PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA CSsR |
Sentido da festa.
A
festa de Cristo Rei foi criada pelo papa Pio XI em 1925. Instituiu que fosse
celebrada no último domingo de outubro. Agora, na reforma litúrgica passou ao
último domingo do ano litúrgico como ponto de chegada de todo o mistério
celebrado, para dar a entender que Ele é o fim para o qual se dirigem todas as
coisas. A criação desta festa tinha uma conotação política de grandiosidade. Quem,
dos mais antigos, não foi da Cruzada Eucarística? Roupinha branca, fita amarela
com cruz e dois traços azuis para os melhores. Qual era o comprimento? - Viva
Cristo! – Rei! Este amor a Cristo Rei sustentou os cristãos na perseguição do
México. Quantos mártires não entregaram a vida proclamando: Viva Cristo Rei!
Quem sabe nos falte uma definição maior para o Reino de Cristo. A oração da
missa assim reza: “Deus que dispusestes restaurar todas as coisas em vosso
Filho Amado, Rei do Universo, fazei que todas as criaturas, libertas da
escravidão e servindo à vossa majestade vos glorifiquem eternamente”. Vejamos
os termos: Rei do Universo, vossa majestade. Para este sentido endereça a
primeira leitura: A glória do Filho do Homem - “Seu poder é poder eterno que não
lhe será tirado e seu reino, um reino que não se dissolverá” (Dn l7,14). Cristo
com sua morte e ressurreição foi feito o Senhor da Glória. Seu Reino não tem
fim.
Rei da Verdade.
Mesmo
que seja um reino, o é diferente dos reinos e governos do mundo. Jesus se
proclama rei diante de Pilatos: “Tu és Rei?” Pergunta Pilatos diante no
tribunal. “Tu o dizes, eu sou rei. Para isso nasci e vim ao mundo, para dar
testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade escuta minha voz” (Jo
18,37). Jesus é rei da verdade. Pilatos pergunta-lhe: “O que é a verdade?” Mas
não espera a resposta. (É comum em nossa vida perguntar as coisas para Deus e
não querer saber a resposta). O que é esta verdade que é a identificação com
Ele próprio? “Eu sou a Verdade e a vida” (Jo 14,6). Ser verdade para Jesus é
ser Ele próprio o testemunho da vontade do Pai: Estabelecer no mundo o domínio
da misericórdia amorosa da qual o Pai é a fonte. “Graças a esta vontade é que
somos salvos” (Hb 10.10). Durante sua vida procura unicamente fazer a vontade
do Pai: “E a vontade do que me enviou é esta: Que eu não perca nenhum de todos
aqueles que me deu, mas que eu o ressuscite no último dia” (Jo.6,39).
Um reino de
sacerdotes.
Todo
povo de Deus tem, como Cristo esta realeza. Esta é o domínio do amor que
transforma o mundo. O amor é a primeira fonte da união com Deus. Ele faz de
nossos gestos de serviço aos outros, da transformação das estruturas de
escravidão em liberdade, um sacerdócio do povo de Deus e de cada um que
santifica o universo. Ser cristão é já construir o reino de Cristo no mundo. A
modalidade de construir este reino é o serviço fraterno, humilde como Cristo
fez na sua morte que o glorificou. Unindo nossa vontade à sua e a vontade do
Pai, podemos crer em verdade que Ele é Rei e Senhor.
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