Evangelho segundo S. Marcos 8,34-38.9,1.
Naquele
tempo, Jesus chamou a multidão com os seus discípulos e disse-lhes: «Se alguém
quiser seguir-Me, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-Me. Na
verdade, quem quiser salvar a sua vida, há-de perdê-la; mas, quem perder a sua
vida por causa de mim e do Evangelho, há-de salvá-la. Que aproveita ao homem
ganhar o mundo inteiro, se perder a sua vida? Ou que pode o homem dar em
troca da sua vida? Pois quem se envergonhar de mim e das minhas palavras
entre esta geração adúltera e pecadora, também o Filho do Homem se envergonhará
dele, quando vier na glória de seu Pai, com os santos anjos.» Disse-lhes
também: «Em verdade vos digo que alguns dos aqui presentes não experimentarão a
morte sem terem visto o Reino de Deus chegar em todo o seu poder.»
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
São Rafael Arnaiz Baron (1911-1938),
monge trapista espanhol
Escritos espirituais 07/04/1938
Como se vive bem no coração de Cristo! Quem
se pode queixar por sofrer ? Só o insensato, que não adora a Paixão de Cristo, a
cruz de Cristo, o coração de Cristo, pode sentir-se desesperado com o seu
próprio sofrimento. […] Que bem se ive junto à cruz de Jesus!
Cristo
Jesus, […] mostra-me essa sabedoria que consiste em amar o desprezo, as
injúrias, o opróbrio; ensina-me a sofrer com a alegria humilde e sem clamor dos
santos; ensina-me a ser manso com aqueles que não me amam ou que me desprezam;
mostra-me esse conhecimento que Tu, no alto do calvário, mostras ao mundo
inteiro.
Eu sei: uma voz interior, muito suave, explica-me tudo;
sinto em mim uma coisa que vem de Ti e que não sei definir, que me decifra
muitos mistérios que o homem não pode compreender. Eu, Senhor, à minha maneira,
entendo tudo. É o amor. É só isso. Vejo-o, Senhor, não preciso de mais nada. É o
amor! Quem pode explicar o amor de Cristo? Que os homens e as outras criaturas
se calem; calemo-nos, para que, no silêncio, escutemos os sussurros do amor, do
amor humilde, do amor paciente, do amor imenso, infinito, que Jesus nos oferece,
pregado à sua cruz, com os braços totalmente abertos. O mundo, na sua loucura,
não O escuta.
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