Celebramos o tempo pascal. Santo Atanásio chama este tempo de um grande
domingo, pois tem por finalidade prolongar o domingo de Páscoa por 50 dias. É
um tempo de aprofundar o mistério de Cristo Ressuscitado. O evangelho narra-nos
o primeiro encontro de Jesus com os discípulos depois da Ressurreição.
Mostra-lhes as mãos e o lado. Ele é o Crucificado que agora vive. Esse primeiro
encontro com Cristo é já a entrega do Espírito: “Recebei o espírito Santo” (Jo
20,22). O dom do Espírito tem como finalidade o perdão dos pecados. Cristo
restaura pelo seu Espírito as separações existentes no coração.
Missão da
Igreja.
A Igreja
encontra nesta primeira aparição, sua missão: fazer presente no mundo a força
restauradora de Cristo em comunhão com Espírito. Ela continua a presença e a
missão de Jesus que está sempre a trazer a todos o mundo novo a partir de um
coração renovado pela fé nEle que dá o Espírito para o perdão dos pecados. Ela
é perita em restaurar. Podemos ver este fato na primeira leitura, quando os
apóstolos realizam sinais maravilhosos (At 5,12-16). Quando falamos de Igreja,
não podemos nos esquecer de que é a
comunidade dos fiéis unidos pelos laços da fé em Jesus. É fruto da
ressurreição. Esta comunhão de vida é já o resultado da missão do Espírito de
reconciliar. Esta comunidade tem o dom de perdoar e de reter o perdão, isto é,
não permitir que o mal se propague com feições de bem. A grande certeza desta
comunidade é o conhecimento da presença de Jesus, o Senhor, aquele que estava
morto e agora está vivo para sempre (Ap 1,19). Sua presença é o conteúdo do
anúncio que faz esta comunhão de fiéis. É preciso chegar ao núcleo da
comunidade que é o Espírito que a cria.
Fé que cura.
Tomé
duvidou, mas, instado por Jesus para tocar com sua mão o lugar dos pregos,
professa a fé: “Meu Senhor e meu Deus”! (Jo 20,28). Jesus louva-nos porque nós
acreditamos sem precisar ser um S.Tomé que precisa ver para crer. Nós cremos
sem ver. Jesus faz sinais (milagres) para que acreditemos. A fé que temos
continua a mesma exigência de transformar nossa vida cristã, numa atitude
concreta de mostrar maravilhas (não milagres) que são atitudes que levem à fé.
Esta atitude é uma vida entregue para a cura de todos os males que existem
diante de nossos olhos. Sem isso ainda não entendemos nada sobre fé. Quando
vemos a prática da piedade da Igreja, podemos constatar que se procura uma bela
espiritualidade e uma bela participação na Igreja. Mesmo assim a descrença
campeia. O que vai convencer o mundo é a capacidade transformadora e curativa
que a Igreja possui. Não pretendemos
fazer milagres como Jesus fez, se bem que ele prometa que faremos milagres
maiores do que Ele fez. Estes milagres têm como característica criar condições
para um mundo melhor, mais fraterno e mais aberto a que todos tenham vida.
Podemos fazer milagres físicos e espirituais, mas os maiores são os milagres
morais. Mudar o coração humano.
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