A Beata Rosália Rendu, filha da Caridade de São Vicente de Paulo, distinguiu-se pela dedicação para com os menos favorecidos no bairro de Mouffetard. Jeanne-Marie Rendu, seu nome de baptismo, nasceu no dia 9 de Setembro de 1786 na cidadezinha de Confort (Jura, França), numa família simples, sendo a primeira das quatro filhas, nas quais a mãe incute a piedade e a caridade.
A família procurou acolher sacerdotes perseguidos durante os tempos difíceis da revolução francesa e, entre eles, o próprio bispo de Annecy. Jeanne-Marie descobre no hospital o serviço das Filhas da Caridade e, a 25 de Maio de 1802 inicia o noviciado nessa Congregação, em Paris, sendo enviada para o bairro de Saint Marceau onde permaneceu ao serviço dos pobres durante 54 anos, até ao dia da sua morte.
Em 1814, Irmã Rosália emite dos votos solenes, e 8 anos mais tarde é nomeada Superiora da comunidade. Deixa de ensinar e dedica-se às visitas domiciliares, distribuindo ajudas, de acordo com o "Bureau de Bienfaisance" municipal e obtendo o auxílio de muitas pessoas abastadas que não sabiam dizer não a uma pessoa tão persuasiva.
É a pioneira em abrir uma casa para acolher criancinhas em idade inferior a dois anos, para permitir que as mães encontrassem um trabalho remunerado. Não foi bem compreendida nesta obra, pois segundo a sociedade da época, a mãe deve permanecer em casa. Oferece aos jovens uma formação profissional abrindo a primeira instituição para esse mister. Mais tarde, vendo com emoção o desespero das pessoas idosas abandonadas, abre um Asilo para elas. A sua caridade vai além do bairro. Claude Dinnat escreve no seu artigo: "Por muitos anos, irmã Rosália manteve contacto com Le Bon Sauveur de Caen, hospital psiquiátrico fundado pelo Beato Padre Jamet. Ela convence-o a internar sacerdotes e religiosos em dificuldade e também muitos outros doentes.
Ajuda algumas Congregações e Associações caritativas a se estabelecerem em Paris: a Sociedade de São Francisco Regis, as comunidades das Filhas de Nossa Senhora de Loreto, as Damas Agostinianas do Sagrado Coração de Maria, a Comunidade dos Padre Pobres, entre outras. A sua coragem e determinação leva-a a ultrapassar as barricadas, durante a sublevação de Julho de 1830, para ajudar os feridos. Mais tarde, durante as epidemias de cólera (1832 e 1849), a actividade de Irmã Rosália excede até ao heroísmo, chegando a recolher cadáveres pelas ruas.
Em 1848 acontecem as mais sanguinolentas lutas entre o poder burguês e uma classe operária desenfreada, numa situação desesperadora. A Irmã Rosália, arriscando a própria vida nesses confrontos, procura manter-se fiel aos seus princípios de religiosa dedicada aos que sofrem; faleceu em 7 de Fevereiro de 1856.
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