domingo, 23 de novembro de 2025

Santa Felicidade Mártir Dia da Festa: 23 de novembro

Segundo a tradição, Felicidade era uma viúva rica e cristã. Por isso, foi perseguida na época do imperador Antonino. Mãe de sete filhos, animou-os espiritualmente durante o martírio, que compartilhou por volta do ano 165. Felicidade foi sepultada na catacumba de Máximo, na Via Salária, em Roma.
(†)Roma, 165 
Santa Felicidade, uma rica viúva romana, foi acusada de práticas cristãs durante o reinado de Antonino Pio (entre 138 e 161 d.C.). Inicialmente, ela foi interrogada sozinha pelo prefeito de Roma, Públio, mas sem sucesso. No dia seguinte, Públio mandou trazer seus sete filhos (Januar, Félix, Filipe, Silvano, Alexandre, Vital e Marcial) à sua presença. Devido à firme recusa deles em renunciar à fé, foram martirizados um a um, submetidos a diversas torturas. Por fim, a própria Felicidade foi morta.
Emblema: Palmeira 
Martirológio Romano: Em Roma, no cemitério de Máximo, na Via Salaria Nuova, Santa Felicidade, mártir. 
O documento mais antigo que comemora a mártir Felicidade é o Martyrologium Geronimianus, que, datado de 23 de novembro, declara: "Romae in cimiterio Maximi, Felicitatis" (o cemitério de Maximi fica na Via Salaria Nuova). Essa informação do Geronimianus é confirmada pelos itinerários, que orientavam os peregrinos até o túmulo da mártir naquele cemitério, e pelas biografias dos papas que o restauraram. Um fragmento de um epitáfio informa que dois cristãos escolheram ali um túmulo. Essa informação é corroborada pelo fato de que, na época de Gregório Magno (590-604), entre outros óleos coletados pelo sacerdote João dos túmulos de mártires romanos, o óleo da lâmpada que ardia perto do túmulo da mártir também foi oferecido à rainha Teodolinda. Ele, porém, enganado pela pintura mural que retrata Felicidade rodeada por sete figuras, acreditou que seus sete filhos repousavam ali com ela. Burkitt, contrariando a opinião comum, afirmou demonstrar, sem argumentos convincentes, que a Felicidade do Cânon Romano não é a companheira de Perpétua, lembrada em 7 de março, mas sim a Felicidade de 23 de novembro. Felicidade é comumente conhecida como a mãe dos sete irmãos mártires. Sua Paixão sobreviveu através de dois textos: o primeiro, muito breve, está preservado em numerosos manuscritos; o segundo está ligado a uma transferência de relíquias para Benevento e é uma reelaboração sem valor do primeiro. De acordo com a Paixão mais antiga, composta entre o final do século IV e o início do século V, Felicidade, uma viúva rica, foi acusada por sacerdotes pagãos perante o imperador Antonino. Públio, prefeito de Roma, nomeado pelo imperador para julgar a santa, começou a interrogá-la a sós, mas sem sucesso. No dia seguinte, mandou trazer a mãe e os sete filhos ao Fórum de Marte, mas Felicidade insistiu para que seus filhos permanecessem firmes na fé. O juiz os fez comparecer perante si um após o outro: Januário, Félix, Filipe, Silano, Alexandre, Vital e Marcial. Incapaz de quebrar sua perseverança, designou-os a diferentes juízes encarregados de executar a sentença de morte, que foi cumprida com diversas torturas. Esta história é uma imitação do episódio bíblico dos sete irmãos Macabeus e não tem qualquer fundamento histórico. Além disso, os Atos de Felicidade lembram os semelhantes de Santa Sinforosa e seus sete filhos. Os sete nomes dados aos supostos filhos de Felicidade encontram-se no Depositio Martyrum sob a data de 10 de julho, sem qualquer relação entre eles ou com Felicidade. Como esses mártires foram sepultados em quatro cemitérios, o hagiógrafo considerou apropriado escrever que a sentença foi executada por quatro juízes. Deve-se acrescentar que o autor não indica onde se localizava o túmulo dos mártires, muito menos a data de seu aniversário. Dâmaso, aliás, na epígrafe em honra aos Santos Félix e Filipe, demonstra desconhecer essa relação, e os três versículos referentes a Felicidade são de origem duvidosa. Sobre o túmulo de Felicidade, o Papa Bonifácio I (418-22) construiu uma basílica na qual ele próprio foi sepultado, como indicam o Martirológio de São Jerônimo (século VI) e o Liber Pontificalis. A devoção do papa a Felicidade surgiu do fato de ele ter se refugiado naquele cemitério e ter vivido em edifícios acima do solo durante o cisma de Eulácio, que ele acreditava ter sido encerrado pela obra da santa. Na basílica, São Gregório Magno proferiu uma homilia no aniversário da mártir, fazendo referência à paixão. Os restos de uma pintura do século VIII, na mesma catacumba, mostram o Redentor entregando a coroa a Felicidade e a sete mártires, os mesmos que se acreditava serem filhos de Felicidade. Perto das Termas de Trajano, no lado voltado para o Coliseu, um oratório em honra da santa com sua imagem foi descoberto em 1812; matronas iam ali rezar. Felicidade, como atesta a inscrição ali descoberta, colocada nas laterais de sua cabeça, era venerada como protetora das mulheres romanas: FELICITAS CULTRIX ROMANARUM. O modesto oratório era adornado, no nicho do altar, com uma pintura dos séculos V-VI. Ela retratava a mártir em oração, rodeada por seus supostos sete filhos, e acima, a figura do Redentor, segurando uma coroa de joias na mão direita para circundar sua cabeça. Quando a pintura foi descoberta, apresentava, no canto inferior direito, a figura de um carcereiro com uma chave: talvez porque se acreditasse que Felicidade tivesse sido aprisionada naquele local antes de sofrer o martírio. De Rossi acredita que o local era a casa de Felicidade: se isso fosse verdade, explicaria a devoção das matronas romanas a ele. O Martirológio Romano comemora Felicidade em 23 de novembro, com um elogio extraído da Paixão. Devido aos seus supostos sete filhos, ela é invocada por mulheres que desejam ter filhos. 
Autor: Filippo Caraffa 
Fonte: Biblioteca Sanctorum

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