.12-14.27; Lucas 1,1-4.4,14-21
Ficha nº 1512 – Homilia do 3º Domingo Comum (24.01.16)
1.
A Palavra de
Deus reúne o povo para ouvir e renovar os compromissos. O gesto de abrir o
livro é proclamar que Deus fala à comunidade. O Espírito está presente no
anúncio e em quem o acolhe. Há um paralelo entre a assembléia de Esdras e a de
Jesus em Nazaré. Jesus lê o texto de Isaias e coloca ali o centro de sua
missão. Ele realiza as promessas de Deus.
2.
A missão de Cristo une a Si os que O acolhem na fé. O
projeto evangelizador parte da unção do Espírito. A presença de quem evangeliza
suscita a esperança de encaminhamento de soluções: é a remissão dos presos de
muitos modos. A libertação não é só espiritual. É o empenho de transformação
das estruturas. Abrir os olhos aos cegos é iluminar as mentes obscurecidas.
Anunciar o ano da graça é mostrar Deus presente no meio do povo, assumindo como
parte de seu amor.
3.
Somos uma assembléia acolhedora e realizadora da
Palavra. A comunidade participa com gestos de acolhimento e alegria. Paulo
ensina que somos membros de um corpo e fazemos parte uns dos outros unidos pelo
Espírito. É o Hoje de Deus.
Hoje
que não será ontem
Formamos
um só corpo com Cristo e somos membros uns dos outros, batizados no mesmo
Espírito. Esdras abriu o livro da Lei diante de todo povo reunido. A lei do
Senhor é perfeita; seus preceitos são alegria do coração canta o salmo.
No Antigo Testamento o povo se
reuniu em assembléia para ouvir a Palavra de Deus.
Em Nazaré, quando Jesus inaugura
seu ministério dando seu programa, o povo estava reunido na sinagoga. Esta
palavra significa reunião. O evangelista Lucas narra esse momento com
grandiosidade, usando os mesmos termos: Jesus se levantou e abriu o livro e
leu: “O Espírito do Senhor está sobre mim porque me consagrou com a unção para
anunciar a boa nova aos pobres; enviou-me para proclamar a libertação dos
cativos e aos cegos a recuperação da vista; para libertar os oprimidos e
proclamar do ano da graça do Senhor” (Lc 2,18). É importante também o que diz: “Hoje se cumpriu essa
passagem da Escritura que acabastes de ouvir” (21).
Só há verdadeiro anúncio do
Evangelho se partirmos da Escrituras e colocarmos em prática o programa de
Jesus. Então, quando o realizarmos poderemos dizer que “hoje” se realiza para
nós essa passagem que é fundamento da missão de Jesus. Nós a continuamos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário