Cada um é responsável
pela própria salvação. Cada um responde diante de Deus por seus atos. O
relacionamento com Deus é pessoal. Assim sempre dizemos. Com isso, tudo o que é
por essência comunitário na vida litúrgica, sacramental, espiritual, acaba
sendo “problema meu” ou “se vire”. Deste modo perdemos a dimensão comunitária
da vida litúrgica, da celebração dos sacramentos e da espiritualidade. É como
uma família: tudo toca a todos, tanto nas alegrias como nos sofrimentos. Por
isso podemos afirmar que a celebração de um sacramento, por mais individual que
seja, atinge a comunidade e povo de Deus. O ser comunitário não se refere só ao
modo de celebrar. O próprio sacramento é, por natureza, comunitário, tanto no
aspecto de participação exterior como no aspecto teológico-espiritual. É todo o
Corpo de Cristo (Cabeça – Cristo; e membros – o povo de Deus) que celebra. Essa
dimensão comunitária tem suas conseqüências boas tanto para quem preside como
para os que participam da celebração. É um ato de Igreja.
200.Participação de todos.
A comunidade acolhe a presença de Cristo e
recebe, de modo próprio a cada um, a graça do sacramento celebrado. Isso é
importante para o crescimento espiritual de cada pessoa. É a comunidade que
celebra o sacramento, por isso toda ela e cada um, participam do sacramento. De
que modo? A graça sacramental é o Cristo em Seu mistério pascal que, no sinal sacramental,
confere a santificação às pessoas e a glorificação a Deus. É na comunidade
celebrante que acontecem os sacramentos. Todos participam da celebração. Quando
um membro celebra, todos celebram com ele. No sacramento da penitência, por
exemplo, damos mais importância à acusação individual, mas não podemos deixar
de lado o aspecto celebrativo. Quando se realiza um batizado, os participantes
estão aprofundando a graça de seu batismo. Em um casamento: parece complicado,
mas os assistentes estão celebrando juntos com o casal participando do
matrimônio fundamental que é o esponsal de Cristo com seu povo, do qual o
sacramento do matrimônio é sinal. Como a graça do sacramento é primeiramente um
encontro com Cristo, nós O encontramos como comunidade.
201.Eu sou seu irmão.
É bonito percebermos o
quanto essa corresponsabilidade sacramental pode gerar em nós a fraternidade
cristã. Na verdade, toda a comunidade deveria participar de todos os
sacramentos celebrados, pois é nosso irmão e nossa irmã que estão se encontrando
com Cristo. E nós participamos desse encontro. Como toda a liturgia é festa,
cada sacramento é uma festa da comunidade. Logicamente as circunstâncias
sociais são outras, mas não anulam a vontade de Jesus ao constituir a Igreja e
constituir a Igreja seu Corpo. Não podemos recusar nossa responsabilidade de
estarmos unidos ao irmão que recebe um sacramento e de participarmos do mesmo
dom recebido. Paulo dá o fundamento dessa verdade ao nos falar da união dos
membros do Corpo de Cristo: “se um membro sofre, todos os membros compartilham
o seu sofrimento; se um membro é honrado, todos os membros compartilham sua
alegria” (1Cor 12,26). Assim, quando um membro do corpo é enriquecido com a
graça de um sacramentos, todos são enriquecidos com ele.
https://padreluizcarlos.wordpress.com/
https://padreluizcarlos.wordpress.com/
Nenhum comentário:
Postar um comentário