PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA CSsR |
Fim do mundo, mas
quando?
Penúltimo domingo do tempo
comum! Neste tempo a liturgia reza o fim dos tempos. No evangelho deste 33º
domingo, o evangelista narra-nos o fim dos tempos e a vinda de Jesus. Algumas
pessoas costumam dar datas, dizer que está próximo. É tempo perdido, pois nem
Jesus nem os Anjos sabem, pois não é importante saber o dia, mas saber ver
quando está chegando. Santo Agostinho dizia que tinha medo de Jesus que vinha a
cada hora. Dizia: “Tenho medo do Jesus que passa!” Pode passar e a gente não
perceber. Jesus insiste é em que se saiba discernir os sinais dos tempos para
conhecer quais são os tempos de Deus, onde Deus está agindo e quais são os
caminhos de Deus que atravessam os acontecimentos do mundo e da história.
Muitos lêem a Palavra de Deus e não sabem o que dizer, assim também vivemos
tantos acontecimentos e não sabemos encontrar neles a Palavra de Deus. Jesus
dissera aos judeus: “Examinai as Escrituras, pois elas falam de mim” (Jo 5,39).
Pode igualmente dizer-nos: Examinai os sinais de Deus nos tempos em que vivei e
sabereis que falam de mim.
“Ter o sentido divino das coisas”.
“Aprendei, pois da figueira esta parábola:
quando seus ramos ficam verdes e as flores começam a brotar, sabeis que o verão
está perto!” (Mc 13,28). As parábolas do mundo explicam-nos como devemos
entender esta parábola do fim dos tempos: “Quando virdes estas coisas
acontecerem, ficai sabendo que o Filho do Homem está próximo” (Mc 13,29). “O
sol vai se escurecer a lua não brilhará mais...” É uma parábola que nos instrui
que Jesus está às portas. Os acontecimentos, muitas vêzes chocantes e
dolorosos, outras vêzes maravilhosos, são a parábola que indica: Jesus está
próximo, às portas. Isso quer dizer: Deus quer instruir mostrar os caminhos.
Gostamos de pensar: agora ele vem! Assim já há dois mil anos os cristãos
esperam esta chegada de Cristo e até dizemos em cada missa: “Vem, Senhor
Jesus!” E pensamos não veio até agora. O sentido mais profundo desta vinda é
sua presença constante em cada pessoa, acontecimento e celebração.
Ele nos levou à perfeição definitiva.
A resposta cristã ao
“risco” do fim do mundo é esta: “De fato, com esta única oferenda, levou à
perfeição os que santifica” (Hb 10,14) Para os cristãos não há um fim de mundo,
há uma passagem ao reino definitivo. “Os que tiverem sido sábios brilharão como
o firmamento; e os que tiverem ensinado a muitos os caminhos da virtude
brilharão como as estrelas por toda eternidade” (Daniel 12,2-3). Sendo assim,
os que souberem ler os sinais da presença de Jesus (mesmo inconscientemente)
viverão a vida eterna, já e agora e depois definitivamente, vencido todo o mal
e implantando o reino do amor. Pensar no fim é encontrar Jesus nos
acontecimentos da vida, e com Ele, viver o presente.
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