Evangelho segundo São Lucas 23,35-43.
Naquele tempo, os chefes dos Judeus zombavam de Jesus, dizendo: «Salvou os outros: salve-Se a Si mesmo, se é o Messias de Deus, o Eleito».
Também os soldados troçavam dele; aproximando-se para Lhe oferecerem vinagre,
diziam: «Se és o rei dos Judeus, salva-Te a Ti mesmo».
Por cima dele, havia um letreiro: «Este é o rei dos judeus».
Entretanto, um dos malfeitores que tinham sido crucificados insultava-O, dizendo: «Não és Tu o Messias? Salva-Te a Ti mesmo e a nós também».
Mas o outro, tomando a palavra, repreendeu-o: «Não temes a Deus, tu que sofres o mesmo suplício?
Quanto a nós, fez-se justiça, pois recebemos o castigo das nossas más ações. Mas Ele nada praticou de condenável».
E acrescentou: «Jesus, lembra-Te de mim quando vieres com a tua realeza».
Jesus respondeu-lhe: «Em verdade te digo: hoje estarás comigo no Paraíso».
Tradução litúrgica da Bíblia
(1857-1939)
Papa
Encíclica Quas Prima, 1925, nn. 14-15
«Príncipe da paz» (Is 9,5)
Se os homens reconhecessem a autoridade real de Cristo na sua vida privada e pública, toda a sociedade seria cumulada de extraordinários benefícios: liberdade justa, ordem e tranquilidade, concórdia e paz. Se os príncipes e os governantes legitimamente eleitos estivessem convencidos de que governam muito menos em seu próprio nome do que em nome e no lugar do Rei divino, exerceriam a sua autoridade com toda a virtude e sabedoria possíveis. E que atenção não dariam, na elaboração e aplicação das leis, ao bem comum e à dignidade humana dos seus subordinados!
Então, os povos desfrutariam dos benefícios da concórdia e da paz. Quanto mais se estende um reino, quanto mais ele abarca a universalidade do género humano, mais os homens tomam consciência do vínculo mútuo que os une. Essa consciência preveniria e impediria a maioria dos conflitos; ou, pelo menos, suavizaria e atenuaria a sua violência. Porque havemos então de desesperar dessa paz que o Rei pacífico veio trazer à Terra? Ele veio reconciliar consigo todas as coisas (cf Col 1,20); «não veio para ser servido, mas para servir» (Mt 20,28); Senhor de todas as criaturas (cf Ef 1,10), deu exemplo de humildade e fez da humildade, unida ao preceito da caridade, a sua lei principal; e disse ainda: «O meu jugo é suave e a minha carga é leve» (Mt 11,30).

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