No tempo
pascal somos instruídos sobre a ressurreição de Jesus. Os apóstolos têm
consciência de seu fato e significado. Dizem aos chefes do povo: “Deus
ressuscitou Jesus, aquele que vós matastes, pregando-o na cruz”. O Ressuscitado
é o mesmo que foi crucificado por eles. Não é somente um morto que reviveu, mas
aquele que vive é constituído “Pastor Supremo e Salvador”. O Apocalipse
(5,11-14) confirma esta profissão de fé afirmando que o Cordeiro imolado recebe
as honras e adoração devidas a Deus, pois Ele o é. Este testemunho não é uma
posição pessoal de fé, mas é uma atitude divina: é feito em união com o Espírito
Santo: “Nós somos testemunhas, nós e o Espírito Santo que Deus concedeu aos que
lhe obedecem”. O testemunho da Ressurreição é um ato de fé que só pode ser
feito em união com Espírito doado pelo Ressuscitado. Os sumos-sacerdotes
procuram bloquear o anúncio da ressurreição, proibindo os apóstolos de
ensinarem em nome de Jesus. Pedro responde cheio de força: É preciso obedecer
antes a Deus que aos homens (At. 5,32). Podemos entender que nada pode bloquear
o anúncio da verdade. Quando o Papa foi a Israel, disse no aeroporto de
Tel-Aviv: “Vim visitar a terra onde Jesus nasceu, morreu e ressuscitou!” Sem fé
na ressurreição enfraquecemos nosso ser Igreja.
Lançai as redes
Jesus manda que os apóstolos
anunciem o Evangelho a toda a criatura. Este anúncio é o testemunho dado
através da proclamação da Palavra. A pesca maravilhosa que fizeram em nome de
Jesus: “lançai as redes à direita da barca”, é uma exemplificação do resultado
deste testemunho. A pesca milagrosa não é tanto de peixes, mas de homens, como
prometera Jesus a Pedro. Por isso ele salta à água quando ouve que é o Senhor.
Os apóstolos reconhecem que o resultado da pregação é devido à presença de
Jesus na barca da Igreja. Toda a força da pregação vem da presença de Jesus na
Palavra anunciada. Não são somente nossos dons, nossas técnicas que farão bom o
anúncio. Não é somente um amontoado de verdades que anunciamos, mas a pessoa de
Jesus que é anunciada. Obedecendo a Deus, o resultado é maravilhoso.
Pena que nós não partimos de Jesus ressuscitado para nossa evangelização.
Tu me amas?
Tempo pascal é tempo de
reafirmar a fé e dar testemunho. Depois da pesca, Jesus mostra de onde se tira
força deste testemunho. Simão, tu me amas? Três vêzes lhe pergunta e lhe confia
seu rebanho. Pedro responde: “Senhor, tu sabes tudo, sabes também que te amo”.
O testemunho tem sua consistência no amor que manifestamos a Jesus
ressuscitado, mesmo no meio de nossas fragilidades. Jesus continua a nos
confiar seu ministério nós o amamos. O ministério de Pedro, que é de toda a
Igreja, é conduzir o povo de Deus, como
Jesus o fazia. Jesus não cobra serviço, cobra amor. É gostoso ouvir que alguém
nos ama. Jesus gosta também de ouvir esta declaração. Mais ainda: quando se
pergunta se alguém nos ama, é porque a esse alguém amamos muito. Todo o
ministério na Igreja funda-se neste amor entre Jesus e cada um de nós. Este
amor não envelhece nosso coração.
http://padreluizcarlos.wordpress.com/
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