PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA CSsR |
Páscoa, vitória
de Cristo.
A
Páscoa de Cristo é a vitória sobre a própria morte. Se não tivesse ressuscitado
teria acabado tudo ali numa tumba fria e escura. Teríamos uma religião de
veneração de ossos de um defunto bem antigo e até bem conservados. Mas nossa fé
é em Cristo vivo, vencedor da morte. A morte não é mais o fim. Ele é vencedor
do mal. O bem e a graça são a condição normal da pessoa. Ele é o Senhor. Venceu
o pecado e a dívida do pecado, “pois crucificou-a na cruz com Ele” (Cl 2,14).
Paulo diz que o “pecado não domine mais sobre vosso corpo mortal” (Rm 6,12). Há
muitos cristãos (crentes, movimentos, grupos religiosos etc...) que vivem
falando do demônio, como se ele fosse o senhor. Jesus vive e é o Senhor. Se
estivermos com Ele, venceremos com Ele.
Para entender a ressurreição temos que conhecer as profecias que no
passado foram feitas e acolher a história da salvação: a criação, o pecado, a
escolha de Abraão, de seu povo, as alianças, os profetas, as situações de
sofrimento escravidão que a história nos apresenta. Podemos perceber como o
nascimento, a vida, morte e ressurreição de Jesus correspondem a todas estas
promessas e anseios. Sua Páscoa, sua vida nova, invade o pequeno mundo de
Jerusalém e o império romano em tão pouco tempo. Tetuliano diz: “somos de ontem
e estamos em todo mundo”. O anúncio é este: Ele vive e é o Senhor. Um Deus
morto ressuscitado é a solução para tudo e para todos. Por isso não temos um
Deus morto, mas vivo.
Que devemos
fazer irmãos?
A Páscoa de
Cristo é o coração da vida da Igreja. Dela tiramos energia para todas as
dimensões da vida cristã no mundo. Pedro no dia de Pentecostes, com toda a
valentia que lhe dava o Espírito, diz: “Vós o entregastes crucificando-o” (At
2,23). “Porém Deus o ressuscitou” (24). “Nós somos testemunhas” (32).
Perguntaram a Pedro e aos apóstolos: “Irmãos, o que devemos fazer?” (37). Pedro
responde: “Convertei-vos e cada um seja batizado em nome de Jesus para a
remissão dos pecados e recebereis o dom do Espírito Santo” (38). Esta pergunta
deveria ser feita ainda hoje. A resposta é a mesma: converter-se e passar a
pensar a partir de Cristo ressuscitado. Na Igreja temos a presença do Cristo
Ressuscitado nos sete sacramentos e nos inumeráveis “sacramentos” que nos
cercam cada dia, mostrando-nos que Ele continua presente. Cada sacramento atua
em nós a presença do Ressuscitado. Cada um a seu modo. Cada gesto de amor, cada
prece, faz-nos participantes desta ressurreição e habitantes da vida do alto,
como ouvimos na leitura da missa de Páscoa.
Viver
a vida do alto.
“Se ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas do
alto onde está Cristo à direita de Deus”
(Cl 3,1-2). É um caminho de vida, numa ética de ressuscitados. Viver a partir da
ressurreição. Não se trata de busca, mas desde o batismo já vivemos esta
realidade. Nossa vida não seria assim, se não vivêssemos já a partir da
ressurreição, mesmo sem saber. O esforço que fazemos para viver a vida
evangélica já é sinal da presença do Ressuscitado. Estarei convosco todos os
dias até a consumação dos séculos.
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