domingo, 29 de dezembro de 2024

Tomás Becket Bispo, Mártir, Santo 1118-1170

Vítima da perseguição ordenada contra a Igreja, 
pela rainha Isabel I da Inglaterra.
Tomás Becket nasceu no dia 21 de dezembro de 1118, em Londres. Era filho de pai normando e cresceu na Corte ao lado do herdeiro do trono, Henrique. Era um dos jovens cortesãos da comitiva do futuro rei da Inglaterra, um dos amigos íntimos com que Henrique mais tinha afinidade. Era ambicioso, audacioso, gostava das diversões com belas mulheres, das caçadas e das disputas perigosas. Compartilharam os belos anos da adolescência e da juventude antes que as responsabilidades da Coroa os afastasse. Quando foi corado Henrique II, a amizade teve uma certa continuidade, porque o rei nomeou Tomás seu chanceler. Mas num dado momento Tomás voltou seus interesses para a vida religiosa. Passou a dedicar-se ao estudo da doutrina cristã e acabou se tornando amigo do arcebispo de Canterbury, Teo-baldo. Tomás, por sua orientação, foi se entregando à fé de tal modo que deixou de ser o chanceler do rei para ser nomeado arcediácono do religioso. Quando o arcebispo Teobaldo morreu e o papa con-cedeu o privilégio ao rei de escolher e nomear o sucessor, Henrique II não vacilou em colocar no cargo o amigo. Mas o rei não sabia que o antigo amigo se tornara, de fato, um fervoroso pastor de almas para o Senhor e ferrenho defensor dos direitos da Igreja de Roma. Tomás foi ordenado sacerdote em 1162 e, no dia seguinte, consagrado arcebispo de Canterbury. Não demorou muito para indispor-se, imediatamente, com o rei. Negou-se a reconhecer as novas leis das "constituições de Clarendon", que permitiam direitos abusivos ao soberano, e teve de fugir para a França, para escapar de sua ira. Ficou no exílio por seis anos, até que o papa Ale-xandre III conseguiu uma paz formal entre os dois. Assim, Tomás pôde voltar para a diocese de Canterbury a fim de reassumir seu cargo. Foi aclamado pelos fiéis, que o respeitavam e amavam sua integridade de homem e pastor do Senhor. Mas ele sabia o que o esperava e disse a todos: "Voltei para morrer no meio de vós". A sua primeira atitude foi logo destituir os bispos que haviam compactuado com o rei, isto é, aceitado as leis por ele repudiadas. Naquele momento, também a paz conseguida com tanta dificuldade acabava. O rei ficou sabendo e imediatamente pediu que alguém tirasse Tomás do seu caminho. O arcebispo foi até avisado de que o rei mandaria matá-lo, mas não quis fugir novamente. Apenas respondeu com a frase que ficou registrada nos anais da história: "O medo da morte não deve fazer-nos perder de vista a justiça". Encheu-se de coragem e, vestido com os paramentos sagrados, recebeu os quatro cavaleiros que foram assassiná-lo. Deixou-se apunhalar sem opor resistência. Era o dia 29 de dezembro de 1170. O próprio papa Alexandre III canonizou Tomás Becket três anos depois do seu testemunho de fé em Cristo. A sua memória é homenageada com festa litúrgica no dia de sua morte.
Em 1155, Henrique II, rei de Inglaterra e de parte da França, nomeou seu chanceler Tomás Becket. Oriundo da Normandia, onde nasceu em 1117, e senhor de grande ri­queza, era considerado um dos homens mais proeminentes do seu tempo. Compara­ram-no a Richelieu, com o qual na realidade se parecia, pelas qualidades de homem de Estado e amor da grandeza. Quando vagou a sé de Cantuária, Henrique II escolheu Tomás para ocupá-la. Foi ordenado sacerdote a 1 de junho de 1162 e sagrado bispo dois dias depois. Desde então passou a ser a pessoa mais importante a seguir ao rei e mudou inteiramente de vida, convertendo-se num prelado dos mais austeros. Convicto de que o cargo de primeiro-ministro e o de príncipe da Inglaterra eram incompatíveis, pediu a demissão de chanceler, o que muito insatisfez o rei. Para agravar a situação, por ocasião dos «concílios» de Clarendon e Northampton, em 1164, tomou o partido do Papa contra o monarca, o que motivou a sua perseguição. São Tomás viu-se então obrigado a fugir, procurando asilo em Compiègne, junto de Luis VII. Daqui foi para a abadia de Pontigny e depois para a de Santa Comba, na região de Sens. Decorridos quatro anos, a pedido do Papa e do rei de França, Henrique II acabou por autorizar o regresso de São Tomás a Inglaterra. O rei persuadiu-se de que poderia contar daí em diante com a submissão do arcebispo, mas depressa percebeu que se tinha enganado, já que este continuava a defender as prerrogativas da Igreja romana contra as pretensões régias. Desesperado, o rei exclamou um dia: «Malditos sejam os que vivem do meu pão e não me livram deste padre insolente». Quatro cavaleiros tomaram à letra estas palavras e a 29 de Dezembro de 1170 entraram na catedral de Cantuária para assassinar São Tomás. «Morro de boa vontade por Jesus e pela santa Igreja», disse-lhes sem oferecer resistência. Foi canonizado três anos depois pelo Papa Alexandre III. 
Santos de cada dia – Editorial A.O. - Braga

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