PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA CSsR |
“Bendito o que vem em nome do Senhor”
A liturgia deste domingo tem duas manifestações
diferentes: a primeira é a alegria da procissão de Ramos e a segunda é a séria
missa de Quaresma. Abrem-se para nós a comemoração dos dias em que o Senhor se
entregou à morte.
A densidade de ensinamentos destes dias é muito
grande. Jerusalém estava cheia de gente que veio para a festa da Páscoa, festa
da libertação da escravidão do Egito e festa de toda a salvação que Deus
oferecera ao povo. Jesus vem à festa e faz o ingresso triunfal, como o rei
prometido, como diz o Profeta Zacarias: “Exulta! Solta gritos de alegria
Jerusalém, eis que o teu rei vem a ti, ele é justo e vitorioso, humilde montado
sobre um jumento, sobre um jumentinho, filho da jumenta" (Za 9,9). Ele é o
grande rei, descendente de Davi, o Messias esperado. E o povo entendeu. O povo
o acolheu. Depois os chefes o recusarão e matarão. Esta é a primeira parte da
celebração.
Na segunda parte ouvimos a narrativa de Isaías sobre
o servo sofredor. Ele sofre, mas não perde sua confiança em Deus e está pronto
a aprender Dele através do sofrimento que passa. Continuando a conhecer Jesus,
S.Paulo mostra-nos o caminho de nossa salvação que percorre Jesus: faz-se
humilde, servo, toma a forma humana e em tudo se faz como um de nós. Faz-se
obediente, como se diz em
Isaías. Obediente quer dizer aquele que tem os ouvidos
abertos para saber o que Deus quer e seguir seus caminhos. Pelo seu sofrimento
é ouvido por Deus e glorificado. Mas Jesus já não está glorificado ao lado do
Pai? Sim, mas agora é glorificada nossa humanidade assumida por Ele na condição
de fragilidade para restaurá-la e glorificá-la com Ele.
Nesta missa temos a leitura da Paixão de Jesus. Ler
a Paixão significa aprender, recordar e viver melhor. Não podemos perder de
vista a história e os acontecimentos de Nossa Redenção. Proclamar o
acontecimento é fazê-lo vivo entre nós e
fazer-nos participantes dos frutos deste mistério. É importante contar os fatos
acontecidos.
Vivemos num mundo que pode ser chamado de ateu,
descrente. Os cristãos não ficam atrás. Fazemos um cristianismo a nossa imagem
e com a mentalidade do mundo, avessa ao evangelho. A renovação anual da
celebração pascal quer trazer à nossa memória o que Deus fez por nós em Cristo.
É fundamental que isso se concretize, pois lembrando os fatos, nós podemos
retomar a estrada. Sempre as escrituras nos dizem de lembrar as maravilhas que
Deus fez. Assim nós nos voltamos para Ele e renovamos nosso coração.
Somente uma
sugestão: Vamos à procissão de ramos e levamos os ramos para casa. Este gesto
simpático significa tomar um atitude de comprometimento com Cristo de ser de
seu reino e ser dele.
Leituras:
Mateus 21,1-11; Isaias, 50,4-7; Filipenses 2,6-11; Mateus 27,11-54)
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