Martirológio Romano: Na Bretanha, São Maclovius ou Macúto, bispo de Aleth, que teria nascido no País de Gales e morrido no território de Saintes.
As duas fontes que possuímos, ambas datadas de cerca de 850-900, sobre a vida de Macuto (Maclovio; francês: Malo, inglês: Machlow), derivam de uma Vita anterior, agora perdida, mas também bastante tardia. São relatos fantasiosos, repletos de milagres inautênticos e extensas apropriações das Vitae de santos irlandeses, alguns dos quais de origem pagã.
Macuto é apresentado como discípulo e companheiro de São Brandão, o Navegador. Dada a falta de confiabilidade dos dados relatados até o momento, não é possível aceitar nem mesmo afirmações que seriam plausíveis em si mesmas, como a visita de Macuto a São Columbano em Luxeuil.
Uma das duas Vitae, obra de um clérigo de Aleth chamado Bili, é uma falsificação deliberada. A segunda, escrita por um autor anônimo, também não é confiável. Parece bastante certo, no entanto, que o local de nascimento de Macuto foi no sul do País de Gales e que ele era membro de uma comunidade monástica fundada por São Cadoc em Llancarvan. Ele então emigrou para a Bretanha, onde se estabeleceu em Aleth, fundando um mosteiro que se tornou um centro de evangelização para os países vizinhos. Não sabemos quando ou onde Macuto foi ordenado sacerdote (provavelmente em Llancarvan) ou recebeu a consagração episcopal.
Diz-se também que Macuto foi expulso de Aleth pela hostilidade local e emigrou para Saintes, na Aquitânia. A seca, no entanto, segundo seu biógrafo, obrigou seus inimigos a implorar por seu retorno e, após sua chegada, choveu. Tudo isso parece ser inspirado na história de Elias.
Macuto, porém, retornou a Saintes para morrer lá, por volta de 640.
Não podemos determinar a veracidade dessa história, pois os santos celtas frequentemente se envolviam em tais disputas e eram forçados a abandonar suas dioceses. Nem mesmo sabemos quais eram as relações reais entre Aleth e Saintes.
Autor: Edward I. Watkin.
CULTO:
Macuto já era venerado na Bretanha antes do século IX, mas com um culto pouco desenvolvido. No século XI, encontramos seu nome inscrito no Martirológio Ceronímio de Corbie em 15 de novembro ("Firmi depositio sancti Machuti episcopi"), a data geralmente aceita para o dia de festa do santo. Nos livros litúrgicos e em algumas Auctaria ad Usuardo, ele também é comemorado em 11 de julho, mas um Missal do século XV em uso em Saint-Malo mostra que uma transladação de suas relíquias foi comemorada nesta data. Macuto também era venerado na Inglaterra, em Winchester, onde se acreditava que ele fosse o bispo local devido a uma confusão entre Wintonia (= Winchester) e Wenti.
Macuto foi inscrito no Martirológio Romano na data tradicional de 15 de novembro. Uma igreja também lhe foi dedicada em Roma, não muito longe do Panteão. Já existente no final do século XII, foi confiada à Confraria dos Bergamascos, que a dedicou aos Santos Bartolomeu e Alexandre, e no início do século XVII foi reconstruída em sua forma atual por Onorio Longhi. A festa de São Macuto era solenemente celebrada ali em 15 de novembro, como atesta a Piazza Colonna. Quando os Bergamascos se mudaram para a Piazza Colonna por volta de 1725, tendo recebido de Bento XIII o antigo manicômio e a igreja adjacente de Santa Maria della Pietà, a igreja de São Macuto retomou seu nome e posteriormente pertenceu ao Seminário Romano e à Universidade Gregoriana, estabelecidos no vizinho Palazzo Borromeo; hoje é administrada pelos jesuítas, que ainda ocupam o palácio.
Na pequena praça em frente à igreja havia um pequeno obelisco, removido por Clemente XI (falecido em 1721) para adornar a fonte que ele ergueu na Piazza della Rotonda (Panteão), que o povo chamava de "pináculo mammacette".
Autor: Benedetto Cignitti
Fonte:
Biblioteca Sanctorum
Bispo na Bretanha
Maclóvio foi nomeado Bispo, mas não manteve o cargo. Algumas discussões levaram-no a abandonar seu rebanho e a deixar seu encargo episcopal a outro. Dirigiu-se para Aquitânia e, em Saintonge, concluiu sua peregrinação terrestre.
Maclóvio estudou em uma escola monacal de Llancarfan, no Gales, fundada por São Cadoc, e ali viveu como monge.
Segundo a tradição, ao tornar-se Bispo de Macuto, deixou Glamorgan, junto com alguns companheiros, tomou o navio e fez uma parada na ilha do eremita Aarão. Aconselhados pelo eremita, os monges foram para Aleth, uma cidade de antigas terras dos Coriosolitas.
Fugiu das perseguições
Enquanto as perseguições se enfureciam contra os habitantes de Aleth, Maclóvio retomou seu caminho encontrando refúgio em Saintonge. A pedido dos habitantes de Aleth, devastada pela peste e a penúria, Maclóvio voltou do exílio. Tendo sobrevivido à praga da peste, regressou para Saintonge, onde faleceu em 16 de novembro de 649.
Os cristãos de Aleth conseguiram algumas das suas relíquias. Durante a invasão dos Normandos nas costas da Bretanha, as relíquias de São Maclóvio foram custodiadas na Île-de-France, mais precisamente em Saint-Jacques du Haut-Pas, em Paris.
Igrejas dedicadas a São Maclóvio
A igreja de São Maclóvio, em Bully, diocese de Arras, deve seu nome a Macuto ou Maclóvio. Seu busto, com paramentos episcopais, em um falso relicário de carvalho do século XVII, encontra-se no coro da igreja. Na região parisiense, a catedral de Pontoise é dedicada a ele.
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