terça-feira, 17 de dezembro de 2024

Olimpia de Constantinopla Viúva, Diaconesa, Santa 361-408

Ao ficar viúva do governador de Constantinopla, 
Olímpia recebeu muitas propostas para um novo casamento, 
mas recusou todas porque queria entregar-se à vida religiosa.
Ao ficar viúva do governador de Constantinopla, Olímpia recebeu muitas propostas para um novo casamento, mas recusou todas porque queria entregar-se à vida religiosa. A sua insistente recusa motivou, mesmo, o confisco de todos os seus bens. Olímpia nasceu em 361, na Capadócia. Pertencia a uma família muito ilustre e rica dessa localidade, mas ficou órfã logo cedo. Foi educada por Teodósia, irmã do bispo Anfíloco, futuro santo, o que lhe garantiu receber, logo cedo, os ensinamentos cristãos. Aos vinte anos de idade, casou-se com o governador de Constantinopla, ficando viúva alguns meses depois. Desejando ingressar para a vida religiosa, afastou-se de todos os possíveis pretendentes. O fato muito contrariou o imperador Teodósio, que queria vê-la como esposa do seu primo, um nobre da Corte espanhola. Olímpia, en-tretanto, perseverou na sua decisão. Como vingança, o soberano mandou que todos os seus bens fossem confiscados e administrados pelo prefeito da cidade. Ao invés de reclamar, Olímpia agradeceu, porque não precisaria mais perder tempo com a adminis-tração das propriedades. Pediu que os bens fossem definitivamente confiscados e doados aos pobres. Não foi atendida. Em seguida, o imperador fez uma longa viagem e, ao voltar, três anos depois, ficou tão impressionado com as informações sobre sua vida santa e repleta de humildade e caridade que restituiu os bens a ela. Assim, Olímpia continuou suas obras de caridade com maior intensidade. Mas seu sofrimento não acabou. Contraiu doenças dolorosas. Conta a tradi-ção que Olímpia jamais pronunciou qualquer reclamação. Desse modo, tornou-se um modelo perfeito aos cristãos de seu tempo. Seu nome foi envolvido em denúncias graves infundadas, por isso se tornou vítima de perseguições injustas. Foi acusada de ser cúmplice de são João Crisóstomo no incêndio de uma catedral. Mas ela declarou, categoricamente, que nada fizera, muito menos Crisóstomo, que doava muito dinheiro para a construção de igrejas, portanto não poderia destruir uma. Essas acusações partiam do antipatriarca Arsácio, inimigo declarado de Crisóstomo, que mandou Olímpia deixar a cidade. O principal motivo desse exílio foi porque ela era a mais estimada assistente de Crisóstomo, chamado de “o maior pregador da Antiguidade”. Era tão competente que, aos trinta anos de idade, se tornou diaconisa da Igreja, dignidade só concedida às viúvas com mais de sessenta anos. Logo Olímpia decidiu voltar, declarando ao próprio prefeito que não reconhecia autoridade no antipatriarca por ser usurpador de um poder que a Igreja não lhe concedera. Assim, tornou-se a principal vítima de Arsácio, pois Crisóstomo já havia sido exilado de sua pátria pelo cruel prefeito, cúmplice do antipatriarca. Olímpia morreu no ano 408. Santa Olímpia é celebrada, no Oriente, nos dias 24 e 25 de julho, e, na Igreja de Roma, no dia 17 de dezembro. 
Vários documentos históricos importantes e contemporâneos citam ou descrevem esta santa da hagiografia grega. Além disso, existem 17 cartas que São João Crisóstomo enviou a ela do exilio. Olímpia nasceu por volta de 361 em uma família abastada de Constantinopla; seu avô, Ablabios, gozava da estima do imperador Constantino e fora prefeito do Oriente por quatro vezes; seu pai era nobre do palácio. Ficando órfã bem jovem, foi confiada a Teodosia, mulher de grande cultura e sentimentos cristãos, irmã do Bispo de Iconio, Santo Anfiloco, muito estimada por São Basílio e São Gregório Nazianzeno, Doutores da Igreja. São Gregório de Nissa lhe dedicou um comentário do “Cântico dos Cânticos”. Assim, desde muito cedo Olímpia foi instruída sobre as Sagradas Escrituras. Imitando Santa Melânia, se dedicou à mortificação; e embora sendo rica, instruída e nobre pudesse aspirar a uma brilhante posição na corte, dela se afastou. No ano de 384-85, casou-se com Nebridio, que foi prefeito de Constantinopla em 386, mas vinte meses depois seu esposo morreu. O imperador Teodósio o Grande desejava que ela se casasse novamente e tinha um pretendente: seu primo. Olímpia recusou-se a contrair novo matrimônio e Teodósio, para vencer sua resistência, sequestrou todos os seus bens. O imperador fez uma longa viagem e ao voltar, três anos depois, ficou tão impressionado com as informações sobre sua vida santa e repleta de humildade e caridade, que restituiu os bens a ela. Foi então que Olímpia pode fundar algumas obras de caridade, entre elas um grande recolhimento para acolher eclesiásticos de passagem e viajantes pobres. O Bispo Netário (381-397), contrariando o costume da época, nomeou-a diaconisa aos 30 anos, dignidade que então se dava somente às viúvas de 60 anos, e recorria aos seus conselhos cheios de sabedoria e ciência. Olímpia fundou, sob o pórtico sul de Santa Sofia, um mosteiro cujas religiosas pertenciam às melhores famílias de Constantinopla, entre elas suas três irmãs: Elisância, Martiria e Paládia, e uma sobrinha também de nome Olímpia. No início eram cerca de 50 religiosas, que logo se tornaram 250. Quando no início do ano 398 São João Crisóstomo chegou à cidade como arcebispo de Constantinopla, encontrou o fervor enfraquecido tanto nos fieis como nos religiosos, inclusive a corte se tornara mundana com a presença de Eudoxia, mulher do imperador do Oriente, Arcádio. Mas se consolou vendo o mosteiro de Olímpia, formado de almas bem dispostas e que serviam de modelo. Entre o arcebispo e Olímpia se estabeleceu uma profunda amizade; ela tornou-se uma colaboradora valiosa na renovação espiritual por ele iniciada. Possuidora de grandes riquezas e propriedades, tanto na cidade como em outras regiões, grande foi sua generosidade doando a São João Crisóstomo ouro e prata para a sua igreja de Santa Sofia. Ela se esforçava para ajudá-lo em tudo, desde o alimento até o vestuário. Mas tudo isto atraiu também sobre ela o rancor daqueles que pretendia atrapalhar a obra reformadora do arcebispo. Dois bispos dissidentes obtiveram de Arcádio um decreto de exílio contra São João Crisóstomo, que em meio ao tumulto dos fieis e das religiosas, teve que deixar Santa Sofia, e foi conduzido por soldados a Cucusa, entre os montes da Armênia. No mesmo dia de sua partida, 30 de junho de 404, um incêndio destruiu o episcopado e grande parte da igreja e do senado. Os fieis do arcebispo foram acusados e inclusive Olímpia foi levada diante do prefeito da cidade, Optato. Acusada do incêndio, ela se defendeu dizendo que havia doado valores consideráveis para a construção da igreja e não tinha nenhuma razão para queimá-la. Optato ofereceu deixá-la, bem como as suas religiosas, em paz, se reconhecesse o novo bispo Arsacio, o que Olímpia recusou. Foi condenada a pagar uma grande quantia como multa e depois, no ano de 405, se retirou voluntariamente em Cizico. A perseguição contra os seguidores de São João Crisóstomo continuou e Olímpia foi novamente processada pelo prefeito e exilada na Nicomédia. Naqueles anos manteve uma correspondência com o bispo exilado na Armênia, interessando-se por sua saúde, enviando-lhe dinheiro para os pobres da região e para o resgate de pessoas cativas. Por sua vez, São João Crisóstomo a exortava a banir a tristeza e a fazer nascer a alegria espiritual que despreza as coisas do mundo e eleva a alma, recomendando-lhe sustentar os seus amigos, que sofriam a perseguição por causa dele. Olímpia faleceu por volta de 408, em uma data não documentada. Segundo o escritor Paládio, “os habitantes de Constantinopla a colocam entre os confessores da fé, porque ela morreu e retornou ao Senhor entre as batalhas suportadas por Deus”; antigamente os confessores eram os mártires. As religiosas de seu mosteiro foram dispersas em 404, quando foram mandadas para o exílio; se reuniram somente em 416, sob a direção de Honorina, parente de Olímpia, quando os seguidores de São João Crisóstomo se reconciliaram com os seus sucessores; o mosteiro foi destruído no incêndio de Santa Sofia, em 532, retornaram depois, quando Justiniano o reconstruiu. As relíquias de Santa Olímpia, que tinham sido levadas da Nicomédia para a igreja de São Tomás, no Bósforo, se perderam durante o incêndio da igreja quando das incursões dos persas (616-626). A superiora Sérgia teve a graça de reencontrá-las entre os escombros e transportou-as para o interior do mosteiro. Depois disto, não se teve mais notícias delas. No Oriente Santa Olímpia é celebrada nos dias 24, 25 e 29 de julho; no Martirológio Romano, no dia 17 de dezembro. 
Etimologia: Olímpia = que habita no Olimpo, sede dos deuses.

Nenhum comentário:

Postar um comentário