Iniciamos o novo ano sob
os olhares da Mãe de Deus. Todas as Igrejas que mantiveram a tradição mais
antiga, celebram com carinho Maria, Mãe de Deus (a Theotókos: Theós = Deus –
Tókos = mãe). Os cristãos católicos sempre rezam na Ave-Maria: “Santa Maria Mãe
de Deus, rogai por nós”. Maria, como canta a oração da missa, “trouxe ao mundo
o Autor da Vida”. Celebrar Maria no início do ano, não é somente um ato de
devoção, mas uma profissão de fé no mistério da Encarnação que não dispensa a
presença de Maria, pois, “pela sua virgindade fecunda, destes ao mundo a
salvação eterna” (oração da missa). Maria está presente na obra da redenção
como escreve Paulo: “Quando completou o tempo previsto, Deus enviou o Seu
Filho, nascido de uma mulher” (Gl 4,4). Esta mulher é Maria. Por Maria, Ele se
fez homem, hebreu (a mãe hebréia é quem dava a raça – o filho de hebréia é
hebreu). Assim a coloca na linhagem da promessa e sua realização. Ao
celebrarmos a Maternidade divina de Maria, estamos celebrando o mistério do
Emanuel – Deus conosco. Quando os pastores vão ao presépio, encontram o Menino
com Maria e José. O recém-nascido é de nossa raça. A visita dos pastores é um
anúncio sobre o novo modo de entender o relacionamento com Deus: encontrá-lo na
condição humana. Os pastores são os primeiros anunciadores da verdade sobre o
Menino. José e Maria se maravilhavam do que era dito por eles. Maria está ali
não somente como uma mãe amorosa, mas ela é símbolo da Igreja toda que ouve e
medita no coração, ama e adora.
Clamamos Abba, Pai!
Jesus resgatou-nos para
que recebêssemos a adoção de filhos. Ao oitavo dia ele foi circuncidado. Passa
assim a fazer parte do povo escolhido. Pelo batismo fazemos parte do povo novo.
Não é somente uma purificação exterior, uma marca no corpo, mas no coração. A
marca – selo – que é colocado em nosso coração é o Espírito Santo. Não só
fazemos parte de um povo nascido das águas do Batismo, mas fazemos a aliança
com Deus, unindo-nos intimamente a Ele. Por isso podemos dizer Abbá, que
significa Pai. É dado a nós participar do que Deus é. A atitude do cristão nesse
novo ano é a mesma de Maria que é o modelo e o ícone dessa nova realidade.
Saber ver e ouvir tudo o que se refere a Deus, meditar (reter no coração), isto
é, passar dos olhos ao coração. Ser
filho de Deus implica fazer como os pastores: “Foram-se louvando e agradecendo
pelo que tinham visto e ouvido.
Que Deus nos dê sua bênção
Ao iniciar o novo ano,
recolhemos a palavra do Anjo a Zacarias: “Muitos se alegrarão com seu
nascimento” (Lc 1,14). A grande missão que recebemos de Deus como responsáveis
pelo povo é dar a bênção. Não uma bênção que substitua remédios ou cura de
problemas. Mas a bênção que abre a visão de Deus: “O Senhor faça brilhar sobre
ti o seu rosto e te dê a misericórdia” (Nm 6,25), isto é, te ponha em contato
com Seu amor; seja um Deus que se preocupe contigo. É uma proclamação do que
Deus faz e não uma súplica para Deus fazer coisas boas. A bênção de Deus vai
fazer o ano pleno. Não se mede um ano pela quantidade de dias, mas pela
intensidade de vida que colocamos em todos esses dias. Deus nos dará essa
intensidade. Maria é sempre a figura, a intercessora. Como Maria estava cheia
do Espírito Santo, nós também, com Ele, seremos anunciadores da alegria.
https://padreluizcarlos.wordpress.com/
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