Falamos que Deus mora nessa
cidade. A cidade é feita de pessoas, pois assim se faz uma cidade. A política
fundamental é viver uns para os outros. Por mais que sejamos remunerados,
ninguém paga o amor e a dedicação que colocamos no que fazemos. Por isso, todo
trabalho é uma generosa caridade. Quem come o pão com amor sente o cheiro do
campo e o suor de quem trabalhou nas madrugadas para que chegasse quentinho a
nossa casa. Assim também, para que a presença de Deus no mundo seja visível, há
aqueles que se dedicam para que se manifeste. O Papa é reconhecido (EG
77)
e agradece a dedicação de tantos que se dedicam para que essa cidade possa ser
habitação de Deus nas mais diversas situações em que vivem as pessoas. Quem faz
o bem constrói o Reino e mostra a bondade de Deus. Deus não precisa de rótulo
para se entregar. O Papa Francisco diz nesse sentido: “Agradeço o belo exemplo
que dão tantos cristãos que oferecem a sua vida e o seu tempo com alegria” (EG
76).
Por outro lado, nem todos trabalham com a coerência. Estes não fazem perder o
valor dos que se dedicam. Diz também: “A nossa tristeza e vergonha pelos
pecados de alguns membros da Igreja, e pelos próprios, não devem fazer esquecer
os inúmeros cristãos que dão a vida por amor”. O escandaloso não é
representante da família inteira que faz o bem. Sabemos que a Igreja é a
instituição que faz mais ação social e promove assistência no mundo. Isso não
são palavras minhas, mas uma constatação. A sociedade, avessa à Igreja, só vê
seus males (que não deveriam existir). Isso mostra bem sua face. Esses nossos
doentes devem ser curados com carinho, pois são vítimas do mal. Eles também têm
direito à cura e não só à condenação de tolerância zero.
1532.
A luz que há em ti
A boa ferramenta procura o bom
artista. Pouco vale ter uma ferramenta especial se não se sabe trabalhar com
ela. Assim, os agentes de transformação da cidade são vivamente chamados pelo
Papa a viverem a intensidade da espiritualidade. Não se trata de muitos
momentos de espiritualidade, mas de uma espiritualidade que alimente o encontro
com os outros, o compromisso com o mundo e a paixão pela evangelização (EG
78).
Com essa luz interior se torna possível uma evangelização consistente.
Certamente há uma grande e avassaladora mídia que tira o animo dos
evangelizadores fazendo-os se sentirem fracos e inferiorizados. Como para
superar essa situação procura-se o nivelamento de serem iguais aos outros adotando
seus princípios. Sabemos da influência
dos meios de comunicação. Tudo se torna relativo, mesmo a doutrina. Não se
trata de ser rigoroso para dizer que se tem a verdade, nem ser relaxado para
facilitar a aproximação da verdade. Mas ser coerente. Por isso a importante a
espiritualidade. É a luz que ajuda a discernir.
1533.
Meias verdades
Podemos dizer com segurança: o pior inimigo da fé somos nós mesmos que trocamos a verdade por outros princípios. A verdade não atrapalha nem destrói o ser humano. Pode ser contrária ao que há em volta. Mas não podemos entregar a verdade para agradar o interlocutor. Verdade não significa atitude grosseira, mas firmeza nos princípios. O diálogo se torna fundamental para mostrar que ela não é contra o ser humano, aliás, o dignifica e desenvolve. O relativismo não é bom. Esse modo de agir contamina não só as idéias, mas também o estilo de vida, levando a viver as falsas seguranças da economia, da busca do poder, da vaidade humana e do prazer. O interesse maior não é a missão, mas o estilo de vida que é incoerente com a verdade do Evangelho.
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