Não há maior alegria para
um pregador da Palavra de Deus do que falar dAquela que concebeu em seu seio a
Palavra eterna, Jesus Cristo. Jamais perdemos tempo quando louvamos Maria. São
Bernardo dizia que de Maria nunca falamos o bastante. Ao iniciar suas pregações
sobre Nossa Senhora dizia: “permiti que vos louve, o Virgem sagrada”. Os
louvores a Maria nunca são exagerados, pois jamais poderemos entender o que significa
uma mulher ser a Mãe de um homem que é Deus. Nossos louvores à Virgem e aos
Santos, são sempre dirigidos a Deus no qual vivem e do qual tiram toda sua
santidade. Nos santos louvamos a Deus. Louvar Maria é uma necessidade, pois
amamos aqueles que Jesus amava. Nossa mãe é sempre querida, mesmo frágil e
simples. Para Jesus, sua Mãe é sempre querida. Do contrário seria um péssimo
exemplo para nós. Jesus conhece as Escrituras que dizem “Honra teu pai e tua
mãe” (Ex 20,12) e também: “quem honra sua mãe é como quem ajunta um tesouro”
(Eclo 3,4). Quando Jesus diz “mulher,
eis o teu filho”, está usando uma palavra nobre, como usamos (usávamos) a
palavra senhora, dirigindo-nos às mulheres. Não se justifica dizer, como dizem
alguns, que Jesus tivesse desrespeito para com Maria.
Culto verdadeiro
Um teólogo evangélico
escreveu em uma revista evangélica que os católicos exageram o culto a Maria, e
que os evangélicos estão em falta. O que significaria o exagero católico?
Primeiro quando desligamos Maria de Cristo, como se fosse uma ‘deusa’. Segundo
quando temos um culto supersticioso. Culto supersticioso são certas formas de
oração, promessas, expressões que não correspondem à verdade evangélica. É uma
tradição antiquíssima da Igreja a veneração particular Maria. Conheço uma
oração da liturgia etiópica que diz: “Ainda que todos os anjos, homens e
mulheres de todos os tempos fossem poetas, ainda que o firmamento se
transformasse em pergaminho, todas as águas dos mares e rios fossem tinta de
ouro, não seria ainda suficiente para cantar os vossos louvores, ó Mãe de
Deus”. Nós os católicos romanos temos poucas festas oficiais, se bem que são
mais de 4 mil os títulos de Nossa Senhora com os quais a piedade popular
procura explicar seu amor a Maria. Não se trata de idolatria, pois não temos o
culto de ídolos de madeira ou metal. A idolatria tantos se pratica e que deixam
correr solta sem criticá-la, é a idolatria do prazer, do poder e dinheiro. Além
do mais, temos em nossas mãos as palavras do evangelho de Lucas 2,46.48: “O
Senhor fez em mim maravilhas...todas as gerações me chamarão bem-aventurada”. O
culto verdadeiro é aquele que reconhece em Maria a obra de Deus, única e
maravilhosa e louva a Deus em Maria por seu particular lugar na vida e missão
do Redentor. Ela participa da missão de Jesus, como todos os que estão no Céu,
participa da glorificação que Deus recebe, sempre de modo grandioso por ser Mãe
de Deus.
União de Maria a Cristo.
Jesus, no evangelho de João diz: “permanecei em
mim”. Jesus explica o permanecer nEle como um ramo unido à árvore da qual
participa, tirando sua vida da seiva vital. Esta união a Cristo, é muito maior
nos bem-aventurados do Céu, pois lá não há sombra de pecado que os separe. Como
a vida de Deus é um contínuo doar-se, Maria e os santos entram nesta corrente
de amor e doação. Ao receberam nosso culto, recebem-no em Deus. Por isso
podemos continuar tranqüilos nosso culto a Maria.
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