Nasceu a 19 de Novembro de 1750 em Gondescange, na Lorena (França). Foi baptizada no dia seguinte. Antes dela, tinham nascido duas irmãs e um irmão, mas os três faleceram no espaço de um ano.
Odília — nome muito corrente na Lorena e na Alsácia — foi uma grande alegria para a família. Aos 24 anos deixou o moinho familiar para entrar no postulantado em Metz. Entrou no Seminário a 4 de agosto de 1775. Foi enviada para Brest em 1776, mas partiu para Angers no início do ano seguinte, onde lhe confiaram a responsabilidade da farmácia do hospital.
Um pouco de história, para melhor compreendermos o porquê destes assassinatos massivos, praticados pelos revolucionários franceses de triste memória.
A Revolução francesa que teve seu início verdadeiro a 14 de Julho de 1789, com a tomada da Bastilha.
Odília Baumgarten e Maria Ana Vaillot.
Depois deste feito histórico — que não augurava o que depois iria acontecer de triste e de horrível —, os ideais de uns e de outros foi mudando rapidamente e aquilo que segundo escreveram diversos historia-dores, devia ser uma revolução para acabar “com os privilégios”, tornou-se numa revolução “fundamen-talmente ateia”, que “se propagou de forma violen-ta em todo território”, chegando-se mesmo, não lon-ge onde então vivia Odília Baumgarten, a praticar massacres apenas verosímeis: “afogamentos em massa: homens, mulheres e crianças, nus, foram amarrados juntos em botes especialmente construídos, que foram rebocados para o meio do rio Loire e, então, afundados”.
Para melhor assentar os seus intentos, os revolucionários — como muito bem diz outro historiador —, criaram novas “leis revolucionárias que subvertiam a ordem antiga em nome dos princípios de liberdade, igualdade, fraternidade”. Não é portanto de admirar que o Papa Pio VI interviesse firmemente. Na sua Encíclica Inscrutabile Divinae Sapientiae, de 25 de Dezembro de 1775, podemos ler:
“Estes perfidíssimos filósofos acometem isto ainda: dissolvem todos aqueles vínculos pelos quais os homens se unem entre si e aos seus superiores e se mantêm no cumprimento do dever. E vão clamando e proclamando até à náusea que o homem nasce livre e não está sujeito ao império de ninguém; e que, por conseguinte, a sociedade não passa de um conjunto de homens estúpidos, cuja imbecilidade se prosterna diante dos sacerdotes (pelos quais são enganados) e diante dos reis (pelos quais são oprimidos); de tal sorte que a concórdia entre o sacerdócio e o império outra coisa não é que uma monstruosa conspiração contra a inata liberdade do homem.”
O mesmo e corajoso Papa dirá ainda, no mesmo documento:
“A esta falsa e mentirosa palavra Liberdade, esses jactanciosos patronos do género humano atrelaram outra palavra igualmente falaz, a Igualdade. Isto é, como se entre os homens que se reuniram em sociedade civil, pelo facto de estarem sujeitos a disposições de ânimo variadas e se moverem de modo diverso e incerto, cada um segundo o impulso de seu desejo, não devesse haver alguém que, pela autoridade e pela força prevaleça, obrigue e governe, bem como que chame aos deveres os que se conduzem de modo desregrado, a fim de que a própria sociedade, pelo ímpeto tão temerário e contraditório de incontáveis paixões, não caia na Anarquia e se dissolva completamente; à semelhança do que se passa com a harmonia, que se compõe da conformidade de muitos sons, e que se não consiste numa adequada combinação de cordas e vozes, esvai-se em ruídos desordenados e completamente dissonantes”
Foi durante esta triste revolução que “contagiou a vários países da Europa”, que Odília Baumgarten — e muitas outras religiosas — tendo recusado de negar a sua fé e de abandonar o seu estado religioso, foi fuzilada no “Campo dos Mártires” no dia 1 de Fevereiro de 1794.
Foi beatificada a 19 de Fevereiro de 1984.
Composição, segundo diversas fontes, de Afonso Rocha.
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