Evangelho segundo São Lucas 19,41-44.
Naquele tempo, quando Jesus Se aproximou de Jerusalém, ao ver a cidade, chorou sobre ela e disse:
«Se ao menos hoje conhecesses o que te pode dar a paz! Mas não. Está escondido a teus olhos.
Dias virão para ti, em que os teus inimigos te rodearão de trincheiras e te apertarão de todos os lados.
Esmagar-te-ão, a ti e aos teus filhos, e não deixarão em ti pedra sobre pedra, por não teres reconhecido o tempo em que foste visitada».
Tradução litúrgica da Bíblia
Bispo de Hipona (norte de África),
doutor da Igreja
Comentários aos Salmos, salmo 121, n.º 12
«Se ao menos hoje conhecesses
o que te pode dar a paz!»
«Haja paz dentro dos teus muros» (Sl 121,7).
«Jerusalém, cidade bem edificada, que forma tão belo conjunto!» (v.3), haja paz na tua força e na tua caridade! Porque a tua força é a tua caridade. Ouve o que diz o Cântico dos Cânticos: «Forte como a morte é o amor» (8,6). Irmãos, que palavras admiráveis!
Quem poderá resistir à morte, irmãos? Resiste a vossa caridade. Resistimos às chamas, às vagas, aos ferros, aos tiranos e aos reis, mas à morte, quem poderá resistir-lhe? Nada pode mais do que ela. Apenas o amor pode igualar a sua força; por isso, dizemos que é tão forte como a morte, porque o amor mata o que nós éramos para fazer surgir o que ainda não éramos, operando em nós uma espécie de morte; a mesma morte de que morreu São Paulo, ao dizer: «O mundo está crucificado para mim e eu para o mundo» (Gal 6,14) ou de que morreram aqueles a quem ele dizia: «Vós morrestes, e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus» (Col 3,3).
Forte como a morte é o amor. Que a paz esteja na tua força, Jerusalém, que a paz esteja no teu amor. E com esta força, com este amor, com esta paz, que haja «tranquilidade em teus palácios» (Sl 121,7). Profusão de regalos, pasto de riquezas, eis o Deus uno; eis Aquele com quem se mantêm em união todos os habitantes desta cidade. Ele será a nossa abundância na cidade de Jerusalém.

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