Evangelho segundo S. Mateus 28,1-10.
Terminado o
sábado, ao romper do primeiro dia da semana, Maria de Magdala e a outra Maria
foram visitar o sepulcro. Nisto, houve um grande terramoto: o anjo do
Senhor, descendo do Céu, aproximou-se e removeu a pedra, sentando-se sobre ela. O seu aspecto era como o de um relâmpago; e a sua túnica, branca como a
neve. Os guardas, com medo dele, puseram-se a tremer e ficaram como mortos. Mas o anjo tomou a palavra e disse às mulheres: «Não tenhais medo. Sei que
buscais Jesus, o crucificado; não está aqui, pois ressuscitou, como tinha
dito. Vinde, vede o lugar onde jazia e ide depressa dizer aos seus
discípulos: 'Ele ressuscitou dos mortos e vai à vossa frente para a Galileia. Lá
o vereis.’ Eis o que tinha para vos dizer.» Afastando-se rapidamente do
sepulcro, cheias de temor e de grande alegria, as mulheres correram a dar a
notícia aos discípulos. Jesus saiu ao seu encontro e disse-lhes: «Salve!»
Elas aproximaram-se, estreitaram-lhe os pés e prostraram-se diante dele. Jesus disse-lhes: «Não temais. Ide anunciar aos meus irmãos que partam para
a Galileia. Lá me verão.»
Da Bíblia Sagrada - Edição dos
Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Homilia grega do século IV (inspirada numa homilia perdida de Santo
Hipólito de Roma)
Sobre a santa Páscoa, §1 e 58ss; PG 59, 743; SC 27
Eis a hora em que aparece a luz bendita de
Cristo; os raios puros do Espírito elevam-se e o céu abre os tesouros da glória
divina. A noite vasta e obscura foi engolida, dissiparam-se as trevas espessas,
a triste sombra da morte afundou-se nas sombras. A vida desdobra-se sobre todas
as coisas; tudo se enche de uma luz sem fim. A aurora das auroras levanta-se
sobre a terra e, «das entranhas da madrugada» (Sl 110,3), antes dos astros,
imortal e imenso, o grande Cristo brilha mais que o sol sobre todos os seres.
Para nós, que cremos nele, instaura-se um dia de luz vasta e eterna,
que nada poderá extinguir: é a Páscoa mística, celebrada em prefiguração pela
Lei, consumada em verdade por Cristo, Páscoa magnífica, maravilha da força de
Deus, obra do seu poder, a verdadeira festa, o memorial eterno: a libertação de
todo o sofrimento nasce da Paixão, a imortalidade nasce da morte, a vida nasce
do sepulcro, a cura nasce da ferida, a levantamento nasce da queda, a ascensão
nasce da descida aos infernos. […]
As mulheres foram as primeiras a
vê-Lo ressuscitado. Tal como tinha sido uma mulher a introduzir o primeiro
pecado no mundo, também foi ela que trouxe em primeiro lugar a notícia da vida.
Foi por isso que as mulheres ouviram esta palavra sagrada: «Mulheres,
alegrai-vos!» (Cf Mt 28,9 grego), para que a primitiva tristeza fosse tragada
pela alegria da ressurreição. […]
À vista de mistério tão grande —
um homem ascendendo a Deus —, as potências dos céus bradam de alegria aos
exércitos dos anjos: «Ó portas, levantai os vossos umbrais! Alteai-vos, pórticos
eternos, que vai entrar o rei glorioso.» Vendo esta maravilha, a natureza humana
unida à de Deus, estas por sua vez clamaram: «Quem é esse rei glorioso?» e os
outros responderam: «É o Senhor do universo! É Ele o rei glorioso. É o Senhor,
poderoso herói, o Senhor, herói na batalha» (Sl 24,7ss).
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