Evangelho segundo S. João 12,1-11.
Seis dias
antes da Páscoa, Jesus foi a Betânia, onde vivia Lázaro, que Ele tinha
ressuscitado dos mortos. Ofereceram-Lhe lá um jantar: Marta andava a servir
e Lázaro era um dos que estavam à mesa com Jesus. Então Maria tomou uma
libra de perfume de nardo puro, de alto preço, ungiu os pés de Jesus e
enxugou-Lhos com os cabelos; e a casa encheu-se com o perfume do bálsamo. Disse então Judas Iscariotes, um dos discípulos, aquele que havia de
entregar Jesus: «Porque não se vendeu este perfume por trezentos denários,
para dar aos pobres?» Disse isto, não porque se importava com os pobres, mas
porque era ladrão e, tendo a bolsa comum, tirava o que nela se lançava. Jesus respondeu-lhe: «Deixa-a em paz: ela tinha guardado o perfume para o
dia da minha sepultura. Pobres, sempre os tereis convosco; mas a Mim, nem
sempre Me tereis». Soube então grande número de judeus que Jesus Se
encontrava ali e vieram, não só por causa de Jesus, mas também para verem
Lázaro, que Ele tinha ressuscitado dos mortos. Entretanto, os príncipes dos
sacerdotes resolveram matar também Lázaro, porque muitos judeus, por causa
dele, se afastavam e acreditavam em Jesus.
Da Bíblia Sagrada
- Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (norte de África), doutor da
Igreja
Sermões sobre o evangelho de João, n° 50, 6-7
«Os pobres sempre os tendes convosco, mas a Mim não me tendes
sempre.»
«Maria ungiu os pés de Jesus com uma libra
de perfume de nardo puro, de alto preço, e enxugou-Lhos com os seus cabelos. A
casa encheu-se com a fragrância do perfume.» Eis o facto histórico; procuremos o
simbólico. Sejas tu quem fores, se quiseres ser uma alma fiel, unge com Maria os
pés do Senhor com perfume. Esse perfume é a rectidão. […] Deita perfume sobre os
pés do Senhor. Segue as pegadas do Senhor com uma vida santa. Enxuga os seus pés
com os teus cabelos: se tens coisas supérfluas, dá-as aos pobres e assim terás
enxugado os pés do Senhor. […] Talvez os pés do Senhor na terra sejam os
necessitados. Pois não é dos seus membros (Ef 5,30) que Ele dirá no fim do
mundo: «Sempre que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, a Mim
mesmo o fizestes» (Mt 25,40)?
«A casa encheu-se com a fragrância do
perfume.» Quer dizer, o mundo encheu-se da boa reputação desta mulher, porque o
bom odor é como a boa reputação. Aqueles que associam o nome de cristãos a uma
vida desonesta injuriam a Cristo […]; se o nome de Deus é blasfemado por esses
maus cristãos, ele é, pelo contrário, louvado e glorificado pelos bons: «somos
em toda a parte o bom odor de Cristo» (cf 2Cor 2,14-15). E diz também o Cântico
dos Cânticos: «A tua fama é odor que se difunde» (1,3).
Nenhum comentário:
Postar um comentário