Evangelho segundo São Lucas 21,5-19.
Naquele tempo, comentavam alguns que o Templo estava ornado com belas pedras e piedosas ofertas. Jesus disse-lhes:
«Dias virão em que, de tudo o que estais a ver, não ficará pedra sobre pedra: tudo será destruído».
Eles perguntaram-Lhe: «Mestre, quando sucederá isto? Que sinal haverá de que está para acontecer?».
Jesus respondeu: «Tende cuidado; não vos deixeis enganar, pois muitos virão em meu nome e dirão: "sou eu"; e ainda: "o tempo está próximo". Não os sigais.
Quando ouvirdes falar de guerras e revoltas, não vos alarmeis: é preciso que estas coisas aconteçam primeiro, mas não será logo o fim».
Disse-lhes ainda: «Há de erguer-se povo contra povo e reino contra reino.
Haverá grandes terramotos e, em diversos lugares, fomes e epidemias. Haverá fenómenos espantosos e grandes sinais no céu».
Mas antes de tudo isto, deitar-vos-ão as mãos e hão de perseguir-vos, entregando-vos às sinagogas e às prisões, conduzindo-vos à presença de reis e governadores, por causa do meu nome.
Assim tereis ocasião de dar testemunho.
Tende presente em vossos corações que não deveis preparar a vossa defesa.
Eu vos darei língua e sabedoria a que nenhum dos vossos adversários poderá resistir ou contradizer.
Sereis entregues até pelos vossos pais, irmãos, parentes e amigos. Causarão a morte a alguns de vós
e todos vos odiarão por causa do meu nome;
mas nenhum cabelo da vossa cabeça se perderá.
Pela vossa perseverança salvareis as vossas almas».
Tradução litúrgica da Bíblia
(759-826)
Monge de Constantinopla
Catequeses
A ninguém temais, senão o Deus vivo!
«Alegrai-vos sempre no Senhor!» (Fil 4,4).
De facto, por que razão não estais cheios de alegria e não caminhais com júbilo, vós que fostes julgados dignos de ser atraídos para este estado evangélico pelo chamamento que discerne e predestina (cf Rm 8,29-30), chamamento do Deus que governa todas as coisas com a sua sabedoria?
E agora que, pela elevação do vosso estilo de vida, vos encontrais como que num promontório, olhai para a vida miserável e rastejante dos homens, que é como que sacudida pelas ondas, projetada dum lado para o outro pelo movimento incerto dos acontecimentos. Na verdade, bem vedes que nada dura, nada permanece no mesmo estado; os reis passam, os príncipes caem, os poderosos da terra morrem como simples mortais (cf Sl 81,7); aqueles que estiveram casados durante algum tempo separam-se, abandonando o cônjuge ou sendo abandonados por ele. A beleza murcha rapidamente, a juventude é efémera, o prazer é fugaz; a riqueza dissipa-se e todas as posses, qual sonho de uma sombra, se afastam daqueles que julgam retê-las. A adversidade e os reveses dos mortais produzem luto e lamentações. E quase ninguém luta pelo que é estável e duradouro. Mas vós, meus irmãos, vós fostes chamados a subir à montanha do Senhor (cf Sl 23,3), a contemplar as maravilhas da vida celeste!
Que o Deus que vos fez subir até este promontório vos fortaleça, para que façais sempre o que é do seu agrado, em santidade e justiça (cf Lc 1,75) [...]. A ninguém temais, pois, meus filhos, senão o Deus vivo (cf Lc 12,5; Ap 14,7)!

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