Evangelho segundo S. Marcos 3,20-21.
Naquele
tempo, Jesus chegou a casa com os seus discípulos. E de novo acorreu tanta
gente, que eles nem sequer podiam comer.Ao saberem disto, os parentes de
Jesus puseram-se a caminho para O deter, pois diziam: «Está fora de Si».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
São Tomás de Aquino (1225-1274),
teólogo dominicano, doutor da Igreja
Opúsculo para a festa do Corpo de
Cristo
Jesus dá-Se inteiramente; Ele dá-Se a Si próprio a
comer
O Filho único de Deus, querendo fazer-nos
participar da sua divindade, tomou a nossa natureza a fim de divinizar os
homens, Ele que Se fez homem. Por outro lado, o que tomou de nós, deu-no-lo
inteiramente para a nossa salvação. Com efeito, sobre o altar da cruz, ofereceu
o seu corpo em sacrifício a Deus Pai a fim de nos reconciliar com Ele, e
derramou o seu sangue para ser, ao mesmo tempo, nosso resgate e nosso baptismo:
resgatados de uma lamentável escravidão, seríamos assim purificados de todos os
nossos pecados.
E, para que guardemos sempre a memória de tão grande
benefício, deixou aos fiéis o seu corpo a comer e o seu sangue a beber, sob o
aspecto externo de pão e de vinho. [...] Haverá coisa mais preciosa do que este
banquete, onde já não se nos propõe, como na antiga Lei, que comamos a carne dos
veados e dos cabritos, mas o Cristo que é verdadeiramente Deus? Haverá coisa
mais admirável que este sacramento? [...] Ninguém é capaz de exprimir as
delícias deste sacramento, dado que nele se prova a doçura espiritual na sua
fonte; e nele se celebra a memória deste amor inultrapassável que Cristo
demonstrou na sua Paixão.
Ele queria que a imensidão deste amor se
gravasse profundamente no coração dos fiéis. Foi por isso que na última Ceia,
depois de ter celebrado a Páscoa com os seus discípulos, quando ia passar deste
mundo para o Pai, instituiu este sacramento como memorial perpétuo da sua
Paixão, cumprimento das antigas prefigurações e maior de todos os seus milagres,
deixando este sacramento como incomparável conforto àqueles a quem a sua
ausência encheria de tristeza.
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