Continuamos a reflexão do Papa Francisco no
documento “Cuidado com nossa Casa Comum” sobre a ecologia. Para ajudar nossa
reflexão tomo as orientações de um trabalho de um colega. Nesse capítulo IV o Papa ensina sobre a ecologia integral. É
preciso ter uma visão de conjunto. A crise que vivemos envolve “Aspectos
ambientais, econômicos, sociais, culturais e da vida cotidiana”. Não é possível
entender o mundo numa visão unilateral. Tudo está relacionado no mundo. Vamos
nos preocupar com o Universo no seu todo e também com o frágil excluído até ao
cuidado de uma abelha, pois sem ela se prejudica a polinização das frutas. Que
saudades tenho das frutas do campo que desapareceram: guabiroba, cajuzinho,
araçá, bacupari. Plantaram soja, cana ou fizeram pastagens. Tudo o que fizermos
será para que ‘se possa restituir a dignidade dos pobres e excluidos e cuidar
da natureza na multiplicidade dos
ecosistemas”. O desenvolvimento não seja sem limites, mas deve levar em conta o
cuidado com a natureza e a sociedade. A economia globalizada não pode ignorar e
destruir as culturas particulares e sua relação com a terra. Deve levar em
conta as dificuldades das cidades grandes e do abandono dos trabalhadores do
campo e suas culturas. “Nessas situações o amor tem força e surgem relações
verdadeiramente humanas capazes de romper com o egoísmo”. O cuidado
preferencial pelos pobres tem seu fundamento na ética social. Essa é a verdadeira
política.
1682.
“Que devemos fazer?”
No capítulo quinto o Papa Francisco
propõe “linhas de ação que promovem o diálogo entre as religiões, ciência,
movimentos ecológicos para redefinir o progresso para que surja um autêntico
desenvolvimento sustentável e humano”. A primeira linha é terminar com a
indiferença e a falta de decisões políticas para por em prática as propostas
dos movimentos ecológicos. O Papa sugere a presença de uma autoridade política
mundial. A segunda se refere à responsabilidade dos governos para a crise
sócio-ambiental. O Papa pede que se faça pressão sobre os governos para a
mudança a fim de que se crie uma política justa a serviço do desenvolvimento
integral. A terceira linha é o convite a um diálogo com participação da
população para decidir ou cancelar um projeto. A quarta linha é colocar fim à
corrupção e fazer uma política sadia que não se submeta à economia para sair da
crise. Na quinta linha insiste no diálogo das religiões com a ciência a fim de
que a fé possa contribuir com seu patrimônio ético para o desenvolvimento
integral. Por isso é preciso coerência. Não é aversão ao progresso, mas atenção
à realidade sempre maior da pobreza e destruição da natureza. É fundamental a
opção pelos pobres e os limites éticos. Tive professor há 42 anos que dizia:
“Vamos deixar para o futuro um monte de lixo”.
1683.
Educação e espiritualidade ecológica
Não basta, diz o Papa, tomar
consciência da crise, mas ter novas atitudes. Afirma que o ser humano precisa
de limites éticos, amadurecer as virtudes e a espiritualidade. Para isso
oferece dois caminhos: educação e espiritualidade. O objetivo da educação é
promover uma mudança cultural capaz de romper com o paradigma tecnico-econômico
que produz o consumismo; oferecer uma educação integral. A espiritualidade
cristã é uma riqueza que pode contribuir para encontrar uma nova estrada que
leva a um novo estilo de vida. A conversão vem da doação. O amor cristão deve
chegar à esfera social. Ao homem foi dado o cuidado da terra e dos mais pobres
e não a exploração de ambos. Maria e José são exemplos dos que cuidam dos
outros e da natureza.
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